O ministro da Finanças veio anunciar medidas de austeridade a que ele próprio chamou "co-lo-ssais".
Sabem o que quer dizer colossal? Quer dizer do tamanho de uma estátua "colossus". Talvez uma estátua grande.
Temos então um aumento de impostos do tamanho de uma estátua grande, muito grande, tal como o colosso de Rhodes.
Mas a história conta que a ambição romana foi tão grande em fazer a estátua da entrada do porto de Rhodes que a estátua caiu sobre o próprio peso.
Dizem os economistas que não há alternativa. Se não forem os empréstimos não há dinheiro para pagar salários, não há dinheiro para comprar comida, não há dinheiro para comprar combustíveis e também não haverá dinheiro para comprar automóveis, nem telemóveis, nem computadores, nem roupa de marca, nem para viajar, nem para reformas de aposentação, nem para pagar a consultores do governo (25 mil euros por mês), etc. Não haverá dinheiro para nada.
Há uma grande parte da sociedade que está desempregada e já não tem dinheiro para comprar automóveis, nem barcos, nem roupa de marca, nem comida, nem transportes. Alguns deixaram de pagar seja o que for. E são cada vez mais os indignados. Para estes a diferença entre o FMI emprestar ou não emprestar dinheiro a Portugal não faz qualquer diferença.
Mas quem ainda compra e consome estas coisas de "luxo" é a classe média. Aquela que ensina as novas gerações a ler, aqueles que trabalham nos hospitais, aqueles que produzem eletricidade, os que plantam alfaces, batatas e pêra rocha, os que trabalham nos transportes.
Com o aumento de impostos "colossal" a classe média vai-se tornar, cada vez mais e em maior número, na classe que nada tem. Naqueles que não pagam nada e que não precisam dos empréstimos.
No limite vai acontecer com a austeridade "co-lo-ssal" o mesmo que aconteceu à estátua de Rhodes. Vai cair tudo.
Mas como não há alternativa, vamos ficando caladinhos, sem fazer muito barulho, sem protestar. Se ainda temos um pão para hoje a coisa ainda não está tão mal. Vamos esperar que outros nos vão dando umas esmolas. Não é preciso novas indústrias, não é preciso produzir mais energia e mais barata, não é preciso plantar árvores, nem batatas, não é preciso fabricar roupa ou sapatos. Tudo pode ser comprado com o dinheiro emprestado.
Não há alternativa. Nem vale a pena pensar em algo diferente. O que é preciso é estarmos caladinhos.
Vamos pagar as dívidas com silêncio e submissão. Basta nada fazer, basta nada escrever, basta nada pensar.
A central de comunicação do governo já está fazer o seu trabalho "... os ricos também vão pagar esta crise ... " (jornal Sol). Coitadinhos, os barquinhos, os aviõezinhos, as casinhas de mais de 1 milhão de Euros, blá, blá, blá.
"Portugueses - O melhor povo do Mundo", disse este banana ...
Vai gozar com outro pá :-{