Para umas boas férias de reflexão eleitoral não há melhor.
Não há maior cara de pau em Portugal. Enquanto ouvem o que ele diz fixem a cabeça dele e pensem se existe alguma coisa lá dentro. Será que ele nos quer enganar a nós, ou está a tentar enganar-se a si próprio, a tentar reescrever a história?
Aliás, inventar e mentir é a especialidade deste pasquim.
Desde 21 de novembro de 2015 que se contam pelos dedos de uma mão as capas do jornal de sarjeta que não mostram a cara de Sócrates, ou uma qualquer notícia a deitar abaixo Sócrates, a sua família, os seus amigos, ou o partido socialista. Já cheira mal, mete nojo.
A princípio tudo indicava que recebiam informações diretamente dos procuradores ou dos juízes. O escândalo foi tanto, era tão evidente o que estava a acontecer que muitos advogados e comentadores começaram a bracejar. Então a fonte secou um pouco e a informação começou a rarear.
Nesta fase, com um público fanático já sedento da "missa diária" contra Sócrates, o Correio da Manha começou a inventar. E inventa bem. Faz um romance completo de coisas inventadas. Os outros jornais para encher programa reproduzem as mentiras e a bola de neve cada vez é maior. Veja-se o que aconteceu com a capa de dia 1 de julho, agora desmentida pelo próprio procurador.
Agora o detalhe da mentira. Onde vai a imaginação e a maldade.
Ver capa
Depois,
O mais importante do desmentido
http://www.sol.pt/noticia/402958
"- que a vossa redactora, ao atribuir-me um investimento de "dois milhões" estava a elaborar num erro primário ou de má-fé, que consistia em somar todas as poupanças que fui depositando ao longo de anos no tal fundo, sem somar correspondentemente as saídas, chegando então a um "investimento" único de dois milhões - cuja conta nem sequer sei se está certa. Ou seja: transformaram liquidez em investimento e somando todas chegaram a um montante único que se refere a centenas de produtos diversos mas que foram todos reduzidos ao "chapéu" do GES, para assim tentar sacar um "escândalo" a partir do nada..."
Nota: Vergonhoso e nojento é ler os comentários de alguns leitores. Na verdade nem vale a pena ler.
Conclusão
Quando duas opiniões não coincidem só duas coisas podem acontecer: 1. Ou um deles está a dizer a verdade e o outro a mentir; 2. Ou os dois estão a mentir.
A possibilidade de os dois dizerem a verdade é impossível.
Neste caso opto por acreditar em Miguel de Sousa Tavares, 99 contra 1. Não me parece que um escritor se fosse arriscar a negar uma coisa que pudesse facilmente ser provada que era verdade. Já de um pasquim desesperado para se salvar da falência tudo se pode esperar.
Se somarem todos os depósitos do meu vencimento ao longo de um ano e dissessem que era o meu investimento nesse banco seria obviamente uma grande mentira, porque entretanto houve levantamentos para a minha vida diária. Ao final do ano tenho o mesmo dinheiro, ou até posso ter menos.
Manipular informação é actualmente uma forma de ganhar a vida, porque até os desmentidos das mentiras dão lucro. O que é preciso é vender. Ética, deontologia e honestidade intelectual? Mas o que é isso para essa gente?
Genial ! Genial !
Parabéns Sr. Dr. Carlos Carreiras.
Mas não há dinheiro para limpar os espaços verdes.
Alguma coisa não bate certo.
Porque não prendem este senhor para investigar?
Coloquem escutas e vasculhem as contas bancárias ...
Os motivos de prisão de Armando Vara no processo Marquês não podem ser conhecidos porque estão em segredo de justiça. excepção feita por especial favor ao Correio Da Manhã e revista Sábado. (Desta vez o Sol não conseguiu nada. Felícia Cabrita, desde o livro do Homem Invulgar, foi-se abaixo).
Mas o acórdão do processo Face Oculta já não está em segredo de justiça. Qualquer um pode ler, mas não se encontra facilmente.
Podem consultar e imprimir aqui (clicar):
págs. 874 a 877
Escuta a Armando Vara ocorrida em 18-06-2009, pelas 22.17 horas, entre Francisco Bandeira e Armando Vara, cujo teor é o seguinte:
Pág. 874
“Armando Vara - Sim.
Francisco Bandeira - Ó pá. Desculpa lá estar-te a chatear.
Armando Vara - Então ?
Francisco Bandeira - Ó pá tu sabes alguma… oh, a gaja demitiu o Cardoso dos Reis. Então, a três meses das eleições vai demitir o gajo !
Armando Vara - Como é que é ?
Francisco Bandeira - Oh pá, demitiu o gajo. Eh pá diz que foi o Primeiro Ministro e (imperceptível)… eh pá, um gajo nosso… (imperceptível), desde há trinta anos, é pá, esta merda está porreira, pá, um gajo dá tiros nos pés, carago.
Armando Vara - Coisa esquisita !
Francisco Bandeira - (imperceptível) jantar com o gajo ao galito ou o carago.
Armando Vara - Mas demitiu com que justificação ?
Pág.875
Francisco Bandeira - Oh pá, não sei, pá… não estive com o gajo, pá. “É preciso mudar nesta altura, pá, é preciso mudar !”
Armando Vara - É pá, vou fazer… vou mandar uma mensagem, o gajo está lá pr’a…
Francisco Bandeira - Uhh ?
Armando Vara - Vou mandar uma mensagem.
Francisco Bandeira - A quem ? Ao gajo ?
Armando Vara - Não. Ao Primeiro.
Francisco Bandeira - É pá, vê lá isso, pá.
Armando Vara - Tá, tá, até já. (…)
Armando Vara - Até logo.” (Produto 253, do Alvo 1X372M).
A segunda conversa ocorreu logo na manhã do dia seguinte (19-06-2009, pelas 11.08 horas), entre o depoente Francisco Cardoso dos Reis e Armando Vara, cujo teor do diálogo é o seguinte:
“Armando Vara - Francisco !
Francisco Reis - Tás bom ? (…)
Armando Vara - Já foste…
Francisco Reis - (imperceptível)… Se ?
Armando Vara - Já foste notificado que continuas ?
Francisco Reis - Não. É pá, eu só queria saber o que, a tua opinião. Eu tenho uma carta feita a pôr o meu lugar à disposição do Governo…
Armando Vara - Ehh !
Francisco Reis - …com o meu sentido de lealdade que tenho que ter.
Armando Vara - Oh pá, mas… (imperceptível).
Francisco Reis - O Senhor Primeiro Ministro, pá…
Armando Vara - Sim !
Francisco Reis - …o Senhor Primeiro Ministro quer fazer alterações e eu imediatamente ponho o lugar à disposição. Ponto final.
Pág. 876
Armando Vara - O Primeiro Ministro hoje deve, deve… já falou ao Mário Lino, já ficou fodido com o assunto, não é ! E, tanto quanto eu percebo, já deu instruções para parar tudo. O movimento do não sei quê e o caraças…
Francisco Reis - É pá, eu acho isto uma loucura completa. A gaja passou-se dos cornos, pá.
Armando Vara - Ah ! Ah ! A gaja é tola.
Francisco Reis - Ela passou-se dos cornos, pá… (imperceptível).
Armando Vara - O que foi que ela te disse ? O que é que ela te disse ? Que ias sair dali, prós, prós Portos ?
Francisco Reis - Ela disse-me, ela disse-me o seguinte: “Olha, tenho duas notícias para ti. Uma boa e uma má. A má é que o, isso sabes como é que é estas coisas, o Primeiro Ministro, o Ministro querem fazer alterações e mais não sei que mais, pá, portanto nós temos que mexer aqui nas empresas, pá, e tu devias sair da CP. É pá, a boa notícia é que vais para administrador do IPTM.”
Armando Vara - Uh !
Francisco Reis - Eu disse: “É pá, olha. Eh, a minha resposta é a seguinte: vou pensar, eh, há uma coisa que eu te digo. É que não te vou deixar pendurada, nem ó Governo. Portanto, ah… das duas uma: ou saio porque vou para outro sítio, pá… eh, ou aceito aquilo que me… (imperceptível)”
Armando Vara - Uh !
Francisco Reis - Não te vou é entalar-te e deixar-te numa situação, eh, eh, delicada. Da forma como ela me diz, pá, eu, eu penso, o Mário Lino está por trás disto e o Sócrates também. Portanto, é pá.
Armando Vara - Não. O Sócrates não estava, pá. Então mandei-lhe a mensagem, quando soube… mandei-lhe a mensagem e já me ligou hoje de manhã.
Francisco Reis - Eu vi…
Armando Vara - Já me ligou de manhã, não é !
Francisco Reis - Eu estava com o Bandeira lá no, no Galito… estávamos a comer.
Armando Vara - Não. Aguarda, pá, aguarda. É evidente que os lugares, estes lugares estão sempre à disposição, não é !
Pág. 877
Francisco Reis - Pois, é pá… e eu é só dizerem-me para sair que sou um gajo bem mandado, pá, tudo porreiro e mais não sei quê. O problema, sabes qual é ? É que, eh, eh, o próximo Conselho de Ministros vai ser a última oportunidade que há de nomear administradores públicos, eh, porque no período que medeia a convocação de eleições e… (imperceptível)…
Armando Vara - Não vai nomear, tá descansado.
Francisco Reis - …não pode nomear ninguém, pá.
Armando Vara - Está descansado que ele não vai nomear, pá.
Francisco Reis - Eu, eu percebo isso, pá. Agora a loucura da gaja, pá, num… não se percebe, pá… não se percebe.
Armando Vara - Vais-te manter onde estás, pá, tudo ok, pá.
Francisco Reis - Bom. Ó Armando. Eh, como… como deves imaginar, eh..
Armando Vara - Se houver novidades manda-me um toque, está bem ?
Francisco Reis - Tá bem. Como deves imaginar eu agora vou, vou ser atacado pela gaja todos os dias, mas vou-me aguentar.
Armando Vara - Não vais, ó pá, não vais nada. Ela nem sabe que foste… ela nem sabe de nada, pá… não é ? O assunto foi exposto ao Primeiro Ministro… O Primeiro Ministro disse que tenham… tenham juízo.
Francisco Reis - Eu vou mas é…
Armando Vara - Tá ?
(…)
Francisco Reis - Bom dia, adeus.”
(Produto 253, do Alvo 1X372M).
O teor destas conversas vai de encontro ao que, antes da sua própria audição, foi explicado pela testemunha Francisco Cardoso dos Reis quanto à intervenção de Armando Vara (que ele assumiu nessa conversa telefónica) na sua manutenção na presidência do CA da CP, ao contrário do que lhe havia sido comunicado pela sua tutela directa, a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, invocando esta a vontade do respectivo Ministro e do próprio Primeiro Ministro.
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Conclusão (minha)
Assim podem compreender melhor como se faz a justiça em Portugal e como se condena quem se quiser com coisas destas.
=> Condenação a 5 anos de prisão efetiva por tráfico de influências.
Conversas privadas entre pessoas que se conhecem, embora mostrem um certo jogo de influências, uma linguagem muito livre, quem atira a primeira pedra de nunca ter falado ao telefone com amigos sobre outros amigos?
Estaria mais de meio Mundo preso.
Só espero que desta vez não seja por coisinhas pescadas com tanto esforço.
Ou provam crimes a sério, ou ficamos com esta sensação de mal estar no estômago de poderem estar a condenar alguns inocentes, como aconteceu nos processos Casa Pia e Face Oculta.
Quantos recursos gastos para fazer escutas, horas, dias e meses, para depois escolher umas partes destas quase ridículas , em vez de usar os "poucos" meios disponíveis para investigar os milhares de milhões desaparecidos nos submarinos e nos bancos BPN e BES, Câmara de Gaia, subsídios a técnicos de aeroportos que não têm atividade, etc., etc., etc., etc., etc.
Este processo, tal como o outro, não é político, pois não?
Então é o quê? Talvez uma doença mental ... !
O que Fernando Pessoa pensava da generalidade dos políticos matém-se verdadeiro e quase igual, 98 anos depois de ele o ter escrito no Ultimatum
"... a todos os chefes de estado incompetentes ao léu! Senão querem sair! Que fiquem e lavem-se! ..."
Aqui um resumo declamado por Maria Betânia
O texto mais completo:
Mandado de Despejo aos Mandarins do Mundo
"Fora tu, reles esnobe plebeu! Fora tu imperialista das sucatas, charlatão da sinceridade, banalidade em caracteres gregos, sopa salgada fria. Fora com tudo isso! Fora! Que fazes tu na celebridade?! Quem és tu? Tu da juba socialista e tu qualquer outro. Todos os outros! Lixo, cisco, choldra provinciana, safardanagem intelectual, incompetentes, barris de lixo virados para baixo à porta da insuficiência da contemporaneidade! Tirem isso tudo da minha frente! Tudo daqui para fora!
Ultimatum a eles todos, e a todos os outros que sejam como eles! Todos! Falência geral de tudo por causa de todos! Falência geral de todos por causa de tudo! Falência dos povos e dos destinos. Falência total! Desfile das nações para o meu desprezo! Passai gigantes de formigueiro. Passai mistos que só cantais a debilidade. Passai bolor do novo. Passai a esquerda do meu desdenho. Passai e não volteis! Párias na ambição de parecer grande! Passai finas sensibilidades, montes de tijolos com pretensões a casa, inútil luxo passai! Van grandeza ao alcance de todos, megalomania triunfante.
Vos que confundis o humano com o popular, que confundis tudo! Chocalhos incompletos, maravalhas passai! Passai tradicionalistas alto convencidos, anarquistas deveras sinceros, socialistas a invocar as suas qualidades de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar! Vem tu finalmente ao meu ascomo! Roça-te finalmente sobre a sola do meu desdenho! Granfinalha dos parvos, impotência a fazer barulho!
Quem acredita neles? Descasquetem o rebanho inteiro! Mandem tudo isso para casa descascar batatas simbólicas. O mundo tem sede de que se crie, tem fome de futuro!
Tu Estados Unidos da América síntese bastardia da baixa Europa, alho da açorda transatlântica, pronúncia nasal do modernismo inestético! E tu, Portugal-centavos, resto da Monarquia a apodrecer República, extrema-unção-enxovalhada da desgraça, colaboração artificial na guerra com vergonhas naturais em África! E tu Brasil, República irmã, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria te descobrir! Ponham-me um pano por cima de tudo isso! Fechem-me tudo isso a chave e deitem a chave fora!
Ultimatum a todos os chefes de estado incompetentes ao léu! Senão querem sair! Que fiquem e lavem-se! Despem-se de toda hipocrisia, ignorância de toda ganância luxuosa e falida. Mistura de sub-raças, batentes de portas dos grandes palácios com cheiro de chiqueiro! Tu, miseráveis intelectualistas a praticar política de esquina, com qualidades guerreiras enterradas pelo mundo afora! Ah! Onde estão os antigos, as forças, os homens, os guias, os guardas? Vão aos cemitérios, que hoje são só nomes nas lápides! Agora a filosofia é o ter morrido! Agora a arte é o ter ficado! Agora a literatura é significar status sociais! Agora a crítica é haver bestas com inteligências artificiais que não se vejam como bestas! Agora a religião é o catolicismo militante dos taberneiros da fé, angariadores de anúncios para Deus! Agora é a guerra! É o jogo de empurra do lado de cá, empurra do lado de lá! A política e a degeneração gordurosa da organização da incompetência!
Sufoco de ter só isso a minha volta! Deixem-me respirar! Abram todas as janelas, abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo. Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão época vil dos secundários, dos aproximados, dos lacaios com aspirações a reis lacaios! Sim! Todos vos que representais o mundo, todos vos que sois políticos em evidência em todo mundo! Passai! Vos ambiciosos do luxo cotidiano, aristocratas de tangas de ouro. Passai! Vos que sois autores de correntes sociais, de correntes literárias, de correntes artísticas, verso da medalha da impotência de criar! Passai homens altos, passai frouxos, passai radicais do pouco. Passai!
O mundo quer grandes poetas, quer grandes estadistas, quer grandes generais. Quer o político que construa conscientemente os destinos inconscientes do seu povo. Quer poetas que buscam imortalidade ardentemente e não se importem com a fama! Quer o general que combata pelo triunfo construtivo, não pela vitória que apenas derrota os outros! O mundo quer a inteligência nova à sensibilidade nova.
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito é estrume para o futuro, o que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu da raça dos navegadores afirmo que não pode durar! Eu da raça dos descobridores desprezo o que seja menos que descobrir um novo mundo! Ergo-me ante o sol que desce e a sombra do meu desprezo anoitece em vos! Proclamo isso bem alto com os braços erguidos, fitando o Atlântico e saudando abstratamente, o infinito".
(Álvaro de Campos)
Fernando Pessoa
1917
Do ponto de vista económico eu ficaria mais descansado em emprestar dinheiro a uma pessoa rica do que a um pobre, porque do pobre eu ficaria com dúvida se me iria pagar.
Mas isto não é bem a realidade. Se um pobre me pede emprestado tenho de admitir que pede porque precisa, se for um rico a pedir-me devo desconfiar que pode ser para me enganar ou é para gastos supérfluos.
Agora a tentação e ideia inicial estão a mudar ...
A minha experiência pessoal sobre empréstimos é a seguinte. Aprendi por experiência própria.
Se eu emprestar algum dinheiro a um amigo necessitado acontecem quase certamente duas coisas:
1. Perco o dinheiro.
2. Perco o amigo.
Então o que fazer? O melhor para não perder muito dinheiro, manter o amigo e dormir descansado, digo ao meu amigo:
"Olhe meu amigo, não lhe posso emprestar essa quantia, mas dentro das minhas possibilidades e tendo em conta que sou seu amigo dou-lhe "tanto". Assim, não é tudo o que precisa, mas pelo menos não tem de se preocupar em pagar-me e continuamos amigos, não terá de fugir de mim no futuro".
Isto é que é solidariedade. Não é ganhar dinheiro com os mal afortunados como fazem os agiotas.
O que se passa com pessoas devia passar-se com os países!
Nota: Amanhã só faltam 200 dias.
Comparar a solidariedade e convergência europeia com a de uma família.
Vamos fazer a seguinte suposição:
A União Europeia é uma família. Os países são as diferentes pessoas de uma mesma família.
Na família há membros que são mais pobres, enquanto outros elementos da família ganharam muito dinheiro e vivem muito bem.
Um dia juntam-se e combinam entre eles que a família se devia unir e entreajudar para fazerem frente e outras famílias ricas da cidade.
Mas, devido a um grande temporal, os mais pobres perderam as colheitas e foram pedir dinheiro emprestado aos mais ricos. Estes disseram logo que sim, mas os mais ricos exigiram que para cada 100 € emprestados os pobres teriam de pagar no final do ano 120€. Os 20% de juro era pela razão de eles serem mais pobres, portanto não havia a garantia de eles poderem pagar na data combinada, para além de não terem mais ninguém a quem pedir dinheiro emprestado.
Um dos elementos mais ricos resolveu comprar um carro novo, e pediu que todos os elementos da família contribuíssem com uma pequena ajuda, comprometendo-se a devolver 105€ por cada 100€ pedidos. Seja, pagaria apenas um juro de 5%. Como era rico havia a certeza que viria a pagar na data combinada e se fosse preciso iria pedir a outros.
Resumo nesta fase da história. Os que tinham menos dinheiro pagaram 20% pelo empréstimo que precisavam para necessidades básicas, mas um dos mais ricos pagou um juro de 5% para compra de um bem de luxo.
Ao final do ano os mais pobre ainda não tinham conseguido pagar toda a dívida. Então os mais ricos da família dizem que assim não pode ser, que eles teriam de pedir mais dinheiro emprestado para pagar a dívida restante, mas agora teriam de pagar no final do 2º ano 130€ por cada novos 100€ pedidos. Ao fim do 3º ano as coisas estavam ainda pior é então surge a ideia brilhante. Como não têm dinheiro suficiente para pagar então têm de vender a casa e entregar algumas ferramentas de trabalho, deixando os mais ricos tomarem conta da horta.
Gostavam de saber como vai acabar esta história? Oxalá que não à estalada como já aconteceu em casos parecidos.
Agora o que não podemos é chamar a esta "lógica" de raciocínio nem solidariedade nem convergência.
Agora fiquem a pensar em países, formados por muitas e muitas famílias.
Parece uma história da carochinha, mas serve para ver a realidade de um ângulo diferente da habitual lenga lenga dos comentadores de TV.
O contraste é gritante e permite perceber onde estamos é para onde caminhamos.
Agora uma imagem sobre o preço justo definido pelos "MERCADOS"