Sr. Anticorrupção Dr. Paulo Moralista afirma que as inundações em Lisboa, em dias de chuva torrencial, são um sinal da corrupção (ver capa do jornal Correio da Manhã - Dez.14).
O Dr. Paulo Moralista ainda não percebeu que as cheias sempre existiram desde a formação da Terra, quando ainda não havia homem sapiens. O aumento dos prejuízos e catástrofes de cheias nas áreas urbanas deve-se mais ao mau planeamento e impermeabilização dos solos do que à "corrupção". A ideia que ele quer fazer passar é que os construtores pagam aos presidentes das câmaras para fazerem casas, estradas, escolas, passeios pavimentados, parques nos leitos de escoamento de rios. Em vez de viver da "corrupção", escrevendo livrinhos e artigos sem qualquer destaque no pasquim Correio da Manha, era melhor procurar provas e apresentá-las.
Havia cheias no Nilo antes de Cristo, cheias na China, na Índia, em África, no distrito de Santarém, na foz do Douro, em Coimbra, etc., desde sempre, antes de haver construtores civis e construção. Então as cheias e a correspondente corrupção só podem ser atribuídas a Deus.
O "Grand kenyon" nos Estados Unidos foi formado por cheias e inundações. Deve ter sido uma corrupção dos diabos!
Nos tempos que correm soa bem tudo o que há de mal ser chamado corrupção - faz do denunciante um homem honesto, um herói merecedor do aplauso geral. Se chove é corrupção, se faz sol é corrupção, se damos um espirro pode ser corrupção.
Para tudo e em todos os momentos da vida é preciso bom senso e equilíbrio.
Evitar cair no exagero do ditado popular:
- Quem tem um martelo na mão tudo à sua volta lhe parecem pregos.
Há corrupção sim, mas não será tanto como se quer fazer querer.