Hoje Francisco Louçã teve mais um rasgo de boa imaginação nas suas imagens figuradas para ilustrar a realidade.
Face aos problemas dos países do Sul, o governo de Paços Coelho inibe-se de tomar posição e defender-se junto daqueles com quem partilha os mesmos problemas (Grécia, Irlanda, Espanha e Itálida). Portugal vai beneficiar da contestação dos gregos e da sua dificuldade em cumprir os compromissos com a troica.
Em vez disso prefere fazer a figura de “bom aluno”, ou seja, neste caso, não reagir a nenhuma das imposições de austeridade, de pagamento de juros exagerados, defender o aumento de prazos de pagamento, etc.
Paços Coelho prefere fazer de morto e esperar que os problemas se resolvam sem ele ter de lutar.
Mais ou menos é como no desembarque da Normandia alguns soldados fazerem de mortos para não chamarem a atenção dos alemães. Individualmente esta estratégia pode aumentar ligeiramente a probabilidade de sobreviver, mas essa salvação será à custa de outros que lutam.
Imagine-se então que todos os soldados que desembarcavam tinham a mesma ideia e todos se deitavam na praia sem dar um tiro, à espera que os alemães tivessem pena deles e lhes poupassem as vidas. Poderiam morrer todos sem causar a mínima baixa aos alemães, ou então os alemães poderiam descer à praia, prender todos e enviá-los como escravos para um campo de concentração onde morreriam de fome. É esta a opção de Paços Coelho – a salvação através da cobardia e da submissão. É um coelho! Está tudo dito.
Mas se alguém tiver a verdade, talvez não saiba que a tem.
Por este motivo é que devemos ouvir todos. Ouvir aqueles com quem tendemos a discordar e aqueles com quem tedemos a concordar.
Então se concordam com esta motodologia ouçam este homem,
Todas falam dela, mas ninguém sabe bem o que é, e como vamos sair dela.
Serve para quê? Serve a quem?
Não se sabe como, mas criou-se um ciclo vicioso em que os que ganham menos estão a pagar os “vícios” dos que ganharam muito e começaram a perder algum.
Uma explicação é a globalização. Os mercados liberalizados permitiram que os chineses vivessem um pouco melhor e os ocidentais tenham de viver bastante pior. Os produtores de energias fósseis ficam cada vez mais ricos, obscenamente ricos, quase sem saber como nem porquê. Sem nada fazerem para isso, o dinheiro nasce-lhes debaixo dos pés.
Mas se não é sustentável ganhar para ter um bom automóvel, tentando pagá-lo com batatas ou garrafas de vinho, também não será sustentável a médio e a longo prazo, viverem como “nababos” do dinheiro fácil do petróleo ou de salários para não morrer de fome.
Chegamos aqui ao síndroma do Titanic. Os da primeira classe vêm os outros passageiros da turística a afogar-se mas continuam a beber e a dançar, porque eles são superiores, estão benzinho e vão ficar a salvo.
Um dia os chineses não vão ter a quem vender as suas lâmpadas de leds, nem os seus parafusos de aço macio, assim como os árabes e os angolanos não terão a quem vender petróleo. O Mundo está em permanente mudança. Estão a despontar modos de produção de energia que farão do petróleo e dos painéis foto voltaicos uma tecnologia obsoleta. Saibam o que é a “bloom energia”.
Quanto à austeridade, vejam este vídeo.
Não dá a solução, mas explica como chegámos aqui.
Foi feito há dois anos, mas vejam como é atual.
Funcionários públicos, uma palavra feia para designar trabalhadores pagos pelo Estado (professores, médicos e enfermeiros, serviços de segurança, bombeiros, pessoal dos laboratórios de Estado, serviços de normalização e inspeção, militares, serviços de limpeza, etc.), tudo é dispensável.
Alguém há-de fazer o trabalho deles, pago certamente. Se este pessoal depender de privados tem de haver uma empresa a gerir, a ir aos concursos, a tomar a decisão de admitir e de despedir pessoas, logo, alguém que só manda mas não trabalha (não faz as tarefas práticas realmente indispensáveis).
Aparece neste serviço privado uma nova parcela, que é o lucro do empresário, do "Deus" empreendedor (ver exemplo em *Nota).
Mas para vencer os concursos é preciso demonstrar eficácia ao menor preço, mas também ter bons contatos, bons amigos no governo. Pelo menos é isto que se tem vindo a ver em muitos casos - as clientelas políticas, as fortunas hereditárias familiares (Champalimaud, Belmiros, Alexandres Soares dos Santos, Américos Amorins, etc., filhos de papás ricos, mulherzinhas gastadoras e primos na Suíça).
Conclusão. Quem trabalha recebe menos, quem não trabalha recebe mais. Deixa de haver ou fica muito reduzida a classe média.
Para onde vai então o dinheiro dos salários pagos aos funcionários públicos? Se não meterem debaixo do colchão, ou não queimarem em cigarrilhas de notas, ou não gastarem em viagens de luxo no estrangeiro ou a comprar SUVs, nem roupa de marca, nem telemóveis desnecessários, é distribuído pelos pequenos comerciantes, pelos agricultores, pelos dentistas e oculistas, ou pelos médicos privados, advogados, oficinas, cabeleireiros, etc., até pelas senhoras de limpeza e enfermeiras que tomam conta de idosos.
O dinheiro que não vai para o estrangeiro circula e faz estimular a economia, fazendo uma distribuição com critério de serviço bem prestado, melhor do que o Estado dar subsídios de TSU e fundos perdidos, ou beneficiar os "empreendedores" dos serviços públicos privatizados.
Acaba-se com a classe média que muda de opinião com as asneiras dos políticos, que faz crítica às decisões dos governos, que promove a cultura, e no final temos uma sociedade de miseráveis imbecilizados, a viver de umas esmolas dos patrões ricos.
Certamente não é isto que muita gente que votou no PSD quer, mas é para aqui que caminhamos com a "inevitabilidade" e com o "não há dinheiro". Não há dinheiro mas há muito dinheiro. Mesmo que haja menos dinheiro, o muito que ainda há mudou ou está a mudar de mãos. Quem defende este sistema tem vantagem.
Eu sou trabalhador pago pelo Estado com 38 anos de serviço. Já não posso ir procurar outro trabalho. Fiz um contrato e descontei cerca de 20% a 30% do salário que me pagavam para ter uma reforma que não me querem dar. Ajudei com o meu trabalho muitas empresas a ganhar dinheiro, muito dinheiro, ensinei jovens a trabalhar, deixei muitos textos escritos com informação técnica para as indústrias trabalharem, distribuí quase todo o dinheiro que ganhei pelo setor privado.
E agora? Voltamos à idade média? Sem protestar? Alegremente? Agradecendo uma esmola de uma sopa? Entregando as poucas reservas amealhadas para pagar prejuízos dos bancos?
Queixam-se dos comunistas, mas montaram uma fábrica de fazer comunistas. Esperem pela resposta.
*Nota: Sabem que são os defensores do sistema? Dois exemplos:
http://fait-divers.blogs.sapo.pt/309576.html
Carlos Moedas e Borges
Os arautos da transparência, têm como exemplo disso mesmo (transparência). O adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas, veio agora a saber-se, tem 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação. Como sócios, teve os senhores Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button, a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado. Como clientes, tem a REN, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros, entre outros. Nada obsceno, para quem é adjunto de Pedro Passos Coelho! E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos ex-sócios para "oferecer" o bolo inteiro à mulher?! (Disse-o ele à Sábado). Não esquecer ainda que Carlos Moedas é um dos homens de confiança do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o Governo.
Também António Borges é outro ex-dirigente do Goldman, e que está agora a orientar (!?) as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal, etc. Adoráveis, estes liberais de trazer por casa, dependentes do Estado, quer para um emprego, quer para os seus negócios. Vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman and Sachs, o Citygroup, o Wells Fargo, etc., apostaram biliões de dólares na implosão da moeda única.
DECLARAÇÃO
Eu, ................................................................................................. ,
NIF.................,
Trabalhador/a da empresa/serviços.............................. ,
DECLARO:
Que estou absolutamente contra qualquer coação que limite a minha liberdade de trabalhar.
Ninguém deve viver à custa do esforço e sacrifícios de outros.
Que, por isso, estou contra as greves, piquetes sindicais e qualquer tipo de violência que me impeçam a livre deslocação e acesso ao meu posto de trabalho.
Que por um exercício de coerência com esta postura, e como mostra da minha total rejeição às violações dessas liberdades,
EXIJO:
1 º. Que me seja retirado o benefício das 8 horas de trabalho diário, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a jornada de 15 horas diárias em vigor antes da injusta obtenção deste benefício.
2 º. Que me seja retirado o benefício dos dias de descanso semanal, dado que este beneficio foi obtido, por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso de domingo a domingo.
3 º. Que me seja retirado o benefício das férias, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso os 365 dias do ano.
4 º. Que me seja retirado o benefício dos Subsídios de Férias e de Natal, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de receber apenas 12 salários por ano.
5 º. Que me sejam retirados os benefícios de Licença de Maternidade, Subsídio de Casamento, Subsídio de Funeral dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência, e me seja a plicada a obrigação de trabalhar sem usufruir destes direitos.
6 º. Que me seja retirado o benefício de Baixa Médica por doença, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar mesmo que esteja gravemente doente.
7 º. Que me seja retirado o direito ao Subsídio de Baixa Médica e de Desemprego, dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência. Eu pagarei por qualquer assistência médica e pouparei para quando estiver desempregado/a.
8 º. E, em geral, me sejam retirados todos os beneficios obtidos por meio de greves, piquetes e violência que não estejam contemplados por escrito.
9 º. DECLARO, também, que renuncio de maneira expressa, completa e permanente a qualquer beneficio atual ou futuro que se consiga por meio da greve.
Nota: Recebi com indicação da autora ser Alice Vieira. Obrigado.
Concorde-se ou não, dá que pensar.
Isto está a ficar bonito.
Seguro, que não vale nada, já está à frente da "lebre".
Sem fazer nada, e quase sem saber ler nem escrever, pode vir a ser primeiro Ministro de Portugal.
Também, com estes "irmãos metralha", Relvas, Álvaro, Teixeira da Cruz, Portas, Mota Soares, Marco António, etc., liderados pelo Bafo de Onça, é caso para dizer como Maria José Nogueira Pinto numas eleições do CDS: "Até o rato Mickey ganhava ...". Por acaso até se enganou. Portas ganhou e "colou" para nunca mais sair. Nem os submarinos o conseguiram afundar. Entretanto já conseguiu deixar roubar, queimar, desaparecer todos os documentos comprometedores. Tal como no Prestige, deve ter sido a Nossa Senhora de Fátima.
Mas,
Isto não vai acabar bem!
O meu vídeo para os alemães, seria mais elucidativo e simples do que o de Marcelo Rebelo de Sousa.
Bastava falar num assunto que eles percebem.
Vendas a Portugal de automóveis de marcas alemãs em 2011/12
http://www.anecra.pt/gabecono/pdf/ligpas.pdf
Em 2011 foram vendidos um total = 9 137 unidades de todas as marcas.
Automóveis de origem alemã = 3119 unidades
Suponhamos um preço médio de 35 000 Euros cada unidade
Sem IVA, sem IA, e tirando o lucro do concessionário, deve ficar aí pelos 25 000 Euros cada um.
No total a Alemanha ganhou com Portugal, só em automóveis = 77 975 000 Euros, seja, quase 78 milhões de Euros num ano.
Mas dirão alguns, se não comprássemos os automóveis à Alemanha comprávamos a outros países. Sim, claro, mas comprámos a eles. Até podíamos ter comprado automóveis mais baratos e menos gastadores do que aqueles SUV (tanques de guerra) BMWs e Audis.
O melhor era o governo proibir a compra de automóveis novos, alemães ou outros de elevada cilindrada, enquanto houver uma criança numa lista de espera de um hospital, como dizia Durão Barroso. Mas os Alemães e os outros acham que é contra as regras Mundiais do livre comércio proibir de comprar "banheiras" em vez de carros.
Quer dizer, não há dinheiro para nada, mas temos de deixar o dinheiro sair do país para comprar automóveis de luxo.
Vejam-se as estatísticas acima. Os carros que mais subiram as vendas são os mais caros.
Qual crise? Para quem tem muito dinheiro não há crise.
Portugal vende cortiça, papel e vinho, Sol e mais uns galos de Barcelos.
Para pagar 78 milhões de Euros em automóveis à Alemanha teríamos de vender garrafas de vinho, ou de azeite, no mesmo valor.
Admitindo um preço médio de 3,5 euros por garrafa, teríamos de vender mais de 22 milhões de garrafas, ou seja, uma estante de garrafas com 22 km, ou ainda 17 milhões de litros. Se forem latas de sardinhas ainda é muito mais.
O vídeo de Marcelo diz que 40% do parque automóvel é de origem alemã. Fala nos juros que os bancos alemães ganham com os empréstimos a Portugal.
Então os alemães estão a ajudar Portugal, ou somos nós que estamos a ajudar a Alemanha?
Depois o que mais irrita é ouvir aquele choninhas: - "Sim, Sra. Merkel. Obrigado Sra. Merkel". Raios o partam!
Temos de nos habituar a isto? Sermos sustentáveis desta forma? Não protestar? - Isso é que era bom!
Para não chamar Isabel “Choné” vamos ter de ouvir o que a senhora disse e depois pensar um pouco. A polémica é grande a nível nacional. Já há quem queira queimar a senhora em público e outras coisas igualmente desconfortáveis. Mas grande parte dos que opinam a favor ou contra possivelmente não ouviram com atenção o que ela disse. Então oiçamos primeiro.
A senhora tem razão em muitas coisas que diz, mas tem algumas falhas, que deixam ficar no pensamento de quem não nasceu ontem, o que ela não disse, mas quase disse.
1 - Começando pelo copo de dentes. Então se ela critica nos próprios filhos lavar os dentes com água a correr em vez do copo de dentes, o que é que ela está a fazer como mãe? Não é que lavar os dentes com água correr abundantemente esteja certo, mas já houve tempos em que não se lavavam os dentes nem com copo (o copo e a escova custam dinheiro e se calhar vêm da China). Em tempos mais antigos, e ainda em muitos sítios em África, limpam os dentes com uma faca ou com um pauzinho, mas como não comem doces têm os dentes bons.
2 - “Os portugueses têm de aprender a viver com menos”. É verdade, mas é necessário explicar que portugueses. A senhora tem responsabilidades que não lhe deviam permitir dizer a uma pessoa a quem ela dá uma esmola “ O senhor ou a senhora tem de aprender a viver com menos”, quando essa pessoa vê o ministro Relvas chegar a uma reunião num Mercedes Benz CLS AMG que custa cerca de 160 000 Euros.
3 – “Vamos ter de aprender a empobrecer muito”. Mas quem tem de aprender a empobrecer? As pessoas que vestão a voltar a viver em barracas sem água nem torneira? Ou o Sr. Ulrich? O conselheiro António Borges, Dias Loureiro, Duarte Lima e outros que tais?
4 – “Ou vamos a um concerto de rock ou pagamos uma radiografia num hospital”. Pois também é em parte verdade. Um concerto de Rock com artistas estrangeiros, leva fortunas para fora do país, e o pouco que deixa no país vai para o bolso do genro do Presidente da República, ou mais uns poucos que organizam os tais concertos. A escolha de haver ou não haver estes concertos, de serem comprados os automóveis onde anda o Relvas, os telemóveis de última geração, etc., podiam ser proibidos pelo governo e ponto final. Mas não podem porque os países Europeus que também dizem que Portugal gasta mais do que pode (Angela Merkel, etc.), decidiram e impõem como ilegal os países limitarem as entradas de produtos de luxo nas suas fronteiras.
5 – “Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias”. Mas eu pergunto, se uma pessoa não tem dinheiro para comer uma sopa todos os dias não come sopa todos os dias? Provou-se que aumentou a venda de papas de cereais tal como bem refere a jornalista. O que transparece é que aqueles que estão a comer bife dizem aos outros para não comerem bife, porque assim fica mais para eles.
6 – Foi à Grécia e viu miséria, mas acha ela: “Em Portugal podemos estar mais pobres mas não temos miséria” (minuto 3:12). Por onde anda a senhora? Talvez onde ela vive não haja pessoas a tirar comida dos contentores do lixo, mas começa a ver-se com não rara frequência em Lisboa e arredores. Eu vi várias vezes, só não tive coragem de tirar uma fotografia para mostrar.
7 – “Os pais continuam a educar mal os seus filhos, que continuam a viver em sua casa depois de adultos”. Pois eu vejo jovens com bons automóveis que é impossível serem comprados com dinheiro ganho por eles. Mas que classe social tem este privilégio? São os portugueses? A Sra não percebeu que uma das consequências da crise é o crescimento da desigualdade?
8 – “Porque não há dinheiro”. Não há dinheiro num local mas haverá noutros. O governo Português e outros não têm dinheiro para manter uma companhia aérea como a TAP, mas há um multimilionário, o empresário colombiano de origem polaca Sr. Germán Efromovich, que tem dinheiro para comprar a TAP. Se um negociante destes compra a TAP é porque esta lhe vai dar muito, muito dinheiro. Há muito dinheiro nas mãos dos que o ganharam injustamente e que o levaram para onde não pagam impostos. O que falta em Portugal é gente séria para gerir o que é de todos.
Em conclusão
O que foi dito podia bem passar sem críticas de maior se viesse de algum comentador de bancada sem responsabilidades especiais, ou de um político demagogo.
Algumas coisas são verdades, mas analisadas de uma forma superficial.
Ora esta senhora tem obrigação de conhecer o país real. Tem responsabilidades que outros não têm.
O que parece é que a Senhora transporta com ela os genes do Movimento Nacional Feminino (*), em que umas senhoras de “bem” ajudavam os pobrezinhos porque não tinham mais nada que fazer, ficava bem nas fotografias, eram agraciadas com os louvores dos bispos e cardeais e garantiam um lugar confortável no Céu. Bem referiu o comentador Daniel Oliveira a semelhança com a outra Sra. Supico Pinto.
(*) MNF - organização de suporte do Estado Novo criada por iniciativa de Cecília Supico Pinto e apoiada por António de Oliveira Salazar, voltada para a organização das mulheres em torno do apoio à Guerra Colonial (http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Nacional_Feminino).
Se a senhora não tem competência para educar os próprios filhos tem competência para receber milhões em donativos para distribuir aos seus pobrezinhos? Não façam mal à senhora mas deixem-na ir para casa. Eu e muitas pessoas não estarão disponíveis para contribuir este ano para uma organização cuja dirigente apela ao empobrecimento voluntário em vez do estímulo ao nosso orgulho próprio. As suas desculpas só confirmaram o que pensa. - uma submissão aos mais ricos. Se realmente pensa nos pobres, é altura de o provar - demita-se. Mesmo que as críticas que lhe fazem sejam injustas não pode prejudicar quem precisa de ajuda. Seja humilde e dê o lugar a outros.
A fórmula é tão antiga que até chateia.
Hoje presenciei uma coisa que muito me impressionou. Fui almoçar a um pequeno bar onde fazem mini pratos. Ao meu lado estava um jovem homem que perguntou o preço do prato. O Sr. Américo disse 2,45 Euros. O jovem voltou a perguntar "E a sopa quanto custa?", ao que obteve a resposta "1,25 Euros", o total dá 3,70 Euros. O jovem disse então "Levo só a prato, o dinheiro não me chega para a sopa".
Fiquei mal disposto vendo de longe uma pessoa comendo um pratinho e ficando com vontade de uma sopa que não pôde comprar.
Engoli a minha refeição com alguma dificuldade. Nunca na vida me tinha acontecido isto.
Veio-me logo à cabeça a ideia que um dos grandes do BPN, co-responsável por uma burla de mais de 4 mil milhões de Euros, o Dr. Dias Loureiro, anda à solta, tem um resort de luxo em Cabo Verde e é agora conselheiro de Passos Coelho, para além de ser um homem da confiança absoluta do Presidente da República Prof. Cavaco Silva.
Como o Mundo é injusto.
Demagogia da minha parte? Pelo menos a história do jovem homem não. Foi mesmo verdadeira e fui eu que vi. Não li nos jornais. Passou-se a meu lado.
Custa também muito ouvir o Sr. Ulrich dizer que os portugueses aguentam mais austeridade. Alguns sim mas outros já só falta morrerem de fome. Também na Guiné as pessoas não têm nada e aguentam, aguentam. O problema é que a esperança média de vida é aos 47 anos. Mas aguentam (os que aguentam).
Nota final deste assunto: E o casalinho Moniz - Moura Guedes, que receberam 6 milhões de Euros de indemnização para saírem da TVI? É justo? É Moral?
Dois vídeos alusivos ao tema pelo inspirado Zeca Pagodinho. Ouçam as letras. A cantar se dizem coisas sérias.
O Público de hoje deu esta notícia engraçada. Um senhor do PSD critica o Estado por estar supostamente muito gordo.
Ser um Rolls-Royce não deve querer dizer que funciona bem? Ou será?
Mas ele vive do partido e é presidente de um daqueles institutos fantasma criado para amigos.
http://expresso.sapo.pt/passos-apadrinha-lancamento-do-instituto-do-territorio=f700570
Se não for assim que me desculpem, e digam o que faz este instituto que não pudesse ser feito por outro departamento do Estado, e sobretudo, quanto ganha o seu presidente.
Estes dois meios de comunicação social "já foram" ...
Manuela Moura Guedes desiste de queixa contra Sócrates
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2864090
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2864223&page=-1
Manuela diz que retirou a queixa porque Sócrates já não é Primeiro Ministro e como tal, " ... é um simples cidadão a quem não reconhece a qualidade para difamar a si e à equipa da TVI..."
Ou seja, a senhora é tão importante que um simples cidadão não tem qualidade para a insultar. Ela nem liga aos insultos das pessoas mais humildes. Então podemos chamar-lhe tudo aquilo que ela merece, porque ela não se zanga.
Aliás, o que Sócrates disse nem era nada de especial "... que o jornal da TVI fazia uma caça ao homem e era jornalismo travestido...".
E era!