Estamos num momento de reflexão interessante no sentido de saber quem é Cavaco Silva.
Li e tenho ouvido recorrentemente que muitas pessoas que votaram Cavaco Silva começam a criticá-lo e estão arrependidas de ter mantido no poder, durante 11 + 10 anos, a figura de pensamento interior pouco claro - chamado Aníbal C. S.
Por exemplo, um Investigador do Instituto Português de Relações Internacionais. Doutorando em Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa, Colunista do Diário de Notícias e da revista inglesa The Majalla Magazine, comentador de assuntos internacionais da TVI 24 e da Rádio Renascença, autor de Blair, a Moral e o Poder(Guerra & Paz, 2008), colunista do jornal i, investigador do Instituto da Defesa Nacional, além de colunista e editor da Revista Atlântico, colaborador do Diário Económico e escreveu nos blogs Acidental, Sinédrio, Atlântico e 31 da Armada. (http://uniaodefacto.blogs.sapo.pt/377.html),
Pois este investigador com todo este currículo afirmou que anteontem teve vergonha de ter votado algumas vezes no tal senhor.
Este problema do arrependimento e vergonha de ter votado em Cavaco Silva é doença de que estou 100% livre. Em 5 eleições diretas e mais as autárquicas, nunca votei em Cavaco Silva. Sempre o achei demasiado "blindado", ou seja, não se sabia bem o que ia dentro daquela cabeça, e a demagogia e o tabusismo foram sempre a sua imagem de marca.
No entanto, agora, quando os outros se evergonham, é que eu começo a ter alguma "compreensão" pelo senhor Aníbal. Primeiro teve a coragem de criticar os dirigentes da Alemanha e da França e depois percebeu que o país não podia ter como único desígnio o empobrecimento sem manter a nobreza. Este episódio do seu rendimento ser pequeno até compreendo, quando todos os seus seguidores e apoiantes mais destacados estão em tronos de ouro, sem nenhuma responsabilidade histórica.
É que, só agora o nosso senhor presidente Cavaco começou a perceber que a história não vai ser simpática com ele. Vai ficar com as dores mas sem ganhar os correspondentes benefícios. Os que o apoiaram serviram-se dele, governaram bem a vida e agora abandonam-no.
No fundo, no fundo, ele vai provar do veneno que tentou e serviu a outros.