Versão atualizada do provérbio popular “Diz o roto ao nu: porque não te vestes tu?”, que significa que é mais fácil vermos os defeitos dos outros do que os nossos próprios defeitos.
O bancos (pela voz de Fernando Ulrich) queixam-se do governo por obter empréstimos da Troika a uma taxa mais baixa e emprestar aos bancos a uma taxa mais elevada, "Estão muito altos os juros que o Estado nos cobra pelos CoCo's".
http://mobile.economico.pt/noticias/2011-foi-o-ano-horribilis-para-o-bpi-e-para-o-pais_149166.html
Mas os senhores bancos fizeram isso desde há séculos. Obtinham dinheiro dos capitalistas e depois emprestavam aos seus clientes a taxas muito mais elevadas. Seja, davam juros mais baixos a quem depositava do que os juros que cobravam a quem eles emprestavam. Sendo empresas que não produzem batatas nem automóveis eram das mais rentáveis até ao rebentar da crise financeira de 2008. A justificação sempre foi que eles tinham credibilidade. O lucro deles era o pagamento da garantia e da confiança.
Sr. Ulrich, abra os olhos, ou não tente enganar os portugueses. O dinheiro da Troika vem do estrangeiro (FMI e BCE). Eles acreditam mais num país do que nos banqueiros. A diferença do juro é o preço da confiança.
Em linguagem popular isto chama-se agiotagem, mas é o que muita gente tomada com séria faz há muito tempo.
A religião muçulmana propibe os juros. Se alguém empresta recebe apenas o mesmo valor que emprestou.
E eles é que são os atrasados não é?
Para os Srs. Ulricos deixo a sugestão de um novo provérbio: - "Não me façam o mal que eu gosto de fazer aos outros".