Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

Face Oculta – da verdade

Criticar os erros da justiça é desacreditá-la, ou é dar contribuição para a melhorar?

Criticar os exageros e mentiras da comunicação social, é estar contra ela ou é uma forma de distinguir os bons dos maus jornalistas?

São estas as perguntas que quase ninguém faz, porque não são politicamente correctas ou pelo menos socialmente oportunas.

Parece que em Portugal ninguém quer dizer que o rei vai nu, mesmo que o vejam completamente em pelota. Ninguém quer ter opinião contrária à opinião dominante e induzida pela comunicação social.

Onde quero chegar? Aos processos mediáticos dos últimos anos! Às suas verdades e às suas nentiras.

  1. No processo Casa Pia não conseguiram encontrar provas para condenar Carlos Cruz, mas depois de tudo o que a comunicação social disse e a opinião pública pensa, já “intoxicada” pela primeira, era um escândalo e descrédito admitirem a absolvição por falta de provas.
  2. No processo Apito Dourado a justiça não conseguiu provar que a fruta do Pinto da Costa prometia eram meninas para aquecer os árbitros, nem tão pouco que isso fosse crime.
  3. No processo Freeport bem se esforçaram por encontrar irregularidades que envolvessem Sócrates, mas depois de tanta investigação jornalística, de escutas, de vídeos feitos às escondidas e mostrados na TV, fugas de informação do segredo de justiça, de invenção de pressões a dois virgens magistrados, etc., nada encontraram. Tudo indica que vai acabar em nada.
  4. No Face Oculta, apanharam um vigarista de bairro e logo tentaram levar com ele políticos e responsáveis de empresas públicas. À falta de melhor até pessoas que se opuseram às trafulhices de Godinho foram envolvidas nas acusações. Mais uma vez a polícia e os procuradores não encontraram nada que lhes permitisse pegar a presa que procuravam - Sócrates.

Agora com a opinião pública com ideia já formada, como vai a justiça sair disto se não encontrar provas de tudo o que se disse? Ou tem de julgar e condenar inocentes ou irregularidades menores (para salvar a sua Face), ou passará mais uma vez por incompetente ou perdulária para com os “criminosos”.

Este dilema da justiça resulta de culpa própria, pois foram eles que permitirem e alimentaram a acusação prematura e os julgamentos feitos na comunicação social antes de serem feitos nos tribunais.

Depois quando os tribunais não provam os graves crimes que toda a gente já julgou, lá vêem as frases feitas:- “Os grandes safam-se sempre”; “A justiça nunca apanha ninguém”; etc.

Em Portugal todos parecem ter medo da verdade! Criam-se as condições para a verdade não ser aceite e a justiça não ser feita. A justiça vive condicionada pela comunicação social e pela opinião pública. A comunicação social vende a alma ao diabo para salvar a carteira, pois os jornalistas com carácter e responsabilidade vendem menos jornais e têm menos audiências do que os imbecis e irresponsáveis sem carácter.

Está tudo ao contrário! Há medo ou não conveniência de admitir a verdade. Há interesses escondidos. Há politização da justiça como admitiu Noronha do Nascimento.

Falta coragem à justiça! Falta coragem para se fazer justiça e para não culpar inocentes quando não há provas para condenar os culpados.

publicado por Eu mesmo às 22:56

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