Carvalho da Silva disse ontem no congresso da CGTP uma verdade que estava a escapar a todos nós. O país tem sido devastado financeiramente, não pela corrupção em atos classificados como crime, mas muito mais em "corrupção" em atos perfeitamente legais. A soma de todos os dinheiros pagos a Manuel Godinho, Isaltino de Morais, José Sócrates, Armando Vara, etc., aliás, muito mal ou nada provados, são uma pequeníssima, mas mesmo muito pequeníssima parte do que foi dado a bancos, empresas públicas e até privadas, na maior impunidade e dentro da "lei".
O alarido dos casos mediáticos servem apenas como cortinas de fumo para os grandes tubarões passarem pelos pingos da chuva sem se molharem. Ninguém pergunta como é que Miguel Relvas é "dono" (ou intermediario na venda) de um banco "legal", ninguém pergunta como é que Dias Loureiro ganhou fortunas, ninguém questiona como é que a Caixa Geral de Depósitos dá prejuízos, com todo o dinheiro que tem e dando juros aos seus depositantes de 0,35% ao ano (é o meu caso, tenho lá todas as poupanças e recebo ao fim de um ano uma centena de Euros).
Poucos se incomodam com os fabulosos lucros dos Pingos Doces, das SONAIs, das EDPs, das Portugal Telecoms, com o dinheiro a ir parar às mãos dos chineses e dos governos da Holanda e do Luxemburgo "legalmente".