Os sistemas de organização da sociedade têm evoluído ao longo dos tempos, desde as cavernas, ou antes das cavernas, nas árvores, quiçá antes das árvores na praia, depois de sair do mar.
Primeiro, deveria haver um chefe de grupo e depois de tribo. Mais tarde com as tribos maiores vieram os reis – o primeiro grande sistema organizado – Monarquia. Quando a monarquia falhava aparecia por vezes a Anarquia. Os gregos experimentaram a Democracia, mas acabou por ser derrotada pelo Imperialismo dos grandes líderes de várias nações e povos. A monarquia foi sobrevivendo, evoluindo para as monarquias constitucionais, em que havia escolha democrática para os governos, mas não para o Rei. A República manteve a democracia mandando o rei às ortigas. O Comunismo veio na tentativa de se atingir um estado mais evoluído e responsável da relação entre os humanos, baseado na partilha responsável, mas falhou porque as pessoas não eram o que se esperava, ou ainda não estão preparadas para este sistema.
As democracias acabaram por ser aprisionadas pelos partidos e pelos grupos de pressão, entre os quais o mais poderoso – a comunicação social.
A democracia parece ser o menos imperfeito dos sistemas porque supostamente teria a capacidade de se renovar e se escolher para governar os povos, os elementos mais bem preparados e competentes. No entanto nada garante que as maiorias ao votarem façam realmente as melhores escolhas.
Presentemente em Portugal os órgãos eleitos são permanentemente contestados e pressionados pela comunicação social e pelos comentadores de serviço. O que dá audiências e desperta simpatias nunca são as opiniões dos governos, mas sim as das vozes críticas dos governos. Porquê? Porque quem está de fora pode dar “palpites”, que não sendo realizados ficam sempre como sendo a solução perfeita. Quem ouve as televisões e lê os jornais fica com a impressão que os governos estão sempre enganados e tentam prejudicar o país. Os comentadores têm sempre solução para tudo. Ideias tão simples e evidentes que até parece incrível como só os governantes não percebem.
Conclusão
O melhor sistema político para a sociedade portuguesa deverá ser, o que eu passarei a chamar a Palpitocracia. O governo formado pelos que dão palpites. Seria um governo em que todos os ministros teriam todas as pastas ao mesmo tempo, uma vez que os “palpiteiros” sabem de todos os assuntos.
Mas teríamos bons candidatos para o governo da Palpitocracia? Claro que sim!
Entre os ministros deste revolucionário sistema teríamos já garantidos os seguintes nomes:
Marcelo Rebelo de Sousa
Medina Carreira
Campos e Cunha
Pacheco Pereira
Bagão Félix
Paulo Rangel
Belmiro de Azevedo
Filipe Menezes
Santana Lopes
Manuela Moura Guedes
Sousa Tavares
Como Secretários de Estado, porque não aproveitar outros “palpiteiros”, os entrevistados frequentes de Mário Crespo: José Luís Arnaut, Ângelo Correia, Mota Pinto, etc., e ainda para os serviços de justiça e segurança os jornalistas do Sol – Felícia Cabrita e José António Saraiva.
Porque não experimentar?
Talvez um governo formado por estes iluminados “palpiteiros” salvasse Portugal.
Pelo menos não se gastava dinheiro em eleições cada vez mais inúteis.
Nota: Palpite - opinião ou sugestão, podendo ou não fundamentar-se técnica ou profissionalmente; pressentimento. (Típicamente usado pelos treinadores de bancada).