. EcP - Economista Português
. Zep - Zé povinho
EcP: - Para salvar a economia portuguesa temos de exportar mais.
Zep: - Mas exportar o quê?
EcP: - Muita coisa! Além do mais é necessário também reduzir as despesas.
Zep: - Reduzir as despesas em quê, por exemplo?
EcP: - Nos desperdícios do Estado.
Zep: - Mas diga-me quais são os desperdícios em concreto.
EcP: - Muita coisa. Tudo o que não é preciso.
Zep: - Então se não me sabe dizer explicar quais são os desperdícios nem o que devemos exportar, diga-me se vê alguém competente para fazer esse trabalho bem feito.
EcP: - Muito fácil. Bastava escolher pessoas competentes. Temos de confiar nas pessoas.
Zep: - Onde estão, por exemplo? De que partido.
EcP: - Há muitos, o que é preciso é dar-lhes boas condições. E que não estejam ligados ao partido do poder. O problema é os "boys" do partido socialista.
Zep: - Já começo a perceber. Os bons são os que ainda não fizeram nada e por este motivo nunca fizeram nada errado. Será?
EcP: - Sim e não. O que é preciso é os do governo ouvirem e seguirem os conselhos da oposição. Não podem ter uma atitude de quero posso e mando.
Zep: - Ah! Os que têm o direito de dizer o que deve e não deve ser feito, não são os que ganharam as eleições, mas os que perderam? Percebi bem?
EcP: - É que os que ganham eleições tornam-se autoritários.
Zep: - Então para quê fazer eleições? Ou então, fazem-se eleições e governa quem perdeu.
EcP: - Pois é. Isso poderia resolver, mas ao fim de algum tempo os partidos faziam campanha para perder as eleições, e assim poderem mandar.
Zep: - Brilhante! Assim é que deverá estar certo. Era como jogar ao perde-ganha, no tabuleiro das damas. Quem tem menos votos é que manda, quem tem menos conhecimentos é que decide, quem trabalha menos é que ganha mais, os mais ricos são os que pagam menos impostos.
EcP: - Está a ver como percebeu. Estamos em Portugal e não na Alemanha companhero!.
BEI – Banco Europeu de Investimentos
BCE – Banco Central Europeu
UBS – União de Bancos Suíços
Barclays (UK) - 21º maior empresa mundial, com mais de 147 000 empregados
Deutsche Bank (Alemanha)
J.P.Morgen (EUA)
Bancos "sem" nome, em paraísos fiscais
Portugal pediu um empréstimo de 1500 milhões de Euros ao BEI para obras várias. (3 submarinos Tridente). Em 22 de Setembro de 2010 Portugal pediu mais 750 milhões de Euros de empréstimo.
Os economistas dizem que quando Portugal tinha o escudo tinha uma defesa para corrigir o défice das contas públicas. Bastava emitir moeda. Isto causava uma desvalorização do escudo e por sua vez aumentava a inflacção. Os trabalhadores ficavam com o seu poder de compra reduzido, mesmo que tivessem um aumento de ordenado de 5 %. Na realidade eram enganados mas ficavam satisfeitos. Os reformados perdiam dinheiro, assim como quem tinha dinheiro no banco. O que era verdade é que aumentavam as exportações e diminuíam as importações, pois os artigos estrangeiros ficavam muito mais caros. Quando não havia divisas, simplesmente não se comprava, desenrascávamos com o que havia.
Agora já não há o escudo. A economia é global. A Comissão Europeia proíbe o proteccionismo. A crise não é só em Portugal, todos se queixam. Mas se todos estão “à rasca” (como se diz na linguagem de caserna), e se isto não for “bluf”, então temos o Euro para desvalorizar. Façam mais moeda. O Euro fica mais fraco, aumentam as exportações da Europa para o Mundo e diminuíam as importações. Os salários reais e poder de compra diminuem. Tudo perfeito para retomar um certo equilíbrio pela fórmula antiga. Então porque não se faz isto?
Resposta: Porque alguns países, ou alguém dentro destes países, estão a fazer o tal “bluf”. Queixam-se da crise mas na verdade estão a ganhar fortunas com ela.
Quem são estes senhores? Difícil para mim identificar, mas não devem estar longe dos grandes bancos Europeus ou dos paraísos fiscais, ou alguns países como a Suíça, Luxemburgo e a Alemanha onde estão as sedes desses bancos. Então não é verdade que se alguém fizer um depósito das suas poupanças dão um juro de 1,2 %, mas ao governo português emprestam a 6,2 %. Isto é uma mina. Venha a crise dizem eles. A Alemanha ajudou a Grécia? Engano! Os bancos alemães emprestaram à Grécia a um juro de 5% numa altura de crise onde poucas empresas viram o preço das suas acções aumentar num valor próximo dos 5 %. Portanto, mais um bom negócio?!
Quem se está a rir ...
Alemanha: Previsões apontam para crescimento recorde, 3,3 por cento em 2010 – um dos maiores de sempre dos países industrializados.
Vejam e contem quantos automóveis de luxo há só na vossa rua. Contem só os BMW, os AUDI e os Mercedes (só modelos mais caros), com menos de 3 anos. Vão ficar surpreendidos, mas vão perceber melhor onde está e onde não está a crise.
Bancos
Como é que os bancos têm milhões de milhões para emprestar?
Como acumularam esse dinheiro?
Os bancos nada produzem de útil. Não fazem alimentos nem bebidas, não constroem casas nem fabricam roupa, não exploram poços de petróleo, não plantam florestas, nada! Então como ganham estas imensas fortunas?
– Precisamente, especulando com o dinheiro de outros!
Solução?
- Nada fácil!
Que tal um dia os povos e alguns governos revoltarem-se e deixarem de pagar aos bancos? Depois não se queixem dos exageros e das injustiças dos comunistas. Não se admirem com os que tomam atitudes radicais. Aliás, foi pela ameaça comunista que o Ocidente melhorou o seu nível de vida. Agora que essa ameaça desapareceu, os especuladores do capitalismo selvagem aproveitaram para encher os bolsos.
Basta!
Conversa de café entre dois pescadores do Tejo.
- Vê lá tu que vão fazer o CAV(1) de Espanha até Poceirão, mas não chega a Lisboa, fica a 10 km de Lisboa no outro lado do Tejo.
- Pois é. Tudo obra dos incompetentes socialistas. Já que fazem uma parte da linha de comboio deviam fazer tudo completo. Ou faziam tudo ou mais valia não fazerem nada.
- Claro, assim é que devia ser.
Mas o diabo que está lá no céu e vê e ouve tudo diz:
- Oh seus imbecis, por essa teoria Portugal ainda não tinha caminho de ferro de Lisboa até ao Porto, pois a primeira linha, também depois de fortíssima controvérsia, foi de Lisboa ao Carregado e assim se manteve durante dezenas de anos.
Deus, do outro poleiro comenta.
- A besta rabuda do diabo não sabe o que diz. Afinal os pescadores acabam por ter razão, durante muitos anos o caminho-de-ferro para o Porto foi só Lisboa – Carregado e não serviu mesmo para nada.
Conclusão
Os engenheiros, os economistas, os empregados das fábricas e muitos outros que se dediquem à pesca. Afinal vivíamos tão felizes nos tempos dos bárbaros. Dormíamos em cavernas, andávamos a pé o necessário para apanhar uns frutos e caçar umas lebres e uns veados. Para quê a canseira de construir estradas, aeroportos, caminhos-de-ferro e portos? Deixem esses luxos para os japoneses e para os alemães, que se calhar nem são felizes com tudo o que têm.
Viva a idade da pedra, de preferência não lascada, para poupar o trabalho de a lascar.
Aliás, Portugal deveria ser classificado como “reserva integral”, ou seja, um local onde não fosse permitida nenhuma intervenção de desenvolvimento tecnológico, santuário onde os visitantes civilizados viriam ver como se vivia no tempo das cavernas.
(1) CAV – Comboio de Alta Velocidade
Dados históricos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_Lisboa-Carregado
A Linha-férrea Lisboa-Carregado (Vala do Carregado), foi a primeira linha ferroviária a entrar em actividade em Portugal. Foi inaugurada a 28 de Outubro de 1856. As primeiras grandes linhas férreas começaram a ser construídas em Inglaterra em 1804.
Em 1847 começaram a ser elaborados vários projectos com vista à construção de linhas férreas em Portugal. Só alguns anos mais tarde é que se deu corpo a essa iniciativa, com o início da construção do troço Lisboa-Carregado, em 1853. As obras estiveram a cargo da Companhia Central e Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal e demoraram três anos.
No dia da inauguração, pelas 10 horas da manhã, o comboio real, traccionado pelas locomotivas Santarém e Coimbra, fez o percurso de Lisboa ao Carregado, com 36,5 km, em cerca de 40 minutos. O rei D. Pedro V ia a bordo.
A difusão da máquina a vapor em Portugal foi tardia e lenta, embora date de 1817 a primeira tentativa, aliás, não efectivada. Só em 1835 isso viria a acontecer. Reveste-se da maior importância a verificação de que é na resolução do problema dos transportes nacionais que a máquina a vapor surgirá, pela primeira vez, no país em 1821, na navegação do Tejo e, em 1823, na ligação marítima entre Lisboa e Porto.
Quanto a comboios, a partir de 1840 criou-se um clima de expectativa mediante as descrições jornalísticas das maravilhas ferroviárias do estrangeiro, "onde a rapidez do homem excede a do vento".
Nesta época, recusava-se a crer na viabilidade dos caminhos-de-ferro portugueses e pronunciavam-se antes pela abertura de estradas porque a realidade económica e demográfica portuguesas não suportariam a instalação caríssima de tão revolucionário meio de transporte.
Os cerca de 50 anos de atraso em relação ao que se vai passando lá fora manteem-se. É a sina da cigana - está escrito no céu desde o tempo dos romanos.
Nota mesmo final: Estude-se história. Em Portugal tudo já aconteceu antes.
Por Agencia Lusa , Publicado em 13 de Setembro de 2010 |
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que as redes públicas de saúde e de educação devem incluir instituições estatais e privadas, devendo o Estado responsabilizar-se pelo seu financiamento.
Dar dinheiro aos privados?
Passos Coelho afirmou ainda que "o PSD defende, em bens sociais tão importantes como a educação, como a saúde, sistemas que sejam universais e que sejam gerais" e considerou que houve "uma intoxicação que fez efeito, lançada um bocadinho pelo PS", sobre a posição da direção social democrata nesta matéria.
Parecer de "O Jumento": http://jumento.blogspot.com/2010_09_12_archive.html
Este Pedro Passos Coelho tornou-se no grande defensor do Estado Social, um dia destes ainda deixa Massamá e vai morar para a Pedreira dos Húngaros.
Nota final: Tenho pena de tantos tiros nos pés, de uma pessoa com quem simpatizava.
Eu deixei hoje de perceber Passos Coelho. Depois de complicar tudo, agora não percebe? Veja-se post chamado SCUT, PSD, PS, CHIP, de 2 de Julho 2010.. http://eu-calipto.blogs.sapo.pt/30859.html
É caso para dizer:
- Daa aa ?! Depois as sondagens descem.
?
Terminou (não-terminou) o processo “Casa Pia”. O tribunal condenou seis acusados de crimes de pedofilia. A primeira tentação é concordar com as condenações e ficar muito satisfeito com o final da história. Depois de ouvir os argumentos dos dois lados começam as dúvidas. Causa arrepios só de pensar numa, mesmo que muito remota, possibilidade de se estar a condenar um inocente. Afinal parece que não há provas tão concretas como, fotografias, gravações telefónicas, contas bancárias, registos escritos, testemunhas independentes, nada. Apenas os testemunhos de duas das alegadas vítimas. Os tribunais não nos podem deixar nesta dúvida. Não pode haver a mínima possibilidade de se poder ter condenado um inocente. Um dos princípios mais importantes da justiça e do bom senso considera a importância relativa destes dois valores, diz que em caso de dúvida mais vale deixar um suspeito de crime sem condenação do que condená-lo se ele for inocente. Neste caso de dúvida o suspeito deve ficar debaixo de vigilância, porque, ou nunca mais repetirá o crime, ou o mais provável é que volte a repeti-lo e à segunda não se pode perder a oportunidade de apresentar provas irrefutáveis.
Não dar ouvidos às dúvidas é próprio das ditaduras. Claro que Salazar, Hitler, Mao Tse Tung, Estaline e outros ditadores, nunca tinham dúvidas ou em caso de dúvida condenavam logo os suspeitos. Isto pode tornar-se uma arma perigosíssima tanto para fins políticos como económicos. Basta alguém não gostar de outro, e dá uns dinheiros a um marginal para ele fazer uma acusação a alguém e essa pessoa pode ficar com a vida estragada. Não é difícil encontrar quem queira fazer isto e ainda passar por herói. É o vale tudo, com vantagem para quem não tem carácter.
Não digo que isto tenha acontecido no processo Casa Pia, mas faz-me alguma confusão a coincidência das acusações de pedofilia terem aparecido com uma forte inclinação só para um lado da cor política, e ainda os exageros dos primeiros tempos do processo como os álbuns de fotografias à escolha das vítimas, ou a falta de confiança e de credibilidade reveladas posteriormente pela principal jornalista que despoletou o caso. A Sra Felícia Cabrita já foi reconhecida noutros casos jornalísticos posteriores por manipular informação e por criar confabulações extremamente elaboradas e comportar-se de forma politicamente orientada.
Começo agora ater dúvidas se tudo se passou exactamente como foi concluído pelo tribunal.
O ponto da situação é este: Haverá muitos que acreditam em tudo como está dito e uns poucos que ainda têm a ousadia de ter dúvidas.
Uma coisa é certa - se alguém tiver sido condenado injustamente contem com a energia infinita dos inocentes.
Conclusão
Só o tempo nos trará mais clarividência e compreensão do que realmente se passou. A verdade ainda estará a caminho mas há-de chegar, para um lado ou para outro.
Nota final: O que é estranho é um jornalista ter afirmado que ainda hoje, no próprio dia do final do julgamento, continua a existir ainda pedofilia de beira de estrada em alguns locais de Lisboa e a polícia e os srs. jornalistas não irem lá salvar esses adolescentes e identificar os “clientes”. Porquê? Porque não são figuras públicas ou do partido do poder? Quem sabe?
Cliquem neste endereço para lerem uma excelente análise sobre este assunto: http://manualdemauscostumes.blogs.sapo.pt/54163.html