A revista Visão fez o que é preciso que a comunicação social faça, seja, dar informação e não dar opinião.
Neste link podem ver quais as parcerias público-privadas, quem as promoveu e quanto custam.
http://visao.sapo.pt/conheca-os-responsaveis-das-ppp=f689608
Quanto ao custo não podemos comparar este valor com zero, porque se as mesmas obras fossem feitas pelo Estado e fossem pagas com empréstimos aos bancos custariam também muito dinheiro.
A questão é então se todas as obras de estradas e hospitais eram realmente necessárias, se são necessárias e se vão ser necessárias para o futuro a médio longo prazo. É preciso saber se houve engano nas previsões ou se houve roubalheira. Ainda estamos muito perto da montanha para ver a sua verdadeira dimensão, em comparação com a altura do horizonte distante.
Quanto às estradas, eu próprio pude testemunhar, lá pelos anos de 2000 a 2006, que a auto-estrada Lisboa Porto ao final da tarde parecia a segunda circular de Lisboa. Automóveis e camiões numa fila ininterrupta de 300 quilómetros. Nos comboios ao fim da tarde aconteceu-me uma hora antes já não haver lugar. Portanto tudo indicava que seria necessário aumentar a capacidade de transportes entre as principais cidades.
Mas veio a crise. Agora viaja-se a qualquer dia e hora e andamos muitos quilómetros sem cruzar outros carros. Na auto-estrada entre Figueira da Foz e Aveiro é uma miséria. Passa um carro de dez em dez minutos. O mesmo na A 41 e A 42.
Mas quem foram os responsáveis?
A maioria foi da responsabilidade dos governos socialistas, mas não cantem de galo os apoiantes do PSD. A primeira parceria PPP foi de Cavaco Silva – Ponte Vasco da Gama.
Mas, ironia do destino, algumas das auto-estradas mais vazias e inúteis presentemente, A17 – Figueira da Foz, foi da iniciativa de António Mexia – governo Santana Lopes, e a A41 e A42 – Grande Porto, foram da responsabilidade de Valente de Oliveira – Cavaco Silva.
Se o Mundo ou Portugal não acabarem entretanto, quanto custariam daqui a umas dezenas de anos a preparação de auto-estradas e túneis, com o território mais ocupado por casas e vilas? Ainda não sabemos o fim da história.