Uma jornalista da RTP, no dia 19 de outubro às 9:00, deu uma notícia com ar de grande escândalo, dizendo que não havia vacinas da gripe para todas as pessoas. Depois passou para uma entrevista a um responsável pelas farmácias portuguesas e fez a pergunta sobre a afirmação que tinha acabado de fazer. O responsável explicou muito bem que este ano o pedido de reservas era muito maior do que nos anos anteriores, mas que as encomendas em maior quantidade tinham sido feitas e que as vacinas iriam chegando por tranches, já que os laboratórios também estavam a trabalhar com muito maior quantidade de pedidos. A jornalista insistiu se haveria vacinas para todos. O técnico das farmácias voltou a repetir que iria haver vacinas para todos os que necessitassem, mas que não chegariam todas ao mesmo tempo.
Conclusão final da jornalista: "- Como acabámos de saber não há vacinas suficientes para todos". A ideia com que os portugueses menos críticos ou mais distraídos ficaram foi, não há vacinas para todos, logo, a culpa é do governo. Mau planeamento, incompetência, etc..
Como se chama este tipo de jornalismo? Eu diria, falta de honestidade, falta de profissionalismo, manipulação de informação, talvez até imbecilidade.

A comunicação social está a destruir a comunicação social de qualidade. Só está a passar a notícia da polémica. As audiências estão também cada vez mais estúpidas, ou estupidificadas. O que conta é a audiência, seja, o número mas não a qualidade.
Começa a ser muito frequente os os jornalistas darem opinião própria em vez de darem as notícias. Eles começam com uma afirmação da sua opinião pessoal, depois entrevistam alguém que dá uma boa explicação, que pode ser até muito diferente, mas no final fazem um resumo tornando a afirmar aquilo que estavam eles próprios a dizer inicialmente. Para ser simpático digo que nem ouvem o que o entrevistado está a dizer, ou então agem de má fé.
Assim não vamos longe! Está tudo maluco?