25 de Abril
Declaração de interesse: Há muito tempo que não gosto da maneira de ser e de se comportar de Cavaco Silva, portanto não sou isento na minha avaliação dos discursos de homem (como diz Marcelo).
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=59802
Voltando ao discurso:
"Portugal tem de dar uma imagem positiva ..."
O Sr.. Presidente da República Portuguesa insistiu que Portugal tem de dar uma imagem positiva, que os jornalistas têm de mostrar o que há de bom, etc.. Aparentemente isto não tem nada de mal nem faz mal a ninguém, tal como um copo de água morna.
No entanto, se escutarmos com má vontade descobrimos que o Sr.. Presidente não disse que os portugueses têm de ser melhores, o que ele tentou realçar é que temos de mostrar, o que é importante é a imagem. Ou seja, pegando na velha frase de que Marcelo e outros tanto gostam "À mulher de César não basta ser séria, também tem de parecer séria", o nosso presidente tenta impor uma nova versão "A mulher de César não precisa de ser séria, o que é importante é que pareça séria". Ora isto é precisamente a filosofia da prostituta (o valor económico é mais elevado se parecer séria). Como Cavaco é economista compreende-se.
Ainda relativamente às comemorações, salientou-se que o 25 de Abril representa a liberdade de ter uma opinião livre sobre o que quer que seja, mas muito importante é também aceitar as tais opiniões diferentes sem fazer comentários deselegantes ou agressivos. Foi o que não aconteceu por parte do deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, que chamou aos capitães e a Mário Soares e Manuel Alegre "a brigada do reumático". Ora eu chamaria a este senhor "gordo balofo", pois acho que ele gostaria de ser assim tratado. O filho de Menezes não disse que isto era uma chafurdice política? É o 25 de Abril no seu pior.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=547718&tm=8&layout=122&visual=61
Neste país já não nos devemos admirar com as coisas muito pouco prováveis que nos podem acontecer, quanto mais com aquilo que pode mesmo acontecer.
Se tem alguma atividade relevante profissional, social ou política, não se admire se um dia abrir um jornal e vir o seu nome na primeira página, indiciado como suspeito de um crime, muito antes de receber uma carta do tribunal a dizer para ir lá explicar o que a justiça pensa de si.
Porquê?
Resp. nº 1: Porque quando alguém sem caráter quer prejudicar uma pessoa de quem não gosta, a maneira mais fácil é arranjar uma denúncia anónima, enviar para o Ministério Público (agora até através de internet), e os senhores juízes, se acharem que o visado não é das suas simpatias, se encarregam de enfabular um processo, ordenar escutas, fazer buscas e investigação e depois passar tudo aos jornalistas de sarjeta. Tudo isto antes do visado ter sequer tempo de se defender.
Resp. nº 2: Quando um jornal de sarjeta está com falta de vendas, nada mais fácil do que contratar uma jornalista de investigação suja e encomendar um grande escândalo sobre alguém muito conhecido (condição obrigatória ser conhecido e de preferência a história envolver sexo, caso contrário a suspeita de rede organizada de corrupção também serve). Depois colocar tudo na primeira página e ir servindo ao público às pinguinhas. Grandes capas e pouco conteúdo no interior, é esta a receita.
Resp. nº 3: Porque em Portugal a condenação mais pesada não é a dos tribunais, mas sim a do julgamento popular, preparada e servida pelos meios de comunicação social. O que o juiz decide no final do julgamento poucos acreditam. A convicção geral que todos acreditam e fica para sempre colada a um inocente é "... aquele tipo teve problemas com a justiça, portanto alguma coisa fez de mal, mas teve sorte - safou-se". Ninguém pergunta pelo erro judiciário e poucos reclamam contra os que induziram o erro ou contribuíram para a descredibilização.
Conclusão
Não se "ademire ", tal como diz o cartaz colocado à porta de uma fábrica abandonada em Alcântara.
Evidências? - Basta abrir alguns jornais todos os dias ...
O mais recente (23 Abril 2012)
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=59435
E perdem os tribunais portugueses tempo com isto, traumatizando um jovem que apenas fez o que todos os outros fazem:
Perguntas sem resposta
12 Abril 2012
O julgamento de um tribunal alemão relativo a quadros da empresa Ferrostaal sobre o pagamento de subornos na venda de submarinos a vários países visando diversos dirigentes do grupo, terminou com dois dos ex-executivos aceitando a proposta de conciliação do tribunal e admitiram ter pago subornos à Grécia e a Portugal.
O ex-administrador da Ferrostaal Johann-Friedrich Haun e o ex-procurador Hans-Peter Muehlenbeck admitiram que, no caso português, o suborno tinha sido pago ao ex-cônsul honorário em Munique, Jürgen Adolff.
A acusação das autoridades alemãs afirmava terem sido pagos 1,6 milhões de euros ao ex-cônsul, para que este lhes arranjasse contactos dentro do Governo português (só para os contactos ?).
Em Portugal, a investigação ao caso dos submarinos resultou em dois processos, um referente à compra dos submarinos e outro às respectivas contrapartidas.
O processo dos submarinos nasceu a partir de duas escutas a conversas de Abel Pinheiro e Paulo Portas no âmbito do caso Portucale, cujo acordão foi conhecido nesta quinta-feira e em que todos os arguidos foram absolvidos.
Agora pergunto eu:
1 - Porque razão o processo dos submarinos não avança? Só o Manuel Godinho é que é vigarista? Não foi o CDS que falsificou nomes para justificar a entrada de dinheiro no partido? “Jacinto Leite Capelo Rego”, etc., ainda gozando com o assunto? Fala-se em 1 milhão de euros depositados numa conta do CDS em Londres.
2 – Porque razão tanta gente quer ouvir as escutas de Sócrates a dizer que queria a Manuela Moura Guedes fora da televisão e ninguém pergunta pelas escutas de Paulo Portas e Abel Pinheiro a falarem dos submarinos?
3 – Por onde andam os nossos jornalistas justiceiros: Felícia Cabrita; José António Saraiva; Mário Crespo; Octávio Ribeiro; Manuela Moura Guedes, etc., e os investigadores Cristóvãos e os superjuizes vidais e alexes, etc.?
O CLAN DUARTE LIMA e o POLVO LARANJA
1- A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redireccionada pela investigação e pelos Media para passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar cabo do PSD.
2. Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.
3. O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN, inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A tática então escolhida pelo polvo laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a “asfixiar” a comunicação social ! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.
4. Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.
5. Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões , amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras. Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a “cedê-los generosamente” ao Estado para lá construir o IPO.
Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia ser ajustado entre os amigos vendedores e compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.
6. Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha ótimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.
7. Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projeto não será da responsabilidade do município de Oeiras."
8. Como assim, "mudança de opinião do governo"?
9. Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.
10. No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se “lixou” o projeto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.
11. Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês. Não sabemos o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes. Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projecto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clan do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja (ª).
É bem possível que essa tenha sido a razão.
(ª) - É bom que se entenda que o polvo laranja tem o seu pai no Senhor Silva, hoje PR, que nunca falou sobre o BPN, mas o lodo deste senhor é bem maior !!! Oxalá Portugal fosse uma França !!!
Nota final: E Sócrates, santo ou demónio, lá foi ajudando a vender jornais - até hoje. E os senhores juízes Alexandres, Vidais, etc., lá foram deitando para a fogueira alguns inocentes, para alimentar o fogo da revolução mafiosa.