Então, com base no quadro anterior tomemos como unidade os dois submarinos comprados por Paulo Portas e que de pouco no irão servir.
1. O novo aeroporto custa 1,3 vezes o preço dos submarinos, mas na realidade serviria para mais qualquer coisa.
2. O Buraco do BPN foi de 2,3 vezes o custo dos submarinos e custa a cada português 180 Euros.
3. A linha de TGV de Lisboa a Elvas custa 3 vezes os ditos submarinos, que só dão despesa e não chamam turistas.
4. Portugal está a subsidiar a Alemanha ao comprar-lhe dois submarinos, ou seja, demos aos alemães metade do custo de uma nova ponte sobre o Tejo.
5. A indemnização de José Eduardo Miniz para sair da TVI é pouco, comparado com o buraco do BPN dos amigos de Cavaco, mas é muito quando comparado com o ordenado de Sócrates. O que Moniz recebeu dava para pagar o salário de um Primeiro Ministro durante 54 anos.
Conclusão: Tudo muito relativo. O que é inevitável fazer no futuro é melhor fazer já, pois a cada 20 anos o custo de uma mesma obra pública passa para o dobro. Se Salazar não tivesse feito a ponte 25 de Abril os capitães teriam de ter dado o nome "25 de Abril" a algum Cacilheiro com mais de 30 anos. Será que não serviu para nada? Pois quando não houver carros, nem gasolina, nem bicicletas, isto passa a ser verdade - não servirá para nada. Afinal a ponte que os capitães fizeram num dia sem gastar dinheiro já está mais que paga e dá lucro.
O que não serve mesmo para nada são os submarinos, alguns estádios de futebol, a maioria dos deputados e a quase totalidade dos nossos políticos, grande parte dos jornais e jornalistas, e ainda, alguns maus juízes.