Uma República dos Juízes será certamente a pior das ditaduras.
Os políticos podemos ver-nos livres deles nas eleições, podemos fazer queixa da polícia, mas quem ousa fazer queixa de um juiz?
Não são eles que decidem investigar quem lhes apetecer e podem acusar e condenar sem ninguém perceber porquê (muitas vezes). Se foi um juiz que investigou e outro que condenou pouco ou nada há a fazer.
Eu tenho esta ideia porque li os acórdãos dos processos Casa Pia e do Face Oculta e fiquei arrepiado e assustado.
Agora vê-se o que está a acontecer no Brasil. Um qualquer juiz pode impedir Lula de se candidatar à presidência da República, sem ainda nada ter sido provado, assim como Dilma foi afastada sem se ter mostrado ou provado nenhum crime. Se um juiz decidiu e os jornais de sarjeta noticiam ninguém se salva.
No caso português veja-se o que aconteceu recentemente. A justiça diz que não tem meios para investigar e proteger mulheres vítimas de violência doméstica e evitar que sejam barbaramente assassinadas. Mas há meios para investigar Sócrates durante quatro anos e construir um processo com milhares de páginas e milhões de documentos que ninguém vai ler.
Há meios para iniciar uma investigação ao Ministro das Finanças por causa de dois bilhetes de futebol.
Tudo isto com a ajuda dos jornalecos amigos do costume.
Não há tempo nem meios para proteger vidas, só para aquilo que lhes convém politicamente.
Operação Marquês, vejam os números, 10 magistrados mais 22 inspetores,
Três mil documentos em papel e 13 milhões e meio de ficheiros informáticos,
Mas há tempo e dinheiro para umas porcariazinhas destas,
Tudo acompanhado por uma "sobremesa" diária de intoxicação informativa,
Até a escolha das fotos é muito intencional para denegrir a imagem das pessoas e deitar lama para cima. Será impressão minha ou má vontade?
E no dia seguinte continua,
Isto é informação séria? Não, não pode ser! Cheira demasiado mal.
Vamos ver se o barato não vai sair muito caro!
Ouvem-se os jornalistas a falar de certos assuntos técnicos e até assusta tanta ignorância, falta de espírito crítico e não confirmação do que dizem, com todas as certezas.
Mais do que um destes pseudo jornalistas da televisão dizia há uns dias que o segundo aeroporto de Lisboa, no Montijo era uma boa opção porque os aviões aterravam em pistas paralelas.
Os pilotos é que não são burros e logo vieram dizer que o Montijo era um remendo de má qualidade. Têm toda a razão. Aliás eles andam lá por cima todos os dias e sabem como elas mordem como as coisas correm mal, afinal é a vida deles e de milhões de passageiros que ficam em risco.
Primeiro erro – Pistas paralelas
A pista grande do Montijo não é nada paralela à pista principal do Humberto Delgado. Aliás juntam-se mesmo em cima da Caparica, já muito perto da aterragem.
Segundo erro – Ventos dominantes
Como toda a gente sabe, os ventos dominantes são de norte ou nor-noroeste. Ia ser bonito os aviões das low cost aterrarem com vento forte cruzado.
Terceiro erro – Toda a gente que atravessa o Tejo já confirmou a elevada frequência em que os nevoeiros junto às águas do rio se mantêm até perto do meio-dia.
Quarto erro – rotas migratórias de grandes aves. Porque é que tanta gente faz excursões de fotografia aos flamingos do Tejo e outras grandes aves? É porque há, e muitas, junto à margem Sul do estuário do Tejo.
Quinto erro – Pista pequena
No Montijo há uma pista mais ou menos paralela à do aeroporto Humberto Delgado, mas é muito curta e acaba na água. Não dá para prolongar.
Sexto erro – aviões grandes são os mais problemáticos em Lisboa, mas não podem ser desviados para o Montijo
Sétimo erro - os aviões militares aterram no Montijo
Pois, aterram no Montijo aviões Hércules 130 uma ou duas vezes por dia, um avião possante com motores a hélice, de aterragem e descolagem curta. Nada comparável com jatos cheios de pessoas, a passar de 5 em 5 minutos em cima de zonas altamente povoadas (Almada e arredores).
O aeroporto do Montijo fica para os aviõazinhos da Ryanair, Easyjet, Germanwings e outras com os pequenos jatos de 150 passageiros, enquanto o aeroporto principal continua com os grandalhões intercontinentais Airbus 340, Boeing 777, com mais de 250 passageiros e mais de 60 toneladas de querosene nos tanques cheios, continuam a ameaçar e a poluir o centro da cidade de Lisboa.
Tanta discussão sobre os inconvenientes do aeroporto na Ota e agora os grandes especialistas professores do Técnico e o sabe-tudo Marques Mendes estão tão calados.
Vejam o mapa que os jornalistas se esqueceram de consultar. Imagem do Google Maps que toda a gente pode confirmar.
Nota: As chavetas são do mesmo tamanho = comprimento da pista do Humberto.
Jornalistas imbecis e/ou desinformados, ignorantes, sem sentido da realidade nem bom senso nem espírito crítico, desmiolados passou a ser uma regra?
Registou-se na noite de dia 22 de outubro de 2016 um incidente com um avião da TAP. A companhia emitiu um comunicado escrito relativamente esclarecedor.
… a TAP "confirmou a ocorrência com um avião ATR da TAP Express, que realizava o voo TP 1971". Houve o rebentamento de um pneu no momento da aterragem no avião fazia a ligação Porto – Lisboa”…
Mas as televisões não se contentam com explicações simples e claras, gostam muito mais da “telenovela” do “escândalo”.
Os jornalistas de diferentes televisões reproduziram uma afirmação “parola” de uma jovem representante da TAP que afirmou mais ou menos isto “… registou-se um acidente durante a aterragem com rebentamento de um pneu e o comandante teve de fazer uma aterragem de emergência”.
O pneu do avião rebentou durante a aterragem, portanto o avião já estava em terra, em contacto com o solo. Mas segundo a jovem da TAP e os jornalistas, o piloto teve de fazer uma aterragem de emergência. Ou seja, para tal acontecer o avião teria de levantar voo de novo, com a roda a arrastar, e depois o comandante fez toda a preparação e procedimentos para uma aterragem de emergência a sério. Com grande sucesso aliás porque ninguém ficou ferido ou sequer morreu.
Bingo! Hurra! LOL.
A única coisa que ficou provada até agora: - Uma cara jovem e bonitinha não chega!
Felizmente um passageiro mais inteligente deu uma explicação muito clara que eu entendi perfeitamente. “O avião bateu violentamente na pista, voltou a levantar e bateu uma segunda e terceira vez, partindo o trem de aterragem”.