Os países não mudam
As pessoas normais pouco mudam
Os políticos mudam todas as vezes que falam.
Exemplos da teoria anterior:
Portugal é e sempre foi um país de muitos pobres e alguns muito ricos. Foi assim na monarquia, manteve-se na 1ª República e no Estado Novo. Em 25 de Abril de 1974, pareceu que as coisas iam mudar. Os filhos dos ricos tornaram-se de extrema esquerda, aguentaram os primeiros embates e depois da poeira assentar voltaram aos PSDs a aos CDSs (Zitas Seabras, Pachecos Pereiras, Durões Barrosos, etc). No momento actual temos os novos Champalimauts, com nomes de Amorins, Belmiros, Berardos, Eduardos Monizes, etc. Em vez da carbonária, da maçonaria e da Pide, temos agora os procuradores, os sindicatos dos juízes, a comunicação social tablóide (Jornais SOLes, Correios das Manhãs, as TVIs, etc). Portugal não muda. Há quem tenha todo o dinheiro e seja dono de todas as opiniões e de toda a razão. Temos sempre, e deixamos, que alguém decida por nós, sempre a favor do seu grupo de amigos.
Deixem de chamar a isto democracia e deixem de chamar país civilizado. Num país civilizado os jornais não dizem mentiras, os deputados não dizem asneiras, os jornalistas só fazem jornalismo, as pessoas não cospem para o chão, e os taxistas não enganam os estrangeiros.
Portanto, as pessoas também não mudaram.
E os políticos?
Esses ao menos mudam muitas vezes. Os Paulos Rangéis dizem que o povo não compreenderia ele terem-se candidatado ao parlamento europeu e depois deixarem para virem candidatar-se a líderes. Depois mudam de ideias entre uma quarta-feira e uma sexta-feira da mesma semana. Todos os outros, não apenas Sócrates, mudam o que dizem demasiadas vezes. Até o nosso Presidente nos engana quando diz que não perdeu um minuto a pensar se se vai recandidatar, mas no entanto já contou os meses, dias e horas que faltam para as próximas eleições presidenciais.
Estamos condenados a ser sempre iguais.
Quem não estiver satisfeito com isto, o melhor é mudar de país. Cá as coisas não vão mudar. Só as moscas!