Dois casos a ponderar
João Ferreira do Amaral
24 Jun 2011
Agora que a continuidade da participação na
Zona Euro de países economicamente débeis
como Portugal e a Grécia parece estar posta em
causa, convém recordar duas experiências de união monetária
(ou quase) que podem ilustrar as consequências da
permanência ou da saída do euro.
Em 1989, caiu o muro de Berlim. Logo em 1990, a Alemanha
se reunifi cou politicamente e monetariamente: ou
seja, por decisão do governo alemão, o marco da
República Democrática passou a valer o mesmo
que o marco da República Federal. Desta forma,
tal como Portugal com o euro, a Alemanha Democrática
entrou para uma união monetária com um câmbio
demasiado alto e sem uma estrutura produtiva que
aguentasse uma moeda forte.
O resultado é que passados vinte anos de massivas
transferências de dinheiro para o Leste, quer por parte
do governo federal querpor parte da União Europeia,
os estados do leste alemão continuam pobres e com
taxas de desemprego de dois dígitos.
O segundo exemplo é a Argentina. A Argentina
ligou a sua moeda ao dólar nos anos noventa.
O resultado foi que perdeu competitividade e,
assim, acumulou dívida externa que a fez entrar
em bancarrota. Isto - note-se - apesar de ter um orçamento
quase equilibrado.
Quando, a partir de 2002, se libertou dessa quase união monetária
com o dólar, e depois de uma quebra grande em 2003, a
Argentina tem tido uma taxa de crescimento média anual
do PIB de 7,5% e já fez descer o desemprego para baixo
dos 8% da população activa, quando em 2003 tinha mais
de 20% de desempregados. Foi um processo muito penoso
a saída da ligação ao dólar - os argentinos deixaram apodrecer
demasiado a situação - mas valeu a pena.
A Argentina não está hoje isenta de problemas (o
principal dos quais é a inflação) mas tem um futuro
à sua frente, coisa que não tinha antes da bancarrota.
Penso que quem olhar com cuidado para estes dois
exemplos, aceitará com naturalidade que a saída
de Portugal da Zona Euro é uma opção que
deve ser encarada de forma séria e sem dogmatismos
nem preconceitos.
Acaba-se de ouvir Passos Coelho a dizer na SIC-N que esta opção pela "classe económica" é só para valer nos voos para a Europa. Nos voos de longo curso, os contribuintes que tenham paciência.
Mais rápido do que eu imaginava, veio a saber-se do engano.
A fantochada é maior do eu imaginava. Passos foi criar problemas ao comandante do avião e à tripulação. O comandante tem por obrigação e código de honra zelar pelo conforto dos passageiros VIP. Então cria um "cordão sanitário" à volta da comitiva governamental.
Em resumo, Passos Coelho pagou menos mas criou mais problemas e prejuízo à companhia aéria do que se fosse em executiva.
Última hora 25 Jun 11 20:00.
Afinal a viagem de Passos Coelho foi oferecida pela companhia aéria. Mais barato não há. Se oferecerem tudo aos governantes eles não fazem despesas - um exemplo de austeridade. Eu também quero fazer esta austeridade
Mais uma brasa para a fogueira
Segundo Sousa Tavares, no mesmo avião em que Passos viajava de borla um autarca ia em executiva...
Eu prometi a mim mesmo que não criticaria Passos Coelho antes de seis meses ou um ano, porque acho que não se devem fazer juízos apressados sobre o carácter, as intenções ou o comportamento dos outros sem ter a certeza do que estamos a dizer.
Mas esta pequena coisa não resisto. Passo Coelho viajou hoje, dia 22 de Junho de 2011 para Bruxelas com mais quatro assessores, para participar numa cimeira dos chefes de Estado da Zona Euro. Viajou em classe turística para dar o exemplo de poupança, cerca de 2000Euros. Dizem que é para moralizar e dar o exemplo.
Ora isto é puríssima demagogia. Sendo a viagem feita na TAP que é empresa Pública não poupou nada. Torna-se até ridículo perante os outros chefes de Estado. A única coisa positiva para nós, mas muito má para ele, é que chama a atenção da comunicação social para qualquer gasto menos justificado. Pode ter sido mais um tiro no pé daqueles em que Passos parece ser um especialista (tipo Fernando Nobre, telefonema de Sócrates, etc.).
Se era para dar o exemplo, perdeu uma oportunidade ao não manifestar publicamente o seu desacordo com as notícias dos jornais a que Filipe Menezes disse que queria fazer um túnel debaixo do Douro, para ligar Gaia ao Porto, com um custo de 53 milhões de Euros. Também o seu conselheiro para derrubar o governo do PS - Marco António - quer uma ajuda do Estado de 2 000 milhões de Euros para cobrir o défice do Metro do Porto e mais 80 milhõesc para construir mais quatros linhas.
http://www.ionline.pt/conteudo/62645-metro-do-porto-situacao-financeira-insustentavel
“Marco António Costa diz que a situação é preocupante, mas Mário Almeida desdramatiza. Já Rui Rio pede salários de administração mais baixos”.
Ou seja, Marco António é vice de Menezes na Câmara de Gaia e faz parte da Administração do Metro do Porto. Acumula. Quanto ganha em cada lado? O que é isto? Acabam as grandes obras nacionais e começam as grandes obras nos quintais dos amigos?
Um livro publicado pelo nosso Ministro da Economia, Obras Públicas, da Energia, do Trabalho, da literatura, da religião, etc., sei lá que mais.
É bom recordar o que Paulo Portas disse em 2003.
(Talvez Ana Gomes não seja tão parva com alguns querem fazer querer)
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/paulo-portas-encerra-debate-com-ataque-cerrado-ao-ps_1155508
"O anterior Governo (socialista) era formado por um só partido, mas nunca conseguiu superar a imagem que era uma soma de facções", contrapôs Portas.
Na sua intervenção, o ministro de Estado e da Defesa procurou ainda afastar a ideia de que o actual Governo seja radical e conflituoso. "O Governo faz questão em não regatear qualquer esforço para praticar a harmonia entre órgãos de soberania", sustentou Portas, numa mensagem dirigida ao Presidente da República, Jorge Sampaio.
Neste capítulo, Portas procurou também ligar o Executivo de Durão Barroso ao diálogo social, dando como exemplos o esforço de consenso na elaboração do Código de Trabalho. "Para este Governo, a concertação não é um pretexto para não decidir, mas uma ocasião para melhorar as soluções", advogou o ministro, antes de criticar "a radicalização do PS", sob a liderança de Ferro Rodrigues.
"O PS é hoje um partido grevista, derrotista, catastrofista e até ressentido. O PS pode aproximar-se das manifestações do costume, mas afasta-se dos portugueses que esperam ter um partido candidato a governar o país", lamentou o líder do CDS-PP.
Paulo Portas dirigiu-se mesmo directamente ao secretário-geral do PS, deixando-lhe um conselho político: "Senhor deputado Ferro Rodrigues, pode não encarar a maioria PSD-CDS nestes debate, mas encare pelo menos a realidade", disse, insistindo que haverá convergência entre a pensão mínima e o salário mínimo até 2006.
No discurso que fez a meio do debate, Ferro Rodrigues havia criticado Paulo Portas por dizer ter provas sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque.
No final do debate, Paulo Portas não deixou ficar esta questão sem resposta: "Estou certo que as armas de destruição maciça serão descobertas. Nessa altura, Ferro Rodrigues revelará o quanto foi negligente face a uma ameaça à segurança mundial".
No acordo político hoje assinado por Passos Coelho e Paulo Portas são definidos os 10 principais objectivos do governo de coligação.
Tópicos:
1) Gerir e resolver a grave situação financeira, …
2) … retoma do crescimento económico …
3) Garantir o Estado Social …
4) … transformações estruturais … e diminuir a despesa do Estado, …
5) Abrir um novo horizonte de futuro à juventude, …
6) Aumentar a poupança, reduzir o endividamento externo, exportar mais …
7) … promovendo a mobilidade, a reabilitação urbana e a diminuição do endividamento das famílias, ...
8) Reformar a justiça, ...
9) Promover o desenvolvimento humano e social, …
10) Garantir …, segurança dos cidadãos, ...
Em resumo,
Como objectivos não estão mal. O problema é que qualquer pessoa de médio senso percebe que não são realizáveis na sua plenitude durante muitos e muitos anos, se alguma vez. Alguns já vêm do tempo de Afonso Henriques. Na prática não são melhores do que as promessas de Durão Barroso de que “… não haveria TGV nem novo aeroporto enquanto houvesse uma criança numa lista de espera de um hospital”. Assim que surgiu uma oportunidade esqueceu-se das criancinhas e foi para o “bem-bom” em Bruxelas.
Agora coloca-se o contador a zeros e voltaremos à contabilidade mensalmente.
Por favor olhem para este gráfico durante um minuto, datas e inclinações da curva.
Nota: Em 2008 houve uma crisesinha Mundial (segundo opinião da
condecorada Manuela Ferreira Leite).
Como já estou muito farto de política vou começar a ler só jornais desportivos.
Garcia Pereira recusa representar Portas contra Ana Gomes
O advogado António Garcia Pereira revelou hoje ter recusado o pedido feito pelo presidente do CDS-PP, Paulo Portas, para avaliar as declarações feitas pela eurodeputada socialista Ana Gomes e ponderar uma eventual acção judicial.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=516200&page=0
E você que me lê. Era capaz de defender Paulo Portas?
Mesmo do fundo do coração acham que é uma pessoa generosa, desinteressada e boa?
Eu não!
Ou seja só depois de ele explicar muitas coisas, por exemplo, para que tirou 60 000 fotocópias de documentos quando saiu do Ministério da Defesa, porque teve donativos do partido com nomes inventados, dinheiros da Universidade Moderna, Casa Pia, etc., etc., etc.,
Nas comemorações do 10 de Junho de 2011 Cavaco condecorou Manuela Ferreira Leite e no discurso, entre outras baboseiras afirmou: “… ter escolhido Castelo Branco para as comemorações do 10 de Junho para colocar o interior do país para a discussão da agenda nacional, alertando para as desigualdades do país e para o despovoamento.”
Indo um pouco à historia recente de Portugal, lembremos o ex-ministro de Cavaco Silva, José Falcão e Cunha (já falecido), que ocupou a pasta do Emprego e da Segurança Social no XII Governo Constitucional em 1995, a última vez que Cavaco Silva liderou o executivo.
Este antigo secretário-geral do PSD foi condecorado por Cavaco Silva a 10 de Junho de 2007, com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito Civil.
Numa sessão do PSD (entre 94 e 95) o então ministro gabava-se da brutal redução da população agrícola como indicador de sucesso da transição do sector, sem que, todavia, tivesse explicado o que estava a fazer a tanta gente que tinha deixado o mundo rural (jumento.blogspot).
Agora Cavaco está preocupado com o despovoamento do mundo rural? Dâa!
Nota: Palavra interessante: condecorações; conde-corações; con-decora-cães; com decorações, ...
Algumas fotografias e capas de jornais são mais reveladoras de sentimentos mesquinhos dos seus directores e jornalistas do que muitas palavras. Sócrates já lá vai e alguns jornalistas de sarjeta não desistem de perseguir o antigo Primeiro-ministro de Portugal. As eleições deram-nos outros protagonistas políticos que devemos avaliar e vigiar atentamente. O Sol e Correio da manhã vão continuar a brindar-nos com títulos de primeira página sobre quem já não vai contar nada daqui para diante.
É certo que Sócrates ajudou a dar lucro e assunto de conversa a muitos jornalistas incompetentes e imbecis. Agora parece que não sabem do que falar e repetem noticiazinhas de cacaracá vezes sem conta.
Mas o comportamento das pessoas obedece a lógicas que a psicologia e a sabedoria popular há muito identificaram em duas frases conhecidas:
“Os incompetentes são desconfiados e inseguros”.
“Os mau carácter e imbecis são vingativos”.
Notícia falsa do Sol. Sempre os mesmos?
Ainda não sabemos o que move estas capas de jornais, vinganças pessoais? Insegurança relativamente aos novos dirigentes eleitos? Imbecilidade simples e exploração dos sentimentos mais mesquinhos dos leitores para venderem jornais?
Vai ser fácil perceber ao que andam certos senhores, bastará continuar a ler as letras gordas das capas de certos jornalecos.
Acabei de ver na SIC um programa de comparação entre um automóvel a GPL e um automóvel a gasolina. Nas conclusões, para um mesmo valor de combustível (10 Euros), o carro a GPL fez mais cinquenta e tal quilómetros. Depois, noutras comparações o jornalista confirmou que não há perda de espaço na bagageira porque o depósito de GPL é colocado no local do pneu sobresselente.
Claro, e o pneu passa a ser colocado em cima da cabeça do condutor não é?
Homem: Está? É Deus?
Deus: Sim, sou Eu.
Homem: Posso pedir-lhe uma coisa?
Deus: Sim com certeza. Eu sou Deus. Diz o que te preocupa?
Homem: Não tenho tempo na minha vida para pagar o meu empréstimo. O que representa para si o tempo?
Deus: O Tempo não é problema para mim. Um milhão de anos representam para mim menos de um segundo.
Homem: O que representam para si 550 mil Euros?
Deus: Só 550 mil? Um milhão de Euros representam para mim menos de um cêntimo.
Homem: Então empresta-me 1 milhão de Euros?
Deus: Sim claro! Espera um milhão de anos meu filho!
As pessoas sábias falam sobre ideias.
As pessoas comuns falam sobre coisas.
Os imbecis falam sobre pessoas.
Quase nunca falha. Se alguém está contigo e só sabe falar sobre outros, ou só vê programas de televisão sobre pessoas, ou só vê telenovelas, ou só lê revistas de “gente da sociedade”, certo e sabido que estás perante um imbecil. Vai-te afastando, … tando, … ando, …, do.