... e muito mais gente "morre" politicamente por ter uma boca grande de mais. Há muitos mais ditados populares que revelam um bom conhecimento da vida e dos Homens.
- Quem muito fala pouco acerta.
- Se temos dois ouvidos e uma boca devemos ouvir mais do que que falamos.
- Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
- A mentira tem as pernas curtas.
- Mais cedo ou mais tarde a verdade vem ao de cima.
- Quanto maior é o navio maior é a tormenta.
- etc., etc.
A Sra Merkel e seu ministro das finanças em cadeira de rodas, encheram a Europa de preconceitos para com os países do sul. Eram os preguiçosos, eram os aldrabões, eram os oportunistas, eram os pouco sérios, incultos, e outros mimos. A direita adorou o discurso. Até em Portugal não lhe faltaram simpatias. Passos Coelho, Marco António, Miguel Relvas, José Rodrigues dos Santos, José Gomes Ferreira, Saraivas, etc., etc., todos davam 100% de razão a Merkel. Os portugueses, os gregos, os italianos, os espanhóis precisavam de ser castigados.
Os sérios alemães tinham de alimentar toda esta canalha incompetente.
Mas, ...
O povo sério e trabalhador afinal também tinha os seus pecados.
Primeiro a VW viciou durante muitos anos a indústria automóvel para se tornar o primeiro fabricante a nível mundial. Primeira aldrabice ...,
Depois o banco mais seguro do Mundo fez vendas fraudulentas de fundos nos Estados Unidos, contribuindo para a crise bancária internacional que começou em 2008. Vai apanhar uma das maiores multas da história.
Agora começa o "bumerangue" a devolver tudo à procedência ...
O pior é que nós também vamos apanhar por tabela. Os ingleses viram o filme antes de toda a gente e tentaram sair do grande navio antes de este embarcar demasiada água. Não sabemos se ainda vão a tempo.
Para quem teve dúvida da porcaria de União Europeia que eu denunciei no post anterior aqui está a confirmação de que eu tinha razão, logo no dia seguinte.
"O Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) considerou hoje que o imposto sobre veículos usados importados de outro Estado-membro aplicado em Portugal viola as regras da livre circulação de mercadorias".
Ou seja, os portugueses têm de aceitar os chaços velhos que os alemães, os franceses e os holandeses já não querem e nos querem impingir sem nenhum imposto. Não querem a poluição lá nos países deles mas em Portugal podem circular os grandes carrões Audis, BMW e Mercedes já bem estafados.
Tudo em nome da livre circulação de bens, mas os nossos produtos há alguns anos não podiam entrar na Europa (as maçãs não tinham a dimensão estabelecida e os recursos de pesca estavam esgotados para os velhos barcos de Peniche, mas já não havia problema para as modernas frotas espanholas).
O Estado português já não pode ir buscar receita de impostos onde acha melhor. A única coisa que a Europa permite é baixar salários e vender as empresas estratégicas. Isso já é legal.
Ora batatas. Que se lixe esta Europa!
Quando Portugal mais precisava de ajuda, a Finlândia ridicularizou-nos e castigou-nos com ameaças de veto. Agora, tem de engolir o amargo do seu próprio remédio…
Portugal é uma nação quase milenar, a Finlândia é uma antiga colónia russa cuja independência não conta sequer um século. Em 2011 os finlandeses acharam por bem tentar humilhar Portugal, demonstrando bem o seu sentido de “solidariedade europeia”.
A Finlândia, ficou rica a vender papel e madeira aos russos, e telefones Nokia ao resto do mundo. Quando Portugal precisou de um resgate devido às políticas despesistas erradas impulsionadas por Bruxelas, a “solidariedade europeia” dos finlandeses traduziu-se numa ameaça constante de veto e em insultos constantes ao nosso povo.
Fomos apelidados de preguiçosos, burros e gastadores do “dinheiro deles”. Até um jogo ‘online’ fizeram, intitulado “o rei de Portugal”, em que os portugueses irresponsáveis queimavam o dinheiro finlandês.
Outros fizeram vídeos a gozar connosco no youtube.
A situação mediática ficou tão negra que até Marcelo Rebelo de Sousa, viu necessidade de fazer um pequeno filme a explicar aos finlandeses que Portugal não era tão mau como parecia. Uma boa iniciativa patriótica, mas o patético filme nunca passou nem na Alemanha, nem na Finlândia.
O antigo primeiro-ministro da Finlândia, Alexandre Stubb, culpa… a empresa de computadores Apple pela desgraça que está a afectar o seu país: “o iPhone matou a Nokia e o iPad matou a indústria do papel finlandês”. Mas quando a competição externa matou grande parte da indústria têxtil portuguesa, lançando milhares no desemprego, os países nórdicos pouca, ou nenhuma, solidariedade mostraram para connosco.
Adaptado de um texto de Pedro Santos
http://jornaldiabo.com/internacional/finlandia-crise/
Mas há mais,
Finland is expected to be Europe’s worst performing economy in 2016 after Greece
http://www.focus-economics.com/countries/finland
Prevê-se que a Finlândia venha a ter a economia com pior desempenho em 2016 logo a seguir à Grécia.
Que grandes preguiçosos!
Vão trabalhar malandros!
Alguns títulos dos Correios das Manhãs do outro lado dos Pirenéus.
Finland after the boom: 'Not as bad as Greece, yet, but it's only matter of time'
Finland’s economy is heading for a ’perfect storm’ of economic problems which risk undermining growth
Finland Economy - GDP, Inflation, CPI and Interest Rate
Finland is the poster child for why the euro doesn’t work
Nordea Bank: Only a miracle can revive Finnish economy
Finland Anti-Austerity Strike Shuts Down Public Transport, Flights
As Recession Pits Labor Unions Against Government
Greve contra a austeridade em 18 de setembro de 2015 em Helsínquia.
Comparar a solidariedade e convergência europeia com a de uma família.
Vamos fazer a seguinte suposição:
A União Europeia é uma família. Os países são as diferentes pessoas de uma mesma família.
Na família há membros que são mais pobres, enquanto outros elementos da família ganharam muito dinheiro e vivem muito bem.
Um dia juntam-se e combinam entre eles que a família se devia unir e entreajudar para fazerem frente e outras famílias ricas da cidade.
Mas, devido a um grande temporal, os mais pobres perderam as colheitas e foram pedir dinheiro emprestado aos mais ricos. Estes disseram logo que sim, mas os mais ricos exigiram que para cada 100 € emprestados os pobres teriam de pagar no final do ano 120€. Os 20% de juro era pela razão de eles serem mais pobres, portanto não havia a garantia de eles poderem pagar na data combinada, para além de não terem mais ninguém a quem pedir dinheiro emprestado.
Um dos elementos mais ricos resolveu comprar um carro novo, e pediu que todos os elementos da família contribuíssem com uma pequena ajuda, comprometendo-se a devolver 105€ por cada 100€ pedidos. Seja, pagaria apenas um juro de 5%. Como era rico havia a certeza que viria a pagar na data combinada e se fosse preciso iria pedir a outros.
Resumo nesta fase da história. Os que tinham menos dinheiro pagaram 20% pelo empréstimo que precisavam para necessidades básicas, mas um dos mais ricos pagou um juro de 5% para compra de um bem de luxo.
Ao final do ano os mais pobre ainda não tinham conseguido pagar toda a dívida. Então os mais ricos da família dizem que assim não pode ser, que eles teriam de pedir mais dinheiro emprestado para pagar a dívida restante, mas agora teriam de pagar no final do 2º ano 130€ por cada novos 100€ pedidos. Ao fim do 3º ano as coisas estavam ainda pior é então surge a ideia brilhante. Como não têm dinheiro suficiente para pagar então têm de vender a casa e entregar algumas ferramentas de trabalho, deixando os mais ricos tomarem conta da horta.
Gostavam de saber como vai acabar esta história? Oxalá que não à estalada como já aconteceu em casos parecidos.
Agora o que não podemos é chamar a esta "lógica" de raciocínio nem solidariedade nem convergência.
Agora fiquem a pensar em países, formados por muitas e muitas famílias.
Parece uma história da carochinha, mas serve para ver a realidade de um ângulo diferente da habitual lenga lenga dos comentadores de TV.
O contraste é gritante e permite perceber onde estamos é para onde caminhamos.
Agora uma imagem sobre o preço justo definido pelos "MERCADOS"
Esta Europa está a tornar-se 3º Mundo?
Camionista que passe pela Alemanha tem de ser pago pelo salário alemão
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=177064
O jeito que eles têm para fazer porcaria.
Qual a razão disto, a não ser “lixar” os povos do Sul?
Então para se fazer justiça igual para todos, os camionistas alemães que venham fazer entregas em Portugal têm de receber vencimento segundo as tabelas de salários praticadas em Portugal.
E na Alemnha também?
Em França e na Bélgica os camionistas estão proibidos de dormir nas camionetas.
Esta também é de cabo de esquadra.
Quando estão cansados, é preferível continuarem a conduzir até se despistarem se não encontrarem entretanto um hotelzinho barato .
Porque razão os fabricantes de camionetas Mercedes, Volvo e Renault têm cabines com beliche?
E os labregos somos nós?
Na física diz-se que tudo está em equilíbrio ou a tender para um estado de equilíbrio.
Na política é mais realista dizer-se que, ou se está a caminhar para o equilíbrio, ou a afastar do equilíbrio.
Na verdade as sociedades estão sempre em movimento, por esta razão há duas possibilidades, ou variam dentro de certos limites ou vão até um extremo de radicalismo e depois, num movimento violento ou revolucionário, invertem o sentido em que caminhavam.
O que pretendo dizer é bem demonstrado no movimento pendular da política, exemplificado em dois modelos:
Como se vê na figura, o movimento do pêndulo é impulsionado por duas forças (tendências) contrárias que atuam à vez, as "nacionalizações" e as "privatizações".
A forma de sabermos em que direção caminhamos torna-se assim fácil de identificar. Basta ver num determinado momento qual a tendência predominante "nacionalizações" ou "privatizações".
Quanto mais desequilibrado forem estas forças contraditórias mais alto vai o pendulo num dos extremos.
Quando o pêndulo atinge o ponto mais alto num dos lados só pode começar a descer e vai a toda a velocidade na direção do outro extremo.
Na impossibilidade de impedir este movimento pendular da política e das sociedades, o ideal seria que estes movimentos não atingissem os extremos, portanto que as amplitudes sejam pequenas. É o que se vai conseguindo com sucesso nos países mais desenvolvidos, nas democracias participativas.
Conclusão
Vejamos a situação de Portugal. Com esta explicação, e lendo as notícias da política nacional, todos percebem em que direção caminhamos neste momento.
O pior é que vamos com tante força que vamos seguramente atingir o ponto mais alto de um dos extremos, portanto com grande potencial para inverter o movimento e caminhar depois a grande velocidade para o extremo oposto.
Como expliquei, Portugal tem todas as caraterísticas dos países subdesenvolvidos, em que o pêndulo tem grandes amplitudes.
Tanto pior para nós. Vejam no lado direito do modelo 1 no que nos vamos tornar.
Isto vai estar melhor para uns quantos e muito mal para quase todos.
Fiz uma estatística que não deve fugir muito à realidade.
Na minha pequena rua moram cerca de 50 famílias, admitamos cerca de 120 pessoas.
Há quatro automóveis alemães de alta gama com menos de 4 anos.
Se isto for verdade para o país dará para 6 milhões de cidadãos em fase activa da vida, cerca de 1 automóvel de alta gama de marca alemã para cada 120 pessoas, dá 50 000 automóveis quase novos.
Como uma automóvel de boa marca alemã não custa menos do que 40 000 Euros, temos um valor total investido de 2 mil milhões de contos.
Tirando impostos (35%) do valor de compra e dividindo por quatro anos dá 325 milhões de Euros por ano a favor da indústria alemã.
Quem disse que a Alemanha é que está a ajudar Portugal?
Nós também não estamos a ajudar a Alemanha?
Não contei com as peças que vendem custando uma fortuna, os submarinos, etc..
Não acreditam? Façam as contas.
Quando viajarem numa auto-estrada peçam a alguém que não vá a conduzir para contar cem dos automóveis que vos ultrapassam e destes quantos são de marca alemã BMW, Audi, Mercedes, Porche, VW de gama alta e idade recente. Vão ficar surpreendidos.
Bom, dirão, é porque os automóveis alemães são melhores do que os outros, duram mais. Mentira! Vejo muitos Audi, BMW e até Mercedes avariados à beira da estrada, mais do que nos automóveis Japoneses. Então porque toda a gente quer carros de luxo alemães? Não posso responder porque seria com uma asneira (cagança).
Relembro post sobre “Quem vai pagar a crise”.
http://eu-calipto.blogs.sapo.pt/37587.html
Uma coisa é certa. A realidade é muito mais complexa do que a análise simplista dos comentadores de televisão e das capas dos jornais.