A atual teoria económica no seu melhor.
Vantagem e a desvantagem da austeridade.
Uma imagem vale mais do que mil palavras.
Também não sou radical ao ponto de dizer que enchendo o deck de remadores desmotivados e desorganizados o navio fosse a bom porto. As parábolas tendo como motivo o mar dão-nos grandes lições, não fossem os portugueses um povo ligado aos grandes oceanos. Há uma teoria que se ensina nos sistemas de qualidade para as empresas, dando como exemplo um navio em pleno mar alto (sem ver terra) - diz o comandante: - "Vamos remar para Terra! Mas isto não adiante nada se cada um dos remadores não souber para que rumo fica terra. Se cada remador remar para seu lado cansam-se e não vão parar a lado nenhum. O comandante, para além de pedir para remarem, tem de dizer a direção e manter o ritmo da remada.
Para os navios à vela há também este ditado popular:
Não há ventos favoráveis para quem navega sem rumo.
Terminou o julgamento de Oscar Pistorius o atleta olímpico deficiente, que foi acusado de ter assassinado a sua namorada com tiros de pistola através de uma porta da casa de banho, dizendo ele que pensava tratar-se de um assalto.
Pois os juízes Sul Africanos, presididos por uma juíza africana de pele escura, condenaram Pistorius a 5 anos de cadeira. Muitos queriam uma pena mais pesada, mas estes juízes ouviram as duas partes e não foram sensíveis à opinião pública. Como não tinham a certeza absoluta de que Pistorius teria tido a intenção de matar, pensando tratar-se de ruídos provocados por um assaltante, condenaram com moderação. Uma pena equilibrada e não deixa de ser um castigo para, na melhor das hipóteses, ter-se tratado de precipitação e falta de cuidado. Já basta o remorso de perder a namorada e vergonha da acusação e stress do julgamento, mais a condenação da opinião pública.
Que pena não termos juízes destes em Portugal, onde as penas são muito pesadas quando não se gosta de uma pessoa, mesmo não havendo crime grave ou sequer a certeza do crime ter sido cometido. Aqui em Portugal até se julgam e condenam as intenções. Veja-se que Manuel Godinho foi condenado a 17 anos de prisão por oferecer algumas prendas de umas centenas de Euros, e José Penedos a 5 anos de prisão por ter recebido uma taça de cristal e ter telefonado ao filho a dizer “Não me chateies mais, a carta já seguiu...”. No meio de tudo isto pouco mais se terá passado do que umas trafulhices de um sucateiro, mas escusavam de inventar o resto da história a partir de sonhos de um inspetor paranóico "... corrupção, associação criminosa ...".
A antiga Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues levou 3 anos de prisão com pena suspensa porque contratou serviços de um advogado por ajuste direto (o que é feito todos os dias por este e por outros governos).
Que grande lição que a juíza africana tem para dar aos nossos justiceiros Rauis a Alexes.
O NOSSO PROBLEMA por RAMALHO EANES , citado por ...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Anar
"Desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e milhões têm morrido por causa dessa obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país".
"É esse o nosso problema". Ramalho Eanes.
Eu também sou desta opinião.
Assim como há o Banco Bom, o Banco Mau e os outros, também nas pessoas há os que puxam para a frente, os que puxam para trás e os que nem uma coisa nem outra.
Quando os mais inteligentes e sérios se demitem de defender os seus valores, os medíocres e maus tomam o comando e estragam tudo. Os que não têm opinião e/ou que não se querem chaterar (a maioria), os do futebol, os de Fátima, os que se informam com o Correio da Manhã, estes não contam para nada.
Conclusão
Se as coisas estão mal, é, em grande parte, porque os que sabem fazer melhor não se querem incomodar.
Trata-se do título de um filme português do realizador português António-Pedro Vasconcelos.
Fui ver no sábado passado. É um excelente filme que aconselho vivamente.
O filme sobre um caso, embora pouco plausível, mas ainda assim possível de acontecer na realidade. O filme tem sempre interesse e surpresas imprevisíveis (como todas as surpresas). Basicamente descreve com bastante realismo a vida de um adolescente marginal do bairro de Alfama (João Jesus) que é expulso de casa e se refugia no telhado de uma viúva idosa (Maria do Céu Guerra). O falecido (Nicolau Breyner) continua a “assombrar” a vida da antiga companheira. A linguagem é um pouco livre, mas é o que se ouve à porta das escolas.
A fotografia é muito boa assim como o desempenho dos atores. Música de Ana Moura.
No final os espectadores bateram palmas e muitos choraram. Tem um final feliz.
Não digo mais, vão ver o filme.
Obrigado pelos bons momentos a António-Pedro Vasconcelos.
Uma das coisas chocantes e incompreensíveis nas sociedades modernas é o erro judiciário.
Não é de agora, por causa do processo Casa Pia, do Face Oculta, de Maria de Lurdes Rodrigues, etc., mas tenho a sensação que nestes casos não havia todas as certezas e foram feitas condenações a inocentes. Os juízes decidiram por outras razões que não a justiça. Não podemos aceitar julgamentos apressados e com a mínima possibilidade de erro de avaliação.
O erro tanto pode ser o de condenar inocentes como o de absolver criminosos, sendo o primeiro infinitamente mais grave, mas muito, muito, muito mais infinitamente gravíssimo quando suspeitarmos que a decisão teve a ver com simpatias ou antipatias políticas ou pessoais, resposta a julgamentos da comunicação social, ou ainda para “comprar a paz social”.
Acho mesmo que pior do que a violência física (incha, desincha e passa -, qualquer um de nós pode ser vítima de um maluco – um azar), o erro judiciário é uma ferida muito mais profunda porque é psicológica, que aumenta sempre com o tempo para os que o sofreram. É o maior martírio que se pode fazer a alguém, pois é cometido com premeditação por pessoas em quem devíamos confiar e que são pagas para serem verdadeiras e justas.
O inferno mais cruel deve ser reservado aos que cometem erros de avaliação injustos e condenaram alguém inocente.
A justiça só devia poder ser exercida por pessoas moralmente irrepreensíveis, impolutas, imparciais, superiores. A realidade tem mostrado que muitos dos juízes não o mereciam ser. Decidem levianamente.
Mas quem sou eu para julgar os juízes e a justiça? Será que também estou a ser injusto? O que estou a dizer não é para todos, mas para uma pequeníssima minoria, mas tão maus que assustam até os de bom senso que ainda haverá certamente.
Há pelo menos uma certeza sobre o que acontece na justiça. Ninguém sabe melhor se cometeu um crime ou não do que o próprio acusado. Portanto, se há alguém que sabe se o juiz acertou ou errou é o próprio condenado ou o absolvido. É contraditório mas é mesmo assim, são os julgados que melhor avaliam os julgadores.
É aflitivo ler o que muitos juízes afirmam sobre alguns condenados "... Fez isto ou aquilo com intenção e consciência...". Então eles têm a capacidade de saber o que os outros pensam? São Deuses? Não se pode julgar por suposição. Se não há a certeza absoluta não se condena.
Nem de propósito, uma notícia de hoje de um jornal.
Juízes alertam. Está em risco a confiança dos cidadãos na justiça
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=164180
Para além do que tenho vindo a dizer, encontrei nesta notícia um comentário interessante com o qual concordo quase inteiramente.
J, Cascais, 04-10-2014 16:39
Esta notícia deixa-me com a esperança que os juízes vão finalmente assumir e garantir a independência, honestidade e incorruptibilidade que todos nós, não trapaceiros, gostaríamos de lhe reconhecer. É saudável que pelo menos 1 (?) membro desta ilustre (?) classe, chame a atenção para o facto de ser necessário despirem o fato de palhaço e estarem ao serviço da legalidade e da justiça, em vez de se porem apenas ao lado da classe política e do dinheiro. Desde já a ressalva para declarar que seguramente este comentário deixa de fora muitos e bons juízes que estão a ser conotados coma actual situação de descrédito da justiça.
Uma curta história verdadeira
Um dia estava eu no hall de um tribunal à espera de ser chamado para depor como testemunha num caso comercial. Aguardava ao pé de uma máquina automática de vender cafés. Apareceram três senhoras jovens que presumo seriam procuradoras ou juízas. Falavam alto sobre um caso que teriam em mãos e uma dizia que não sabia o que fazer. Outra acabou por dizer: “Resolve já isso. Consideras culpado e pronto”. A terceira era mais ponderada e colocada dúvidas. A mais radical insistia que não valia a pena pensarem mais no caso, era preciso era despachar. Depois saíram e lá foram falando pela escada acima. Estava em jogo a liberdade e/ou bom nome de alguém, decidido ali levianamente junto a uma máquina de café com estranhos a ouvir.
"Não vou pôr porcaria na ventoinha para assustar os portugueses"
Mas pôs, botou, meteu, colocou, e muita.
A ventoinha começou a rodar e lá se foi toda a k@k@ pelo ar.
Não se confirmou totalmente a teoria do WeHaveKaosInTheGarden.
Primeiro foram os portugueses realmente, mas depois, …
Agora Passos Coelho está a apanhar com ela e muitos salpicos para treinadores de bancada até agora impolutos: Marques Mendes, Ângelo Correia, Vasco Rato e até Marcelo Rebelo de Sousa.
Lá se vai o excelente currículo apresentado por Felícia Cabrita.
É a vida !