Todas falam dela, mas ninguém sabe bem o que é, e como vamos sair dela.
Serve para quê? Serve a quem?
Não se sabe como, mas criou-se um ciclo vicioso em que os que ganham menos estão a pagar os “vícios” dos que ganharam muito e começaram a perder algum.
Uma explicação é a globalização. Os mercados liberalizados permitiram que os chineses vivessem um pouco melhor e os ocidentais tenham de viver bastante pior. Os produtores de energias fósseis ficam cada vez mais ricos, obscenamente ricos, quase sem saber como nem porquê. Sem nada fazerem para isso, o dinheiro nasce-lhes debaixo dos pés.
Mas se não é sustentável ganhar para ter um bom automóvel, tentando pagá-lo com batatas ou garrafas de vinho, também não será sustentável a médio e a longo prazo, viverem como “nababos” do dinheiro fácil do petróleo ou de salários para não morrer de fome.
Chegamos aqui ao síndroma do Titanic. Os da primeira classe vêm os outros passageiros da turística a afogar-se mas continuam a beber e a dançar, porque eles são superiores, estão benzinho e vão ficar a salvo.
Um dia os chineses não vão ter a quem vender as suas lâmpadas de leds, nem os seus parafusos de aço macio, assim como os árabes e os angolanos não terão a quem vender petróleo. O Mundo está em permanente mudança. Estão a despontar modos de produção de energia que farão do petróleo e dos painéis foto voltaicos uma tecnologia obsoleta. Saibam o que é a “bloom energia”.
Quanto à austeridade, vejam este vídeo.
Não dá a solução, mas explica como chegámos aqui.
Foi feito há dois anos, mas vejam como é atual.
Fiz uma estatística que não deve fugir muito à realidade.
Na minha pequena rua moram cerca de 50 famílias, admitamos cerca de 120 pessoas.
Há quatro automóveis alemães de alta gama com menos de 4 anos.
Se isto for verdade para o país dará para 6 milhões de cidadãos em fase activa da vida, cerca de 1 automóvel de alta gama de marca alemã para cada 120 pessoas, dá 50 000 automóveis quase novos.
Como uma automóvel de boa marca alemã não custa menos do que 40 000 Euros, temos um valor total investido de 2 mil milhões de contos.
Tirando impostos (35%) do valor de compra e dividindo por quatro anos dá 325 milhões de Euros por ano a favor da indústria alemã.
Quem disse que a Alemanha é que está a ajudar Portugal?
Nós também não estamos a ajudar a Alemanha?
Não contei com as peças que vendem custando uma fortuna, os submarinos, etc..
Não acreditam? Façam as contas.
Quando viajarem numa auto-estrada peçam a alguém que não vá a conduzir para contar cem dos automóveis que vos ultrapassam e destes quantos são de marca alemã BMW, Audi, Mercedes, Porche, VW de gama alta e idade recente. Vão ficar surpreendidos.
Bom, dirão, é porque os automóveis alemães são melhores do que os outros, duram mais. Mentira! Vejo muitos Audi, BMW e até Mercedes avariados à beira da estrada, mais do que nos automóveis Japoneses. Então porque toda a gente quer carros de luxo alemães? Não posso responder porque seria com uma asneira (cagança).
Relembro post sobre “Quem vai pagar a crise”.
http://eu-calipto.blogs.sapo.pt/37587.html
Uma coisa é certa. A realidade é muito mais complexa do que a análise simplista dos comentadores de televisão e das capas dos jornais.
Os alemães acham que estão a pagar o pão que os Europeus do Sul comem todos os dias.
Ou seja, não querem desvalorizar o Euro nem reforçar os empréstimos a juro mais barato para os países mais pobres. É legítimo que eles, que são mais organizados, inovadores e trabalhadores, vivam melhor do que os outros. Mas será que não ganham nada em pertencer à União Europeia?
Eles foram grandes contribuintes dos orçamentos da Comissão Europeia, mas também terão beneficiado com a mão-de-obra barata dos países mais pobres. A indústria alemã encheu a Europa de Mercedes, de Audis, de Porches, de BMW, Volkswagen, de comboios de alta velocidade, de centrais eléctricas e nucleares, etc.
Mesmo assim, algumas sondagens feitas na Alemanha revelaram que boa parte dos alemães se mostrou a favor da reintrodução do marco federal e saída do Euro.
A Srª Merkel teve muitas culpas na formação desta opinião generalizada no seu país, mas agora está a dizer o contrário.
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=9545
Será que a Srª Merkel mudou de ideias e agora já gosta dos países mais atrasados?
Claro que não!
O que acontece é que ela e alguns economistas vêem um pouco mais longe do que o comum dos cidadãos.
Se a Alemanha deixasse o Euro, esta moeda desvalorizava instantaneamente ao mesmo tempo que o Marco se valorizava enormemente. O Marco ficaria tão forte que permitiria comprar petróleo e outros bens mais baratos, portanto, aumentavam as exportações dos outros países para a Alemanha.
O que também aconteceria era que aos artigos de luxo (automóveis caros) e maquinaria, material de guerra (submarinos e outras armas), comboios, etc., ficariam a preços incomportáveis para os que ficavam no Euro. Reduziam-se muito as exportações alemãs. Os tais Europeus mais pobres e com o Euro desvalorizado teriam de fazer pela vida e comprariam automóveis Coreanos e Chineses. Desenvolviam um pouco mais a agricultura e a indústria de média tecnologia.
Partiríamos para um novo equilíbrio em que passado algum tempo sobrevivíamos sem precisar da Alemanha.
Conclusão: a Alemanha perderia importância e poder na Europa. É isto que os mais espertos já estão a antever. Vão ficar no Euro claro, mas vão sufocar até ao limite os países do Sul, emprestando-lhes dinheiro a juro elevado, sob a ameaça de não terem confiança nesses países, acusando-os de trabalhar pouco, etc.
Deviam portanto ser os países do Sul a pedir para a Alemanha sair do Euro. Sofríamos um pouco ao princípio mas depois até seria melhor para nós.
Vejam o que escrevi no final do ano passado e sobretudo o artigo de Miguel de Sousa Tavares:
Para começar bem o Ano de 2011 pense nestas ideias:
Para terminar
12. "Não se torne insubstituível! Se não puderem substituí-lo, nunca será promovido." – Anónimo
13. “"O que não é bom para o enxame não é bom para nenhuma das abelhas. "– Anónimo
CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA
Estatuto dos Magistrados Judiciais
Lei n.º 21/85, de 30 de Julho
http://www.csm.org.pt/ficheiros/legislacao/emj_2009.pdf
Artigo 5.º
Irresponsabilidade
1 - Os magistrados judiciais não podem ser responsabilizados pelas suas decisões.
2 - Só nos casos especialmente previstos na lei os magistrados judiciais podem ser sujeitos, em razão do exercício das suas funções, a responsabilidade civil, criminal ou disciplinar.
3 - Fora dos casos em que a falta constitua crime, a responsabilidade civil apenas pode ser efectivada mediante acção de regresso do Estado contra o respectivo magistrado, com fundamento em dolo ou culpa grave.
Artigo 6.º
Inamovibilidade
Os magistrados judiciais são nomeados vitaliciamente, não podendo ser transferidos, suspensos, promovidos, aposentados, demitidos ou por qualquer forma mudados de situação senão nos casos previstos neste Estatuto.
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Está aqui a razão de tudo o que acontece. Não é preciso ler mais.
Para quê darem-se ao trabalho de ler com cuidado os processos de investigação das polícias. Para quê gastarem os neurónios do bom senso? Manda-se tudo a julgamento, durante anos e anos, e os arguidos que se desenrasquem.
Não pode haver profissão melhor. Deus na Terra - decidir a vida dos outros.
Sim, porque em Portugal ser acusado é ser condenado na praça pública.
Entretanto, nos tempos livres que sobram, alguns vão-se divertindo.
Até pode ser tudo mentira! Mandem os nomes. Não é isso que tem acontecido em muitos dos casos mediáticos? Enviar inocentes para a lama?
Porque é que Portugal está numa situação financeira miserável?
Os alemães pensam e dizem que os europeus do Sul, nomeadamente os portugueses, estão mal porque são preguiçosos e não querem ou não sabem trabalhar.
Então eles gostariam que nós (os maus) fôssemos como eles (os bons).
Se nós fôssemos os alemães, fabricaríamos os automóveis Mercedes, os BMW, os Porches, os VW, maquinaria industrial diversa incluindo submarinos.
Façam lá este exercício mental. Os alemães ficariam realmente satisfeitos se nós fizéssemos concorrência aos produtos que eles conseguem vender em todo o Mundo? Resposta 100% certa: - Claro que não!
Então há um grande cinismo na política internacional.
Os países desenvolvidos não podem crer que os mais atrasados se tornem tão desenvolvidos e competitivos como eles. É uma evidência! Não fazem mais do que defender os seus próprios interesses.
Então o que é que eles querem?
O que eles querem é mão-de-obra barata. Querem alargar os seus mercados. Algumas das multinacionais têm fábricas em Portugal para produtos de pequenas séries que requerem mais mão-de-obra. Pedem benefícios fiscais, terrenos mais baratos, energia barata, subsídios disto e daquilo. É o caso da VW de Palmela, das cablagens eléctricas para automóveis em Braga, da Quimonda em Vila do Conde, etc.
Os portugueses é que foram anjinhos e pensaram que o dinheiro da Europa era mesmo para nos ajudar. Ao mesmo tempo que nos davam dinheiro e incentivavam a ter mais auto-estradas, vendiam-nos mais automóveis de alta gama, obrigavam a ter cotas para o leite, cotas para o vinho, abater a frota de pesca, fechar a siderurgia e parar a construção de carruagens de comboio (Sorefame – Amadora), etc.
A “bíblia” deles é muito fácil de perceber com um exemplo. Imaginem que um homem rico tem uma mercearia na mesma rua de outra mercearia de um proprietário pobre, mas que lhe tira 20% dos clientes. Tentar fechar a mercearia pequena através de concorrência leal é difícil ou incerto e pode demora tempo, pois o pobre também se vai modernizando e acompanhando o aumento de capacidade de oferta. Então o mais fácil, rápido e seguro, é o proprietário rico comprar a mercearia do mais pobre e passado algum tempo fechá-la dizendo que não é rentável. Quando for o único na rua pode vender a preços mais elevados sem preocupação dos clientes fugirem.
Foi isto que nos aconteceu nas pescas, na maquinaria industrial, na agricultura, na pecuária. O engodo mais antigo de sempre, desde que há comércio entre povos, funcionou na perfeição em Portugal. Por isto é que estamos na situação que estamos. Todos os governos desde a nossa entrada na EU foram sendo responsáveis por isto, Soares, Sá Carneiro, Cavaco, Guterres, Barroso e Sócrates, na proporção de tempo que estiveram no poder (Nota: o que esteve mais tempo foi Cavaco).
Evidência óbvia e provavelmente inútil e desnecessária.
A quem não vai custar nada pagar (ou mesmo não pagar?) a crise, são os donos dos carros novos de luxo que passam por nós todos os dias nas auto-estradas.
Cada vez vemos mais monovolumes de luxo, BMWs modelos mais caros, Porches, Peugeots monovolume, etc, até Ferraris, tudo carros de mais de 60 000 Euros, a gastar mais de 20 litros aos 100Km.
Lindos? Para mim não!
Não é por inveja, nem aliviar as minhas responsabilidades, pois desta vez fui fortemente atingido pela crise, mas reconheço que ainda vou aguentar e há pessoas em muito pior situação do que eu.
Acho uma provocação ou mesmo um atentado, a exibição de carros de luxo. Além do mais a postura destes condutores é (em geral) muito agressiva.
PERGUNTO: - Não há polícia neste país? Não há justiça? Ou ainda, não há vergonha?
Notícias da televisão (valem o que valem), diziam que em 2010 se venderam mais 4% de automóveis de luxo do que em 2009. Lamborguini e Jaguar dubplicaram o número de viaturas vendidas.
Não vale a pena eu tentar explicar a crise, simplesmente porque não sei explicar. Sinto que algo está mal e não acredito nas explicações dos políticos nem dos economistas que se enganaram já demasiadas vezes e têm imensos telhados de vidro.
O melhor é ver este vídeo com atenção e se necessário várias vezes. Quem não tem razão para se queixar da crise são os paraísos fiscais na Suíça, Luxemburgo, Gibraltar, Liechtenstein, e outros. Para as empresas e países que produzem material militar a crise também não existe. Veja-se o exemplo dos que fabricam submarinos, carros de combate e helicópteros.
Todos os economistas nos conseguiram convencer de que Portugal tem de sofrer medidas de austeridade severas para equilibrar as contas. Mesmo quem pouco sabe de macro economia percebe que Portugal tem pedido dinheiro ao estrangeiro, a juros cada vez mais elevados e isto não pode ser uma coisa boa, nem se pode manter indefinidamente.
A questão mais controversa é identificar as causas de tudo isto e atribuir as responsabilidades a algum governo ou a algum Primeiro-ministro.
Entre outras medidas o governo PS cortou, em média, 5 % nos salários dos funcionários públicos e aumentou o IVA (1).
Quanto às culpas não é preciso matar mais a cabeça, são todas de Sócrates.
Quanto às medidas, o PSD acha tudo mal, se fossem eles a governar não mexiam nos impostos e preferiam acabar a maior parte dos serviços públicos como os hospitais, as escolas, quem sabe algumas Universidades e Laboratórios do Estado, etc. Para muitos dos cerca de 700 000 trabalhadores do Estado trocava-se uma redução de 5% a 10 % por uma situação de desemprego. Claro que alguns teriam lugar em empresas privadas criadas à custa da extinção dos serviços públicos. Outros ficariam a receber reformas ou indemnizações e nada fazer. Passos Coelho tem uma outra solução, acabar com os serviços públicos, por exemplo ensino e da saúde, e dar o dinheiro que se gastava com eles a empresas privadas. Claro que é uma solução de preguiçoso e de quem não tem ideias. Em vez de matar a cabeça a pensar em soluções para melhorar o Estado optava por deitar dinheiro em cima dos problemas e esperar que alguém os resolva.
Demagogia não falta por todos os lados.
Marques Mendes concretiza melhor e fala em acabar com institutos do Estado. Tudo o que não dá lucro extingue-se. Em muitas Universidades e Institutos do Estado realizam-se estudos, fazem-se ensaios, escrevem-se livros, preparam-se apresentações a congressos, elaboram-se normas técnicas e regulamentos, fazem-se inspecções, cria-se e transmite-se conhecimento, etc., tudo coisas a que não se pode atribuir uma valor monetário concreto. Na opinião daqueles senhores extingue-se tudo. Sempre a solução mais fácil.
Depois, quando a crise passar e as empresas estrangeiras ou nacionais quiserem reinstalar-se os portugueses só sabem carregar paletes, fazer segurança nos centros comerciais e à porta das empresas, ou servir cafés e bebidas ao balcão de qualquer estabelecimento. Para os trabalhos de responsabilidade virão os Checos, os Ingleses e os Alemães. Voltávamos ao país da “piolheira” como era no final da monarquia, segundo as exactas palavras do nosso rei D. Carlos.
Entretanto alguns espertos, como o Dr. Marques Mendes e Marcelos, comandam a massa bruta a partir das suas duplas e triplas reformas, acumuladas com novos cargos políticos, vivendo em moradias de luxo nas encostas de Caxias, ou na Quinta da Marinha em Cascais, com vistas para o mar em zonas onde mais ninguém é autorizado a construir?
É tão fácil dar palpites!
Nota (1) - Teixeira dos Santos disse: - O Governo não quer aumentar o IVA por qualquer capricho, ou para pôr o PSD mal disposto, mas para termos receita necessária no sentido de se obter o objectivo orçamental" e assim diminuir os juros dos empréstimos de que Portugal necessita.
Os políticos e sindicalistas de esquerda radical enchem as ruas com manifestações monumentais, dizendo que têm de ser os ricos a pagar a crise. Também os habituais palpiteiros das televisões começam as suas pregações com a frase “É muito simples, basta …, blá, blá, blá, …”.
Então se é tão simples, e os governos são por natureza preguiçosos, porque é que não adoptam as soluções simples e eficazes dos treinadores de bancada?
Resposta:
Porque mesmo os ministros das finanças mais burros sabem fazer algumas contas.
Como podem ver, a explicação está nos grandes números. Os políticos e as profissões liberais podem ganhar muito mais do que os trabalhadores, mas acontece que o número de trabalhadores é muitíssimo maior.
Não consegui saber os números exactos de todas as parcelas, mas para o raciocínio que pretendo desenvolver um erro mesmo de 30% não altera muito as conclusões.
Exemplo de ordenados | nº de pessoas | |
Prof. Liberais | 5.000,00 € | 5.000 ? |
Deputados | 3.708,00 € | 230 v |
Políticos | 3.500,00 € | 10.000 ? |
Funcionários públicos | 1.200,00 € | 708.000 v |
Trabalhadores privados | 1.000,00 € | 3.500.000 ? |
Conclusão
Por enquanto a redução de ordenados dos políticos é uma brincadeira.
Quando as coisas piorarem vão a seguir os funcionários públicos.
Para o fim ficam os milhões de trabalhadores.
O problema é que os trabalhadores privados estão já nos limites mínimos de sobrevivência, à beira de pobreza.
O mais fácil é mesmo “atacar” os funcionários públicos, que constituem a maioria da classe média citadina que não consegue fugir aos impostos. Para os palpiteiros das televisões e os economistas de pacotilha é mesmo o alvo mais fácil e suculento.
Preparem-se colegas.