Na política, tal como no futebol e na religião, ninguém muda de ideias por argumentos, mesmo que óbvios e muito bem fundamentados da parte contrária. É um defeito do ser humano, mas é mesmo assim. Só as pessoas muito inteligentes mudam de ideias. Infelizmente os medianos e os estúpidos mantêm as suas estupidezes até ao fim, e estes estão, em geral, em maioria.
Exemplos:
O defeito é mesmo dos Homens. Ou seja, da grande maioria deles. As excepções são muito poucas. Aliás isto passa-se na ciência, na música, no desempenho físico, etc., no passado, no presente e provavelmente, no futuro. Os cientistas que fazem o conhecimento avançar são sempre um pequeníssimo número de iluminados, muitas vezes contrariados e condicionados pela maioria estúpida (exemplo: quando Galileu disse que a terra girava à volta do Sol, caiu-lhe tudo em cima).
Portugal talvez seja o mais claro exemplo da falta de lógica no comportamento dos homens. Os políticos portugueses comportam-se como crianças, como imbecis ou como deficientes mentais.
Alguém que seja um pouco superior à mediocridade geral é diabolizado pela maioria, ou pelas maiorias de circunstância. Exemplo: Não temos um Primeiro-ministro perfeito, mas mesmo que tivéssemos os que lutam pelos partidos contrários nunca diriam que ele tem razão nisto ou naquilo. Se é do partido contrário, então o que se tem de dizer é dizer mal. É o que se vê todos os dias. Exemplos:
Democracia para quê? Para alimentar pançudos?
Então quais as alternativas? Um Rei? Um ditador? A anarquia? – Não sei a resposta!
Tenho de admitir que a resposta cada vez mais provável seja - “Sim”, uma pessoa que mande. Mas isto só funcionaria se fosse a autoridade de um iluminado, o que nunca está garantido à partida. Muito menos garantido está o facto do filho do rei ou do ditador virem a ser os continuadores das boas ideias dos antecessores.
Termino então como começámos. Todos os sistemas têm defeitos porque os homens têm muitos defeitos. À partida não há garantias que a democracia resulte, assim como podem não resultar as monarquias, nem o comunismo, nem as ditaduras. Tem de se pensar numa forma de cultura superior das pessoas para que a escolha dos dirigentes com autoridade seja feita de forma perfeita.
Os “dirigentes superiores” terão de demonstrar total dedicação ao seu trabalho, sem benefícios pessoais. O primeiro critério teria de ser – cumprir uma missão a favor de todos os seres humanos – a recompensa principal seria o bom nome na história.
Democracia à portuguesa
Quem aceitaria viajar num autocarro em que o motorista fosse escolhido por votação dos passageiros, mas ao mesmo tempo fossem eleitos mais cinco motoristas assistentes que enquanto o primeiro conduz ou outros passam o tempo a dizer: vira à esquerda, vira à direita, acelera, trava, cuidado olha para o autocarro do lado, estás a conduzir mal, nós sabemos conduzir melhor. Quando aparecesse a polícia na estrada os motoristas secundários sairiam do autocarro e relatariam todas as irregularidades, umas verdadeiras e outras inventadas, do motorista principal. Bom, se isto fosse mesmo um motorista de autocarro o mais certo era este mandar todos os outros à ... américa. E fazia bem!