Quem manda nos países?
Quem manda é quem tiver o poder para prender e para libertar uma pessoa da prisão, quem puder entrar na nossa casa para revistar tudo e retirar o que quiser, quem puder ouvir as nossas conversas telefónicas e saber das nossas contas bancárias e dos nossos amigos, quem decidir o que está bem e o que está mal. O poder está em quem pode fazer tudo isto e não lhe acontecer nada, nem puder ser criticado quando se engana.
Então quem é “quem”? São os reis? Sim, mas só nos países mais “atrasados”.
No passado os reis tinham o poder sobre tudo e todas as coisas. Podiam mandar matar e prender, retirar os bens, torturar as pessoas, etc., etc. Não se podia colocar em dúvida a autoridade ou a justeza das decisões dos reis. Eram reis pronto.
Depois quem passou a mandar foi a igreja, a que se seguiram os ditadores, depois os governos das repúblicas. Uma longa história…
Agora nas chamadas “democracias” quem manda em tudo é uma autoridade sem rosto a que se chama, por ironia do destino, “justiça”. Eu disse nos países ditos “civilizados”.
Pois a justiça é que tem o poder nos dias de hoje, até para matar nalguns sítios. Para o bem e para o mal.
Estes senhores podem interrogar quem lhes apetecer, com a boa desculpa das suspeitas de alguma coisa menos “legal”. Podem ir buscar uma pessoa a sua casa, levar para a prisão e manter lá meses ou anos. Podem escutar as nossas conversas telefónicas, ler as cartas e mensagens que enviamos ou recebemos dos nossos amigos e familiares, ver as nossas contas bancárias. Retirar os nossos bens. Podem condenar com poucas ou nenhumas provas.
Ninguém está livre desta nova “máquina trituradora” das sociedades.
Quando alguém não está satisfeito com uma decisão da justiça pode fazer um recurso para outros. Sim. Por vezes resulta, mas é um jogo de sorte ou azar. A decisão final, a que tem de se chamar “verdade” depende também da avaliação de pessoas falíveis, que podem ter simpatias ou antipatias com quem decidiu antes dele. A prova disto é com frequência, para um mesmo julgamento, haver decisões completamente contraditórias/contrárias.
Mas se eles se enganarem nalguma decisão alguma coisa lhes acontece? Pouco ou nada, pois quem os vai avaliar são outros colegas e amigos. Toda a gente sabe que na mesma classe há a tendência para pensar que hoje foi o meu colega que se enganou e sou eu a julgá-lo, mas amanhã posso ser eu a enganar-me e ser ele a julgar.
Aliados ou ferramentas do poder => comunicação social.
Portanto, como conclusão, voltamos à lei mais básica da natureza, mais importante do que ter amigos e ser sério é ter sorte.
Na verdade a nossa existência na Terra é um jogo de sorte ou azar. Podemos ficar doentes dum dia para o outro, quer sejamos boas pessoas ou más pessoas. Pode cair um avião na nossa cabeça ou um meteorito, sem termos feito nada de mal a ninguém.
Mas, por que razão isto acontece e poucos se indignam?
O advogado João Araújo deu a resposta adequada. A razão da passividade e cumplicidade de muitos deve-se à “Estupidez dos que pensam que os crocodilos poupam ao jantar os que os deixaram almoçar em paz.”.
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=4572231&opiniao=Convidados
No fim, no fim, vamos todos para um buraco escuro e sujo e tornamo-nos em pó, sejamos justos ou pecadores.
Vivam bem. Tenham muita sorte.
Muuiiinnta sorte...