Finalmente uma confirmação jornalística daquilo que já se sabia.
Uma grande parte do sistema de justiça anda a reboque da pior comunicação social que existe em Portugal.
Sai num jornal manhoso uma notícia (normalmente nos jornais de sarjeta, ditos, pasquins) e depois os senhores procuradores vão fazer as buscas com apoio noticioso e abrem processos. Sempre a mesma coisa: corrupção, tráfego de influências, fraude fiscal, branqueamento de capitais. (O milagre da multiplicação dos crimes, se houve dinheiro recebido logicamente os outros crimes estão associados, mas um só crime não seria tão aparatoso para vender jornais).
O problema é que as notícias de capa de jornal podem ser encomendadas, ou só para vender jornais e aumentar audiências. Muitas vezes com interesses políticos. Depois o jornalismo preguiçoso limita-se a repetir à exaustão as polémicas levantadas pelos mafiosos.
Uma pessoa é atirada para a lama, seja culpada ou inocente.
O sistema de justiça parece agora servir interesses muito obscuros.
Os jornalistas (alguns) sabem das coisas antes dos próprios visados.
O exemplo mais recente está nesta notícia de 1 de fevereiro de 2018, relativa à investigação a Mário Centeno. Arquivado, mas o mal já está feito. Vasculharam os documentos e gavetas do ministro, viram tudo o que queriam, humilharam e depois foram-se embora. Capas em jornais estrangeiros. E não aconteceu nada?
Porque não se mostra em capa de jornal a cara e conta-se a vida dos procuradores que abriram os processos?
Esta foi muito bem apanhada, mostrando com uma imagem aquilo que eu quis dizer com muitas palavras.