Relativamente ao post anterior muitíssimos comentários a apoiar o extremismo da Dinamarca, com muitos insultos à mistura, falta de bom senso e défice de informação.
Como comecei a dizer, a Dinamarca ou outro país devem ter pleno direito a aceitarem ou não aceitarem receber cidadãos estrangeiros no seu país.
O problema que levantei é não responder a uma situação anómala e errada (comportamento de alguns imigrantes) com um erro de civilização (extremismo de um país civilizado – Dinamarca).
A solução dinamarquesa de tirar bens aos imigrantes para “a sua reintegração” na verdade não resolve nada. Não serão alguns dólares que se conseguem transportar numa mochila que salvam os prejuízos dos dinamarqueses. Parece uma medida simplista, para inglês ver, própria de quem não quer ou não sabe resolver o problema de uma forma exemplar e inteligente e opta por uma solução populista e controversa.
Seria mais apropriado, exemplar, civilizado e persuasivo fazer assinar um compromisso que respeitam e aceitam a cultura dinamarquesa e que pretendem integra-se plenamente na sociedade dinamarquesa, com a intenção de se tornarem cidadãos dinamarqueses iguais aos outros. Proibição de tapar a cara com as burcas, respeitarem os direitos das mulheres, etc.
A contrapartida ao acolhimento devia ser a aceitação das regras do país. Seria uma forma de os imigrantes compensarem a boa vontade dos países que os recebem. A escolha seria dos próprios imigrantes.
Foi assim que os portugueses se integraram nos Estados Unidos, Canadá, França e até como os africanos se têm integrado nas sociedades francesa, inglesa, portuguesa, americana, etc.
Quem quer quer, quem não quer vá para outro lugar.
O governo radical de direita da Dinamarca aprovou esta semana uma lei que permite confiscar os bens dos imigrantes que entram no país.
Se por um lado se compreendem as preocupações dos cidadãos europeus ao serem quase “invadidos” por turbas de muçulmanos refugiados do médio oriente, também é um pouco estranho uma medida digna das piores ditaduras.
Deixa-se uma pessoa entrar no país e logo depois manda-se abrir as malas e tira-se o que se quiser dos poucos bens que conseguiram transportar numa mochila. Olha-se para as mãos e para o pescoço e se têm um anel ou um colar de ouro tira-se para pagar as despesas de acolhimento.
Isto não é um país de acolhimento civilizado mas sim uma casa de penhores.
Mais grave é isto ser feito por uma das nações consideradas mais civilizadas do Mundo.
Perde-se a razão completamente quando uma pessoa supostamente civilizada se comporta como um imbecil bárbaro. Quem tem de dar o exemplo é o mais educado. Só assim se mantém a superioridade moral.
Mais fácil e honesto era proibir a entrada no país e ponto final.
Imaginem um português entrar no Egipto em férias e um árabe abrir a carteira e tirar todo o dinheiro? O que diríamos?
Nem no Burkina Faso consta que isto tenha acontecido.
A cereja em cima do bolo
Desde que o índice foi criado, em 1995, a Dinamarca lidera ranking de países menos corruptos do Mundo.
Não têm corrupção mas de uma certa cleptomania também ninguém lhes tira uma elevada classificação.
Um pasquim encontra sempre uma maneira manhosa de dar uma notícia.
A imaginação do jornalismo de sarjeta, desonesto e ranhoso, não tem limites.
Einstein dizia: "Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo".
O exemplo mais recente:
Para quem tiver um pouco mais de tempo e paciência para me aturar eu explico melhor o que se passa.
Há um certo jornalismo que em vez de dar as notícias opta pela estratégia de fazer intriga política, devassar a vida íntima das pessoas mais conhecidas, fazer investigação policial, entrar em guerras e polémicas pessoais. Isto é também uma forma de ganhar audiências e vender jornais. Para completar a cereja em cima do bolo, colocam umas fotos de umas raparigas quase nuas e umas notícias de crimes horrendos contados com todos os detalhes.
Em Portugal nenhum jornal ou órgão de comunicação social desempenha melhor este papel do que o CM - Correio Manhoso.
O pior e mais preocupante, é que há todos os sinais que este pasquim recebe informações de alguns elementos do sistema de justiça.
É todos os dias. Uma vez é Sócrates (de umas das vezes durante mais de 40 dias seguidos), depois foi por algum tempo Miguel Macedo, agora é Pinto da Costa.
Quando a justiça decide de forma contrária ou menos simpática para as preferências do Correio Manhoso, este serve-se do meio de comunicação para deturpar as opiniões e decisões dos outros.
Veja-se o exemplo do título que inicia este artigo. Um processo contra Rui Rangel foi arquivado, portanto aproveita-se para levantar a suspeita que foi jogo de secretaria. Tem sido sempre assim. Alguém que seja contrário à “pasquinice” aparece logo na capa do dia seguinte com qualquer insinuação caluniosa. Se alguém protesta, vem o grito de socorro:
"-Aqui-d’el-rei" que querem amordaçar a informação independente".
Um nojo!