Há pelo menos um país no Mundo onde a lógica e a racionalidade parecem não funcionar, onde os economistas parecem não perceber nada de economia e onde os políticos são os mais irresponsáveis, ignorantes e estúpidos dos cidadãos.
Veja o exemplo de Portugal e dos transportes.
Os transportes públicos nas cidades são os autocarros, os comboios e o metropolitano. Nestes transportes um só motorista ou condutor transporta mais de 500 pessoas, andam quase cheios às horas de ponta. Há uns poucos fiscais, mas a maior parte das tarefas de controlo de entradas e venda de bilhetes é feita por máquinas automáticas que se pagam em poucos meses. Resultado: Os transportes públicos dão prejuízos monstruosos.
Em alternativa aos transportes públicos há as viaturas particulares. Às horas de ponta andam quase todos com um único passageiro, transportando consigo mais de uma tonelada de ferro, alumínio, poluentes, vidros, plásticos.
Custos
Uma pessoa que viva nos arredores de uma cidade como Lisboa gasta cerca de 100 Euros por mês se tiver um passe social.
Se for de automóvel próprio gasta em combustível cerca de 80 Euros por mês.
Mesmo assim, as empresas de transportes dão prejuízo.
Que país é este onde fazer-se transportar com uma tonelada de ferro é mais barato do que um transporte público onde as pessoas vão todas amontoadas?
As linhas férreas custam muito dinheiro. E as estradas e viadutos são baratos?
Os comboios e autocarros são muito caros. Então e os automóveis aos milhares são baratos? Quanto tempo de vida útil tem uma carruagem de comboio (30 ou mais anos) e quanto tempo dura um automóvel (10 anos)?
Ora os comboios têm custos elevados de consumo de energia energia. E os automóveis mais poluentes e menos eficientes, gastando energia totalmente importada, são mais económicos?
Que economistas são estes a fazer contas dos preços dos bilhetes?
Que políticos são estes e que conhecimentos têm da protecção do ambiente e da sustentabilidade.
Que país é este? Existe?
Resposta: Sim. É Portugal.
Como? Como? Como é possível?
Estamos no bom caminho em direção à Guiné-Bissau. Lá também já não há (nunca houve?) transportes públicos, para além dos taxis. Também os taxis cá são cada vez mais carros velhos a cair aos bocados e os taxistas, cada vez mais, pessoas que metem medo e vigaristas sem educação.
Cá os transportes públicos são cada vez mais para os marginais das grandes cidades, para as populações pobres e para os jovens sem dinheiro para carro. Cada vez é mais perigoso entrar num comboio, sobretudo a certas horas. Os comboios com grafitis, sujos, com falhas frequentes de horário e greves, afastam as pessoas de bem da classe média, que preferem comprar um carrinho velho a deitar bolas de fumo e mau cheiro de poluição.
E há quem ache que estamos melhor!