Domingo, 30 de Março de 2014

Uma grande lição de vida

Vejam este video de belas imagens e de uma excepcional lição de civilização, humanidade, solidariedade, vinda de onde menos se esperava.E ainda dizem que nós é que somos os civilizados? Dívida? Sustentabilidade? FMI? Prémios de carros de luxo nas faturas? Qual Srª Merkel, qual Passos Coelho! Tanto que ainda têm de aprender para irem para o céu. Passos nem aprendeu nada com a mulher que tem em casa que é guineense.
Nota: Vejam em ecram inteiro, máxima qualidade.
publicado por Eu mesmo às 22:42

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Não quero morrer sem ver Portugal um país independente

Agora percebo o que sentiram os portugueses entre 1580 e 1640. Foram 60 anos de ocupação mas recuperámos a independência.
Este texto de Júlio Isidro deve fazer-nos pensar.
 "NÃO, NÃO ESTOU VELHO!
   NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO PARA JÁ SABER TUDO!
Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.
E lembro-me do texto de Jorge de Sena… Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.
Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar… civilizadamente, ordenadamente, no respeito  das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e… calar.
Sou dos que acreditam na invenção desta crise.

Um “directório” algures  decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros… a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.
Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.
Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.
Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.
Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue, 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000  licenciados estão desempregados.
Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada” faz um milhão de espectadores.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.
Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.
Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.
Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem... estar para ambas as partes.
Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…
Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma… à francesa.
Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.
E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.
Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.
E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…
Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno-almoço e almoço.
E as mães que vão ao banco… alimentar contra a fome, envergonhadamente, matar a fome dos seus meninos.
É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade".
Júlio Isidro
publicado por Eu mesmo às 19:01

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Quinta-feira, 27 de Março de 2014

Austeridade = panaceia miraculosa

Para todos os males um único medicamente. Enfim o segredo da pedra filosofal para as economias, que em vez de transformar pedras em ouro, transforma os países endividados em países desenvolvidos e cultos.

PORTUGAL

A austeridade cura todos os desvarios e aventuras de todos os povos. Nós portugueses já sabemos isto por experiência própria.

A economia foi-se abaixo com as PPPs de Sócrates, não com o BPN, as Tecnoformas para técnicos de aeródromos de Passos e Relvas, nem com os submarinos, blindados Pandur e 60 000 fotocópias de Paulo Portas.

Agora com a austeridade à classe média o país já está melhor (os portugueses ainda não).

Como o remédio foi tão bom pode-se recomendar a outros doentes.

UCRÂNIA

A Ucrânia está à beira da banca rota. Um dos países mais pobres da Europa.

O FMI prometeu um destes dias um empréstimo a juros baixos, mas em contrapartida o pais tem de tomar fortes medidas de austeridade. Vão ter de baixar os valores das baixíssimas aposentações, vão ter de privatizar os sectores públicos que ainda tenham alguma viabilidade (portanto ainda davam lucro), e desvalorizar fortemente a moeda.

Mas que grande ajuda. Que amigos tão desinteressados.

Estás pobre? Então para melhorar a tua situação terás de ficar ainda mais pobre.

Eu não percebo!

Alguém percebe?

Se os economistas não sabem nada melhor não façam nem digam mais nada. Por favor.

GUINÉ BISSAU

Um conselho aos povos da Guiné Bissau (talvez o país mais pobre do Mundo).

Por favor não peçam nada ao FMI nem à Europa da Srª Merkel.

Aí entram no buraco, ai entram! Vão ter de entregar as tabancas ao DeutchBank e as ilhas do Bijagós aos chineses.

publicado por Eu mesmo às 19:34

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Domingo, 23 de Março de 2014

A comparação da economia de um país com a de uma família

O nosso comentador político/económico, o bem conhecido “masca pevides” usa muitas vezes a comparação entre uma dona de casa e um ministro da economia de um país.

Uma dona de casa não pode ir à praça e gastar mais do que o dinheiro que traz na carteira. Caso contrário fica com dívidas na mercearia, que vai ter de pagar no dia seguinte com as despesas desse próprio dia. Não resolvendo o seu problema fica cada vez mais endividada, mas o merceeiro vai-lhe fiando porque sabe que ela tem uma casa e um carro. Tudo verdade.

Para resolver esta crise a longo prazo há duas estratégias:

Estratégia 1 - Tentar ir pagando a dívida a pouco e pouco e gastar o menos possível. Na verdade percebe que o mais acertado seria encontrar um emprego mais bem pago, mas para tal teria de ter mais habilitações e competências, o que já não é possível na sua idade e situação, só lhe restando pôr os filhos a estudar e prepará-los melhor para o futuro. Para equilibrar tudo isto tentar dizer ao merceeiro que lhe vai pagar mas vai demorar mais tempo do que o combinado inicialmente. Ela bem lhe diz que mais tarde ela se pode tornar uma boa cliente e cumpridora.

Estratégia 2 – Entregar todos os seus bens, a casa e o carro ao credor das suas dívidas e enviar os filhos para o estrangeiro para trabalharem para eles próprios. Poderia assim cumprir de imediato a sua dívida. Tendo perdido a casa e não tendo filhos consigo teria de se mudar para a velha aldeia. Não tendo também transportes para ir trabalhar na cidade mais próxima teria de se contentar com um emprego muito pior e mais mal pago. Mas pelo menos não devia nada a ninguém.

Resultados práticos

Relativamente à estratégia 1 o merceeiro não vai aceitar de bom grado, então força mesmo a solução da estratégia 2. O que ele quer é o seu dinheirinho mais depressa possível.

O que acontece a longo prazo

A senhora pagou toda a sua dívida e mudou-se para a aldeia. Vive mal, mas lá vai vivendo. Vai plantando umas batatas e umas galinhas de torna-se quase independente, voltando à vida dos seus bisavôs.

Entretanto merceeiro recebeu todo o dinheiro de uma vez mas perdeu a cliente que o alimentava. Despede mais um dos seus ajudantes e passa os dias encostado com pouco ou nada para fazer. Dali a pouco tempo também ele vai pedir emprestado a uns amigos e deixa de ter os filhos a estudar. Vai também acabar por ter de voltar para a aldeia e fica ao nível da sua antiga cliente, mas depois de uma quebra ainda mais drástica do que a da sua antiga cliente.

Conclusão

No final da história a ganância do merceeiro endinheirado deu em todos ficaram mais pobres.

Na realidade é mesmo assim, os povos mais atrasados são mais independentes e sustentáveis. Vivem pior mas de forma atrasada, sem qualidade de habitação, educação, cuidados de saúde, alimentação para subsistir dia a dia.

São sempre os que têm mais os que têm mais a perder. Numa crise de bairro como o descrito no exemplo são os mais ricos os que acabam por levar o tombo mais doloroso.

Se a história acabar assim deitam-se pela janela fora centenas de anos de desenvolvimento social e volta-se a uma sociedade com meia dúzia de senhores feudais e uma multidão de escravos. São as ondulações das sociedades. Está montada uma fábrica de revoluções violentas, (cruzadas religiosas, comunistas, outras novas formas ainda desconhecidas).

Agora o trabalho de fazer a comparação de uma dona de casa e seu merceeiro com um país, fica ao cuidado dos leitores que tiveram a paciência de ter lido este texto até ao fim e o tenham compreendido.

publicado por Eu mesmo às 23:23

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Domingo, 2 de Março de 2014

Movimento pendular da política

Na física diz-se que tudo está em equilíbrio ou a tender para um estado de equilíbrio.

Na política é mais realista dizer-se que, ou se está a caminhar para o equilíbrio, ou a afastar do equilíbrio.

Na verdade as sociedades estão sempre em movimento, por esta razão há duas possibilidades, ou variam dentro de certos limites ou vão até um extremo de radicalismo e depois, num movimento violento ou revolucionário, invertem o sentido em que caminhavam.

O que pretendo dizer é bem demonstrado no movimento pendular da política, exemplificado em dois modelos:

Como se vê na figura, o movimento do pêndulo é impulsionado por duas forças (tendências) contrárias que atuam à vez, as "nacionalizações" e as "privatizações".

A forma de sabermos em que direção caminhamos torna-se assim fácil de identificar. Basta ver num determinado momento qual a tendência predominante "nacionalizações" ou "privatizações".

Quanto mais desequilibrado forem estas forças contraditórias mais alto vai o pendulo num dos extremos.

Quando o pêndulo atinge o ponto mais alto num dos lados só pode começar a descer e vai a toda a velocidade na direção do outro extremo.

Na impossibilidade de impedir este movimento pendular da política e das sociedades, o ideal seria que estes movimentos não atingissem os extremos, portanto que as amplitudes sejam pequenas. É o que se vai conseguindo com sucesso nos países mais desenvolvidos, nas democracias participativas.

Conclusão

Vejamos a situação de Portugal. Com esta explicação, e lendo as notícias da política nacional, todos percebem em que direção caminhamos neste momento.

O pior é que vamos com tante força que vamos seguramente atingir o ponto mais alto de um dos extremos, portanto com grande potencial para inverter o movimento e caminhar depois a grande velocidade para o extremo oposto.

Como expliquei, Portugal tem todas as caraterísticas dos países subdesenvolvidos, em que o pêndulo tem grandes amplitudes.

Tanto pior para nós. Vejam no lado direito do modelo 1 no que nos vamos tornar.

Isto vai estar melhor para uns quantos e muito mal para quase todos.

publicado por Eu mesmo às 22:02

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