“Novas barragens gastam mais energia do que a que produzem”
As asneiras de José Luís Pinto de Sá e do ambientalista da Univ Nova Joanaz de Melo, com um jornalista viciado que não deixa as pessoas explicarem os assuntos Carlos Enes da TVI estão aqui
http://www.tvi24.iol.pt/programa/3008/54
Alguns comentários e quem é Joanaz:
http://ecotretas.blogspot.pt/2012/02/os-equivocos-de-joanaz-de-melo.html
Admirei-me inicialmente por ninguém vir a público esclarecer os erros propagados nos programas referidos, mas após consulta de documentos e outras informações percebi o que se passa. É que Joanaz e Pinto de Sá, simplesmente são maluquinhos e nenhum especialista a sério lhes presta sequer atenção.
Então vou responder eu que não sou especialista, sou apenas um eu-calipto pensante. Podem discordar à vontade, mas pensem primeiro.
É uma evidência que bombear água para dentro da barragem e depois a returbinar se obtém menos energia do que a que se consumiu, porque há perdas de rendimento tanto ao bombear como ao turbinar. O problema a resolver é o do armazenamento de energia. Não há formas de armazenar energia sem perdas. Se colocar energia numa bateria obtém-se no consumo da bateria menos energia do que a que foi lá colocada. É igual à barragem.
O grande problema a resolver é que a certas horas há energia renovável em excesso. Em vez de a desperdiçar é preferível usá-la para bombear água para dentro da barragem, sobretudo se a energia renovável for mais barata, ou como é o caso se se pagar quer ela seja consumida ou não. Neste caso a energia armazenada é de borla, porque se não for aproveitada é desperdiçada no momento da sua produção. Tanto custa usá-la como deitá-la fora. Quando a água é returbinada obtém-se uma parte da energia que se teria desperdiçado sem qualquer utilização.
As tais barragens são barragens reversíveis, cuja função é de servir de ponto de armazenamento de energia para regular a produção de energia dos geradores eólicos. Ou seja, são uma espécie de bateria que armazena a energia produzida pelos geradores eólicos quando esta é produzida em excesso, e permite depois devolver a energia à rede eléctrica quando a produção eólica tiver quebras e/ou houver picos de procura na rede eléctrica. São justamente essas barragens que viabilizam todas as centrais eólicas espalhadas pelo país, e permite viabilizar fontes de energia alternativas, como a energia eólica mas também solar, em vez de recorrer a gás ou carvão para regularizar a potência na rede.
Sabendo isto, deve ser claro que isso de "gastar mais electricidade do que produz" é uma simplificação demasiado grosseira e enganadora.
Negar esta evidência, ou é imbecilidade e burrice, ou é submissão a interesses escondidos.
Negar a importância do armazenamento da energia é o mesmo que negar o interesse das baterias e das pilhas.
Todos os aparelhos electrónicos que usamos no dia-a-dia consomem mais energia no carregamento das suas baterias do que a energia que fornecem posteriormente. Mas a questão é a mesma das barragens. Fornecem energia quando nós pretendemos. No caso de um telemóvel, permite-nos falar quando estamos fora de casa e sem ligação a uma rede eléctrica. No caso de uma bateria de um automóvel permite arrancar o automóvel depois de uma noite parado, sem necessidade da dar à manivela nem ligar um transformador à corrente. Numa lanterna permite-nos ter luz sem ter de acender uma vela.
Não é eficiente mas é útil, muito útil. Não há alternativa por enquanto.
Da mesma forma, os acumuladores de energia vão permitir no futuro a mobilidade eléctrica sem poluição e a baixo custo.
Os senhores Joanaz e Pinto de Sá denunciam as barragens mas não dão soluções alternativas. Pela lógica deles a solução seria não consumir electricidade (voltar às cabanas iluminadas à vela (Joanaz) ou então usar geradores portáteis a gasolina (como os das casa de churros e farturas nas feiras) - (solução à Pinto de Sá).
Uma coisa é a energia eólica ser paga a preços exagerados, outra coisa é não perceber a necessidade de energias renováveis para um país sem petróleo como Portugal, mas com muito vento.