Muitas pessoas ficarão com a sua consciência muito descansada quando correrem com Sócrates. Ele é a causa de todos os males, pois tem sido o comandante do pesado navio até este estar prestes a encalhar.
Deita-se o comandante ao mar e o navio salva-se, assim como toda tripulação.
Depois arranja-se outro comandante.
O ânimo dos marinheiros ficaria muito mais optimista. Isto é a visão simplista.
Pensemos um pouco. Temos um candidato a novo comandante melhor do que o actual?
Se sim o problema será bem resolvido.
Mas se o putativo novo comandante não perceber nada de cartas de mar, não pode a emenda ser pior do que o soneto?
Ou seja, além da falta de conhecimento junta-se a falta de experiência prática. Vai começar por cometer todos os erros que o anterior já cometeu, ou seja perde-se tempo precioso quando já falta pouco para chegar às rochas.
O que é mais importante? Queremos ficar com o nosso ego satisfeito ou queremos sobreviver a um provável naufrágio?
Muitos portugueses começam a pensar friamente, mais com a cabeça do que com o coração, e preferem ficar com o comandante de que não gostam, mas que tem mais possibilidades de não os deixar cair à água.
Pode ser esta a explicação para as sondagens não darem o PSD de Passos Coelho com maioria absoluta. Umas dizem que o PSD desce 3,1% e PS sobe 0,5%, segundo o insuspeito de beneficiar o PS (CM):
http://www.sabado.pt/%C3%9Altima-Hora/Pol%C3%ADtica/Legislativas--PSD-desce-e-PS-sobe.aspx
Mas segundo o “insuspeito” Expresso, o “PSD à frente nas intenções de voto mas sem maioria absoluta”, (7 % de diferença entre os dois maiores):
Há pelo menos uma manifestação generalizada de desilusão para com todos os partidos e todos os políticos.
Se todos os políticos são culpados da crise, então temos de encontrar uma forma de os castigar ou correr com eles.
Não votar/abster é uma forma de vingança eficaz? Não, porque só contam os votos dos que votam. Os políticos não se vão embora e tudo fica na mesma.
Então a vingança é votar em alguém contra partidos, exemplo – Manuel Coelho (o da Madeira), mesmo assim seria melhor do que votar em branco!
A vingança não nos salvará, tal como não salva atirar um comandante de navio borda fora quando não se tem outro melhor.
O melhor é tentar ameaçar o comandante e obrigá-lo a fazer melhor com a experiência que ele acumulou.
Primeiro a salvação, depois a vingança da antipatia (votação em eleições na altura própria).
Conclusão: Os portugueses têm de pensar muito bem no que vão fazer nas próximas eleições. O que está em jogo é a sua salvação e não as simpatias clubistas ou as vinganças.
Vai ser difícil decidir, mas muita gente vai tomar uma decisão que passará por engolir uns sapos.
A União Europeia è mais ou menos isto
Nestes também não se pode confiar ...
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