A justiça nos EUA é incrivelmente parecida com a nossa, ou a nossa justiça copiou as técnicas dos EUA.
Por exemplo. Strauss-Kahn “violou, se violou?” uma única pessoa – a empregada de hotel, no mesmo dia, na mesma ocasião. No entanto foi acusado de sete crimes: 1 e 2 – Violação (sexo oral), dois crimes; 3 – Tentativa de violação (dita normal), um crime; 4 – Abuso sexual, um crime; 5 – Tentativa de sequestro, um crime; 6 – Toque forçado noutra pessoa, um crime; 7 – Abuso sexual em terceiro grau. Cada vez que se mexia cometia um crime.
Cá também é a mesma coisa. Um super-juiz aproveita uma suspeita de uma irregularidade, e muito antes dos próprios serem sequer informados, já a comunicação social noticia que as pessoas tal e tal cometeram os crimes w, x, y, z (incluindo culpados e inocentes tudo no mesmo saco, e sobretudo, muitos crimes). A receita costuma ser: corrupção activa ou passiva para acto ilícito, participação económica em negócio, burla qualificada, abuso de poder, tráfico de influência, etc.
Mal comparado, seria como castigar um miúdo que não fez o trabalho de casa por: 1 – Preguiça agravada; 2 – Falta de cumprimentos de ordem; 3 – Desrespeito ao professor; 4 – Falta de aproveitamento escolar: 5 – Desperdício de dinheiros públicos; 6 – Mau exemplo aos colegas; etc. Tal como na justiça, o director da escola chama os pais e diz que o filho cometeu 6 irregularidades graves. Perante o protesto dos pais lá faz uma condescendência e castiga o jovem “apenas” a um mês de suspensão por desobediência e maus exemplo. Os pais ainda agradecem a atençãozinha.
Qual a lógica? Segundo um estudioso em casos de justiça, foi-me explicada a estratégia.
Acusar muitas pessoas e cada uma de muitos crimes é uma forma de assegurar uma possível (desejada) condenação. Torna-se mais visível o processo, maior pressão da opinião pública e da comunicação social, portanto, muito mais difícil a defesa quando as provas são fracas ou inexistentes.
Nada disto é justiça. É mais uma brincadeira, para não dizer - uma palhaçada.