Quando estalou o caso Casa Pia, todos os jornais falavam abundantemente sobre o assunto. Muita gente sabia tudo sobre os abusos às crianças e jovens. Davam-se listas de nomes, locais, detalhes de quem sabia e não sabia, qual o partido político com mais pedófilos, etc.
Aconteceu que neste frenesi alguém se aproveitou para colocar os nomes de quem não se gostava, por exemplo para aproveitamentos políticos ou outros interesses. Com toda a opinião pública interessada e os jornais a vender a justiça lá foi inventando as acusações e compondo as condenações para alguns dos nomes (culpados ou inocentes). Mas não era possível inventar provas para todos, mesmo com a maior das imaginações e manipulações.
O resultado foi o esperado, Ferro Rodrigues perdeu as eleições para Durão Barroso em 17 de Março de 2002. Estava conseguido o objectivo de alguns.
A justiça nem sempre se faz nos tribunais e é muitíssimo lenta, mas há uma coisa que ninguém deve descurar que é a infinita força e persistência dos que são acusados inocentemente.
Assim foram-se clarificando as manipulações e desmascarando quem divulgou alguns dos nomes, por falsidade de testemunho e difamação.
Quem acabou desta vez por se sentar no banco dos réus foi Teresa Costa Macedo (ex-secretária de Estado da Família, no governo da AD), acusada pela jornalista Felícia Cabrita por lhe ter fornecido informações falsas (lista de nomes).
Durante o julgamento do processo Casa Pia, Teresa Costa Macedo negou a autoria das anotações, o que levou Felícia Cabrita a dizer agora que ao negar ter escrito os nomes, a ex-governante está a sugerir que a jornalista forjou a lista ou tentou simular a sua letra. Na sequência da queixa de Felícia Cabrita, o Ministério Público acusou Teresa Costa Macedo de falsificação de declarações no julgamento do caso Casa Pia.
“Felícia Cabrita afirmou ter a certeza de que Teresa Costa Macedo lhe fez chegar a folha durante a emissão em directo do programa "Hora Extra", em 26 de Novembro de 2002”.
Tão amigas que eram e agora atiram as culpas de uma para a outra. Vamos ver no que isto dá.
O julgamento termina hoje, dia 14 de Dezembro. Estejamos atentos ao resultado de tudo isto.
As duas querem tirar o rabo para fora deste assunto, mas uma delas está a mentir.
É muito fácil enviar alguém para o banco dos réus, mas também pode ser fácil os que mandam os outros, eles próprios, irem lá parar.