10 perguntas e 10 respostas
A discussão sobre o pagamento de portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador SCUT tem sido do pior que se tem visto nas televisões nos últimos tempos. Toda a gente fala e tem opinião sem ter pensado no assunto de forma séria e sem terem consultado os estudos, neste “todos” incluo alguns membros do governo, os responsáveis políticos da oposição, os jornalistas, os autarcas, todos os palpiteiros do costume. Assim, sinto-me completamente à vontade para dar a minha opinião. Vou apenas seguir um raciocínio lógico dedutivo, na forma de resposta a dez perguntas.
1 - Pergunta: As Scuts são realmente gratuitas?
Resp.: Não, não são nem nunca poderiam ser de borla!
Justificação: Estas estradas custaram dinheiro, há contratos a cumprir, portanto não há volta a dar, alguém tem de pagar.
2 - Pergunta: Se não pagar quem lá passa então quem paga?
Resp.: Todos nós, os que têm carro e os que não têm. Pagariam os que lá passam muitas vezes, assim como os que nunca passam!
Justificação: O governo tem de pagar aos concessionários.
3 - Pergunta: É possível colocar portagens manuais ou via-verde normal?
Resp.: Não!
Justificação: Estas estradas foram feitas com muitas saídas e em locais sem espaço para construir parques de portagens.
4 - Pergunta: Seria possível eliminar muitas saídas e deixar só nos locais onde há espaço para colocação de portagens?
Resp.: Sim, é uma das soluções, mas com enormes custos e desvantagens para os utilizadores!
Justificação: Os parques de portagens custam muito dinheiro a instalar e custos elevados de salários aos portageiros, ou máquinas automáticas. Além disso, com menos saídas muitos utilizadores teriam de andar mais 20 km para chegar ao seu destino, tendo de percorrer estradas muito congestionadas.
5 - Pergunta: Os chips são a solução mais simples, económica, prática?
Resp.: Sim!
Justificação: Os automóveis passam à velocidade normal, sem estrangulamentos.
6 - Pergunta: Há perda de privacidade? O governo vai no banco de trás dos nossos carros?
Resp.: Sim, mas isto já acontece actualmente!
Justificação: Os telemóveis, os cartões de pagamento, a própria matrícula do automóvel já quebraram há muito tempo a privacidade.
7 - Pergunta: Faz sentido desconto para os residentes (descriminação positiva)?
Resp.: Sim.
Justificação: Isto para não sobrecarregar exageradamente quem precisa de usar frequentemente.
8 - Pergunta: Qual o método mais fácil tecnicamente e menos burocracia de fazer desconto?
Resp.: O método de desconto a partir de um certo número de passagens.
Justificação: Neste método não é necessário conferir moradas nem definir zonas de desconto.
9 - Pergunta: Qual o método de desconto menos sujeito a fraudes?
Resp.: Desconto de quantidade!
Justificação: Neste método o computador reduz o preço automaticamente, por exemplo, a partir de 10 passagens repetidas de um mesmo percurso.
10 - Pergunta: Os estrangeiros que visitam Portugal como vão pagar?
Resp.: Os automóveis estrangeiros não deviam pagar! Só pagam os veículos pesados comerciais!
Justificação: Era uma forma de estimular a vinda de mais turistas estrangeiros a Portugal. Eles injectam dinheiro na nossa economia nos restaurantes, hotéis, etc., portanto pagam doutra forma útil.
Alguns ignorantes ainda dizem que as decisões sobre as Scuts não se baseiam em estudos cuidadosos. Para quem quiser saber detalhes dos estudos realizados vejam em:
www.moptc.pt/tempfiles/20061023181206moptc.pdf
Conclusão
Como nunca teria havido dinheiro para construir uma auto-estrada, os que agora se queixam das alternativas não serem eficazes, teriam andado todos estes anos e continuariam a andar por elas. É a vida, não há almoços grátis.
O ovo frito o caviar e o cozido
A buchada e o cabrito
O cinzento e o colorido
A ditadura e o oprimido
O prometido e o não cumprido
E o programa do partido,
Tudo vira bosta
O vinho branco, a cachaça
O chopp escuro
O heroi e o dedo duro
O grafite lá no muro
Seu cartão e seu seguro
Quem cobrou ou pagou juro
Meu passado e meu futuro,
Tudo vira bosta
Em Portugal:
Governo e oposição
Candidatos e Presidente
Jornalistas de televisão
Futuro e presente
Pagamento nas scuts
Portagens com os chips
Tudo vira bosta,
Ferreira Leite e Pacheco
Moura Guedes e Crespo
Sócrates e Cavaco
Tudo virou bosta
Já agora divirtam-se com a música original em:
Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.
Os políticos e sindicalistas de esquerda radical enchem as ruas com manifestações monumentais, dizendo que têm de ser os ricos a pagar a crise. Também os habituais palpiteiros das televisões começam as suas pregações com a frase “É muito simples, basta …, blá, blá, blá, …”.
Então se é tão simples, e os governos são por natureza preguiçosos, porque é que não adoptam as soluções simples e eficazes dos treinadores de bancada?
Resposta:
Porque mesmo os ministros das finanças mais burros sabem fazer algumas contas.
Como podem ver, a explicação está nos grandes números. Os políticos e as profissões liberais podem ganhar muito mais do que os trabalhadores, mas acontece que o número de trabalhadores é muitíssimo maior.
Não consegui saber os números exactos de todas as parcelas, mas para o raciocínio que pretendo desenvolver um erro mesmo de 30% não altera muito as conclusões.
Exemplo de ordenados | nº de pessoas | |
Prof. Liberais | 5.000,00 € | 5.000 ? |
Deputados | 3.708,00 € | 230 v |
Políticos | 3.500,00 € | 10.000 ? |
Funcionários públicos | 1.200,00 € | 708.000 v |
Trabalhadores privados | 1.000,00 € | 3.500.000 ? |
Conclusão
Por enquanto a redução de ordenados dos políticos é uma brincadeira.
Quando as coisas piorarem vão a seguir os funcionários públicos.
Para o fim ficam os milhões de trabalhadores.
O problema é que os trabalhadores privados estão já nos limites mínimos de sobrevivência, à beira de pobreza.
O mais fácil é mesmo “atacar” os funcionários públicos, que constituem a maioria da classe média citadina que não consegue fugir aos impostos. Para os palpiteiros das televisões e os economistas de pacotilha é mesmo o alvo mais fácil e suculento.
Preparem-se colegas.
Isto pode significar várias coisas:
1- Catroga é extremamente generoso e dá aulas sem nada ganhar ;
2- Catroga não faz nada e recebe uma remuneração (0% de trabalho);
3- Catroga recebe noutros benefícios, mas não tem de pagar impostos;
4- Ou é para esconder algum trabalho já efectuado.
Porque razão esta nomeação vem com retroactividade a 2008?
Andou este tempo a colaborar ilegalmente (2008 a 2010)?
Que isto dá mau aspecto lá isso dá!
Ai se fosse Sócrates, caía o Carmo e a Trindade.
O Sol insiste todas as semanas com o caso Face Oculta.
Se não for só para fazer jornalismo de sarjeta ou salvar-se da falência, até poderá pensar-se que é por autêntico valor patriótico e a bem da moralização e da verdade.
Os tribunais, que são pagos para fazer justiça, parece que nada fazem, ou pelo menos nada nos dizem há muito tempo, sobre este caso e outros
O Jornal Sol, além de ter acesso a todos os documentos confidenciais dos processos, tem belos juízes que todas as semanas ditam as suas sentenças.
Portanto, só há uma conclusão a tirar: Acabem com os tribunais e substituam a justiça pelo jornal Sol.
Sai mais barato e são mais rápidos a tomar as decisões.
Ir ao emprego para nada?
Todos os dias as entradas das grandes cidades se enchem de automóveis, assim como as estações dos comboios e as paragens dos autocarros. Os únicos transportes que se vêm todas as manhãs com pouco que fazer são os táxis – longas filas de carros parados nas praças.
Portanto as pessoas vão para qualquer lado fazer alguma coisa – supostamente trabalhar.
Mas quem trabalha tem de produzir alguma coisa. E se alguma coisa se produz tem de aparecer produto, quer sejam calças ou sapatos, quer sejam automóveis ou computadores, isto nas cidades e seus arredores. Mas na verdade os transportes que se vêem ao longo do dia cruzar as cidades são os caminhões do Continente e do Pingo Doce, além de muitas camionetas de carga de areia e entulho das obras.
Então se os portugueses das cidades vão para os trabalhos e não fazem “produto” visível, então o que fazem? Passam os dias a escrever em computadores importados, a fazerem pesquisas de internet em software comprado, a verem os e-mails dos colegas e dos amigos e os filmes do YouTube, a consultar a previsão do tempo que fará nos dias seguintes, etc.. Os professores, os juízes e os médicos, assim como as profissões liberais vão atendendo os seus clientes nos seus escritórios, e os bancos e seguradoras vão fazendo os seus negócios, mas continua a não haver criação de riqueza que se possa vender a alguém, para pagar os automóveis onde nos deslocamos ou os computadores onde escrevemos e lemos as mensagens dos nossos colegas e amigos.
Tirando a actividade de atendimento turístico – restaurantes e hotéis pouco mais parece fazer-se. Nem pregos, nem camisas, nada se faz que valha dinheiro.
Então e fora das cidades? Bom nos campos pouca agricultura se faz, assim como quase desapareceu a produção de leite, a pesca, as produção de milho e batatas. Os nossos campos servem para plantar árvores para fazer papel e rolhas de cortiça, alguma fruta e muito vinho, mas fica mais ou menos por aqui. Os recursos mineiros e petróleo não existem.
Ainda estão admirados porque devemos dinheiro ao estrangeiro? Eu já não estou.
Mas então, se não conseguimos ou não temos dinheiro para comprar o que nos habituámos a consumir, então temos de viver com o que temos. Vamos passar a ter de nos contentar com usar a roupa mais tempo, a comprar sapatos fabricados em Portugal mesmo que mais feios e pior qualidade, a escolher no supermercado a fruta e hortaliças portuguesas e deixar de comprar salmão para em vez disto comer frango de aviário, etc. Só assim chegaremos a um novo equilíbrio.
Quanto às cidades, para muitos de nós seria mais rentável deixar de ir ao trabalho, não consumindo gasolina cada vez mais cara, assim como os bilhetes dos transportes, não estragaríamos os nossos velhos carrinhos, e deixaríamos de gastar electricidade, papel e tinta de impressoras nos serviços. Em vez de casa novas com móveis do Ikea, devíamos era restaurar as muitas casas mais antigas que estão vazias nas grandes cidades. Além do principal, que era evitar o stress diário e deixar de pedir empréstimos aos bancos.
Nós iríamos ao encontro do nosso equilíbrio e sustentabilidade e talvez fossemos mais felizes. Em vez das mensagens de computador conversaríamos mais com os vizinhos.
Mas os nossos severos críticos nacionais e estrangeiros ficariam contentes por nos tornarmos no Portugal dos pequeninos? Os políticos dos vários partidos não certamente. Quanto aos estrangeiros também não. Nem os holandeses que nos vendem as batatas e o leite, nem os alemães e os franceses que nos vendem os automóveis, submarinos e comboios, nem os coreanos e chineses que nos vendem os computadores e os televisores, ou até os árabes que nos vendem o petróleo, ou ainda os bancos suíços e americanos que nos emprestam o dinheiro que eles próprios roubaram aos ditadores dos países pobres ou receberam dos barões da droga e dos negócios ilegais.
Conclusão
Estamos onde estamos por nossa culpa, mas também porque os nossos parceiros internacionais também querem que isto aconteça. O mal de uns é o bem de outros. A riqueza mundial é constante, o que acontece é que está permanentemente a mudar de mãos. Isto é na realidade um Mundo-cão. É importante rosnar alto e ter dentes afiados para sobreviver com pouco esforço. São poucos os cidadãos do Mundo que são verdadeiramente generosos e sinceros.
Viver dos rendimentos.