Quarta-feira, 4 de Abril de 2012

"O POLVO" E A OPERAÇÃO FACE OCULTA COM RABO DE FORA

 

O CLAN DUARTE LIMA e o POLVO LARANJA

 1- A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redireccionada pela investigação e pelos Media para passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar cabo do PSD.

 2. Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.

 3. O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN, inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A tática então escolhida pelo polvo laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a “asfixiar” a comunicação social ! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.

 4. Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.

 5. Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões , amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras. Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a “cedê-los generosamente” ao Estado para lá construir o IPO.

Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia ser ajustado entre os amigos vendedores e compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.

 6. Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha ótimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.

7. Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projeto não será da responsabilidade do município de Oeiras."

 8. Como assim, "mudança de opinião do governo"?

 9. Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.

 10. No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se “lixou” o projeto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.

 11. Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês. Não sabemos o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes. Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projecto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clan do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja (ª).

É bem possível que essa tenha sido a razão.

 (ª) - É bom que se entenda que o polvo laranja tem o seu pai no Senhor Silva, hoje PR, que nunca falou sobre o BPN, mas o lodo deste senhor é bem maior !!! Oxalá Portugal fosse uma França !!!

Nota final: E Sócrates, santo ou demónio, lá foi ajudando a vender jornais - até hoje. E os senhores juízes Alexandres, Vidais, etc., lá foram deitando para a fogueira alguns inocentes, para alimentar o fogo da revolução mafiosa.

publicado por Eu mesmo às 22:24

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2 comentários:
De The Truth Master a 4 de Abril de 2012 às 23:05
Esta é uma história verdadeira...

... ao contrário daquelas que têm circulado na imprensa e nalguns blogs.

Apesar do que tem sido dito, o Dr. Isaltino Morais não exerceu qualquer pressão para que o IPO fosse deslocado para o concelho de Oeiras. Foi o Ministério da Saúde que tomou a iniciativa de contactar o Município de Oeiras à procura de terrenos para instalar o referido complexo hospitalar. E o Município de Oeiras prontamente se disponibilizou para colaborar com o Ministério da Saúde tendo proposto uma série de alternativas. Foi o Ministério da Saúde que escolheu a hipótese de Leceia.

Só que durante o decorrer deste processo o executivo da CML demitiu-se levando à realização de eleições autárquicas antecipadas. É então que o Dr. Correia de Campos, ministro da Saúde à época, telefona ao Dr. Isaltino Morais dizendo que o seu colega de partido, Dr. António Costa, não concorda com a decisão de transferência do IPO para Oeiras. E nesse sentido, a decisão de implantar o IPO em Oeiras fica sem efeito.

Fica portanto provado que o Dr. António Costa exerceu uma pressão ilegítima sobre o Dr. Correia de Campos para evitar que o IPO fosse transferido para Lisboa. Com agravante de que quando chegou à presidência da CML, o Dr. António Costa disponibilizou um terreno para o IPO que implicava custos de aquisição a suportar pelo Ministério da Saúde. De notar que o terreno em Oeiras seria oferecido pela CMO.

Ou seja, todos estes dados permitem concluir que o Dr. Isaltino Morais agiu sempre de boa fé neste processo. O que não se pode dizer do Dr. António Costa que exerceu uma influência ilegítima e que viola claramente as regras da ética republicana.

Actualmente o IPO continua na Praça de Espanha e não existem perspectivas para que possa ter instalações novas num futuro próximo. Se a decisão de construir o IPO em Leceia tivesse sido mantida provavelmente este já estaria a funcionar em novas instalações. António Costa é o responsável. Boicotou o interesse público e causou graves prejuízos ao país. Isto é o que acontece quando os interesses particulares se sobrepõem ao interesse público.

Tenho dito.
De Eu mesmo a 5 de Maio de 2016 às 08:55
Este comentario parece aquela anedota da casa de prostituição. A polícia entra lá e começa a identificar toda a gente. As brasileiras vão dizendo, eu sou a cozinheira, eu sou a mulher das limpezas, eu sou a costureira, etc., etc. Quando chegam a um cliente este responde ao polícia: " Querem lá ver que a prostituta sou eu?"

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