Passos Coelho, Relvas e restante trupe, estiveram anos a dizer que as gerações futuras ficariam a pagar as auto-estradas, as pontes e os aeroportos feitos pela geração que agora está a entrar na reforma. Muitas destas obras foram feitas num tipo de contratos a que se chamam parcerias público-privadas, ou seja, os privados faziam os investimentos e cobravam depois ao longo de muitos anos. O dinheiro principal vinha de sindicatos de bancos (grupos de bancos), que também seriam os que cobrariam a maior parte das receitas ao longo do tempo. O mais caricato é que quem negociou uma grande parte das parcerias mais ruinosas, defendendo os interesses dos bancos, foi o agora secretário de estado dos transportes Sérgio Monteiro, que agora acusa o anterior governo por não ter defendido os interesses das tais novas gerações. Uma coisa parecida com colocar uma raposa a tomar conta do galinheiro.
Mas tem faltado dizer que vão ser as futuras gerações a beneficiar dessas auto-estradas, pontes, hospitais, escolas, transportes públicos, etc. Portanto, para eles nada está perdido.
Perdido, perdido estão as fortunas desviadas pelos amigos vigaristas de Cavaco, tais como Oliveiras e Costas, Dias Loureiros do BPNs, Duartes Limas, Catrogas, Cadilhes, Miras Amarais, Fernandos Fantasias, etc (1). A lista é imensa de políticos formados nos governos do Raçudo que desviaram fortunas para paraísos fiscais e interesses pessoais. Esse dinheiro é que nunca vai beneficiar ninguém. Também o dinheiro que sai em espectáculos e concertos organizados pelo genro do Raçudo nunca as novas gerações lucrarão um cêntimo ou um metro de estrada.
A cereja em cima do bolo está agora a ser preparada pelo governo de Passos Coelho, apadrinhado pelo Raçudo. As privatizações dos setores primários e de monopólio como a eletricidade, a água, os correios, a gestão do espaço aéreo, transportes públicos, ensino, saúde, etc., já iniciados com privatizações (EDP, REN, ANA, Águas de Portugal, CTT, etc.), vão deixar o Estado empobrecido, sem recursos para fazer qualquer coisa que seja no futuro. Isto é que é comprometer as novas gerações. Um Estado fraco, na mão do capital estrangeiro não serve os interesses do país nem das novas gerações. É por saber isto que alguns políticos de direita dizem que os jovens devem abandonar o país. Os melhores vão aceitar a sugestão e os que não emigram ficam acompanhados por uma sociedade de imbecis incivilizados, uma gandulagem sem educação nem civismo.
(1) http://www.esquerda.net/artigo/cavaco-esconde-escritura-da-sua-casa-na-aldeia-bpn
Conclusão
O Raçudo é mesmo o pai de todos os desvarios que as novas gerações vão pagar sem qualquer benefício.
A condenação das novas gerações que ficarem no país foi traçada em grande parte por amigos do Raçudo.
Tudo muito bem representado no quadro de Paula Rego “A última mamada”.