Vamos ver se o barato não vai sair muito caro!
Ouvem-se os jornalistas a falar de certos assuntos técnicos e até assusta tanta ignorância, falta de espírito crítico e não confirmação do que dizem, com todas as certezas.
Mais do que um destes pseudo jornalistas da televisão dizia há uns dias que o segundo aeroporto de Lisboa, no Montijo era uma boa opção porque os aviões aterravam em pistas paralelas.
Os pilotos é que não são burros e logo vieram dizer que o Montijo era um remendo de má qualidade. Têm toda a razão. Aliás eles andam lá por cima todos os dias e sabem como elas mordem como as coisas correm mal, afinal é a vida deles e de milhões de passageiros que ficam em risco.
Primeiro erro – Pistas paralelas
A pista grande do Montijo não é nada paralela à pista principal do Humberto Delgado. Aliás juntam-se mesmo em cima da Caparica, já muito perto da aterragem.
Segundo erro – Ventos dominantes
Como toda a gente sabe, os ventos dominantes são de norte ou nor-noroeste. Ia ser bonito os aviões das low cost aterrarem com vento forte cruzado.
Terceiro erro – Toda a gente que atravessa o Tejo já confirmou a elevada frequência em que os nevoeiros junto às águas do rio se mantêm até perto do meio-dia.
Quarto erro – rotas migratórias de grandes aves. Porque é que tanta gente faz excursões de fotografia aos flamingos do Tejo e outras grandes aves? É porque há, e muitas, junto à margem Sul do estuário do Tejo.
Quinto erro – Pista pequena
No Montijo há uma pista mais ou menos paralela à do aeroporto Humberto Delgado, mas é muito curta e acaba na água. Não dá para prolongar.
Sexto erro – aviões grandes são os mais problemáticos em Lisboa, mas não podem ser desviados para o Montijo
Sétimo erro - os aviões militares aterram no Montijo
Pois, aterram no Montijo aviões Hércules 130 uma ou duas vezes por dia, um avião possante com motores a hélice, de aterragem e descolagem curta. Nada comparável com jatos cheios de pessoas, a passar de 5 em 5 minutos em cima de zonas altamente povoadas (Almada e arredores).
O aeroporto do Montijo fica para os aviõazinhos da Ryanair, Easyjet, Germanwings e outras com os pequenos jatos de 150 passageiros, enquanto o aeroporto principal continua com os grandalhões intercontinentais Airbus 340, Boeing 777, com mais de 250 passageiros e mais de 60 toneladas de querosene nos tanques cheios, continuam a ameaçar e a poluir o centro da cidade de Lisboa.
Tanta discussão sobre os inconvenientes do aeroporto na Ota e agora os grandes especialistas professores do Técnico e o sabe-tudo Marques Mendes estão tão calados.
Vejam o mapa que os jornalistas se esqueceram de consultar. Imagem do Google Maps que toda a gente pode confirmar.
Nota: As chavetas são do mesmo tamanho = comprimento da pista do Humberto.