Era uma forma de insulto ou desafio entre jovens quando começam a pensar que já são adultos. Quererão eles dizer que se até uma criança consegue fazer é porque é qualquer coisa muito fácil. Isto parte logo do princípio de que as crianças são estúpidas, o que está muito longe da verdade. Ora é mesmo isto que alguns comentadores e políticos têm vindo a sugerir, ou seja, soluções fáceis para assuntos que os próprios profissionais do assunto não conseguem resolver. É bom de ver que os ignorantes e imbecis acham tudo fácil. Se ouvem falar de um músico talentoso dizem: – fácil porque tem jeito para a música, se ouvem falar de economista brilhante dizem: – é muito fácil, eu já tinha dito blá, blá, ...
Vejamos alguns exemplos dos políticos quanto ao “muito fácil, até uma criança fazia isso”.
Os comunistas dizem que os problemas da economia se resolviam se cobrassem um imposto aos milionários capitalistas, os de direita dizem que os problemas da falta de segurança são devidos aos emigrantes, etc.
A cereja em cima do bolo veio este Verão do CDS. Mota Soares (o que fala aos solavancos) diz que o problema dos fogos se resolvia colocando os beneficiários do rendimento mínimo a limpar as florestas. Ou seja, um problema mundial que os maiores especialistas ainda não conseguiram resolver nos Estados Unidos, na Austrália, na Rússia, eram os pobres do rendimento mínimo que resolviam. Grande insulto aos bombeiros, guardas florestais, etc.
Na prevenção não precisavam de máquinas para cortar os matos, não precisavam de autorizações para entrar nos terrenos dos privados, não precisavam de se deslocarem, nem de meios para transportarem os produtos das limpezas.
Já agora, também muito fácil, para apagar os incêndios mandavam-se para lá os do rendimento mínimo, apagariam com baldes de água trazidos de casa em mochilas. Se morressem alguns também não fazia mal, não querem trabalhar e ainda se dedicam à marginalidade. Tudo tão simples e com baixos custos, até uma criança tinha esta ideia.
Conclusão
Despeçam uma parte dos deputados da Assembleia da República (proporcionalmente aos resultados eleitorias) e substituam por utentes do rendimento mínimo. Passos Coelho ficaria feliz porque se reduziria a despesa do Estado, e eu também, para deixar de ouvir certos "baboseiros".