A EDP, em parceria com a InovCapital e a Principle Power, concluiram a instalação da primeira eólica offshore (em alto mar) em Portugal, anunciou hoje a empresa em comunicado. A torre foi montada ao largo da Aguçadoura, junto à Póvoa do Varzim.
De acordo com EDP este é um projecto pioneiro em vários aspectos. É o primeiro de energia eólica offshore a nível mundial "que não exigiu a utilização de qualquer equipamento de carga pesada no alto mar". Isto porque todo o processo de montagem e preparação da entrada em funcionamento decorreu em terra firme, num ambiente controlado, neste caso nos estaleiros da Lisnave em Setúbal.
E depois é também a primeira turbina eólica em águas abertas no Atlântico e ainda "a primeira colocação offshore de uma estrutura semi submersível que sustenta uma turbina eólica multi-megawatts", repara a EDP em comunicado.
http://www.portosdeportugal.pt/sartigo/index.php?x=6400
E a cereja em cima do bolo:
O homenzinho que não foi inaugurar o museu de José Saramago nem homenageou Salgueiro Maia, sentou-se logo no cavalo preparado por Sócrates!
Oportunismo? Não, que ideia. É uma pessoa muito generosa :-/ Era lá capaz de fazer isso.
Continuando
O projeto custou 23 000 000 Euros.
Os pessimistas e derrotistas dirão: – Um desperdício de dinheiro. Era melhor dar 15 300 Euros a cada família e ela ficava bem mais feliz do que ter energia elétrica renovável. Muitos peixes vão morrer porque chocam com a torre ao nadar de noite.
Os otimistas dirão: - Bom são 23 milhões de Euros, mas se produzir energia para 1500 famílias durante 20 anos, custa cerca de 2 Euros por dia a cada uma, o que não deixa de ser interessante, pois evitam-se exportações. Além do mais, podemos aprender e melhorar a tecnologia e vender mais torres destas a outros países, ficando com os lucros e distribuindo valor pelos trabalhadores de muitas empresas portuguesas.
Cada um opte pelo lado que lhe for mais simpático.
Mira Amaral, que é um dos subscritores do documento das personalidades contra política energética assente nas renováveis, falou dia 7 de Abril na televisão, manifestando-se totalmente contra a energia eólica, por: "só haver vento à noite"; "porque faz barulho"; por "prejudicar a paisagem"; por "ser muito cara a instalação; e por "os equipamentos serem fabricados no estrangeiro".
Afinal, Mira queria, em 2005, um parque no mar para ele e seus clientes e/ou amigos.
O custo de instalação no mar é muito superior, o vento é mais forte e constante mas também falha quando menos se espera, a paisagem não é a mais bonita, e estes geradores também são feitos no estrangeiro.
Onde está a coerência de Mira Amaral? Se ele ganhasse os cobres a energia eólica já era boa?
Fontes e mais detalhes em:
http://economia.publico.pt/Noticia/lider-do-manifesto-contra-as-renovaveis-propos-parque-eolico-offshore-ao-governo_1431116
e,
http://economia.publico.pt/Noticia/personalidades-contra-politica-energetica-assente-nas-renovaveis-apresentam-hoje-manifesto_1431133
Ir à página da REN e procurar os menus: Real time; Operating statements; Power demand National, poderão depois escolher os dias e saber o que se passou a nível de procura e fornecimento de energia.
Exemplos:
O consumo de electricidade tem algum grau de previsibilidade, dependendo muito da época do ano e das condições diárias do clima. Muito imprevisível é a produção de electricidade a parir de energias renováveis, tais como o vento e o Sol. Como diz a canção brasileira de Chico Buarque - Meu caro Amigo, "...Uns dias chove, noutros dias bate SOL...".
A energia total é produzida a partir de várias fontes. A energia não pode ser armazenada (ou só muito dificilmente em bombagem de água de retorno às barragens), portanto, a produção tem de ser igual ao consumo em cada instante.
A energia eólica tem uma matéria-prima sem custos - o vento. O custo da electricidade depende apenas dos investimentos e da inteligência na negociação dos contratos.
Uns dias há vento e noutros não há, tal como a incerteza nas horas. No entanto, as médias totais de um mês ou de um ano para o outro são praticamente iguais. Vento há sempre, não se sabe é quando e quanto num determinado instante.
Olhando para a produção eólica diária fica-se com a ideia que em geral o vento é maior à noite a atinge um mínimo por volta do final da tarde.
O tal grupo de inteligentes quer discutir todas as formas de energia, incluindo o nuclear. Mas discutir o que já se sabe? O nuclear só pode trabalhar a regime quase constante, uma central nuclear demora 10 anos a construir, Portugal não tem a menor competência no assunto, os combustíveis têm de ser enriquecidos no estrangeiro e além de tudo o mais, quem aceitaria ter uma central a menos de 50 quilómetros de casa? Onde é que há um lugar junto ao litoral, com disponibilidade de muita água e longe de pessoas? – Só em sonho!
Conclusões (se assim se pode chamar)
De momento não é grande a falte de electricidade. Há até excesso de capacidade de produção. O problema é o seu custo, por via das matérias-primas importadas, gás, carvão e fuel e no caso da energia eólica, dos contratos mal negociados pelos governos.
A energia nuclear não apresenta a flexibilidade de produção, o que é absolutamente essencial à complementaridade com as energias renováveis limpas (eólica, solar, hídrica) que apresentam problemas de irregularidade e incerteza pontual.