O manifesto contra as energias renováveis encontra-se em várias localizações na inertnet.
Os autores subscritores são personalidades políticas, economistas, engenheiros e empresários:
Alexandre Relvas; Alexandre Patrício Gouveia; Angelo Esteves; António Borges; António Cardoso e Cunha; Augusto Barroso; Bruno Bobone; Carlos Alegria; Clemente Pedro Nunes; Demétrio Alves; Fernando Mendes dos Santos; Fernando Santo; Francisco Van Zeller; Henrique Neto; Horácio Piriquito; Jaime da Costa Oliveira; Jaime Ribeiro; João Duque; João Salgueiro; Jorge Pacheco de Oliveira; José Luís Pinto de Sá; Luís Campos e Cunha; Luís Malheiro da Silva; Luís Mira Amaral; Luís Valente de Oliveira; Manuel Avelino de Jesus; Manuel Lancastre; Miguel Cadilhe; Miguel Horta e Costa; Nuno Fernandes Tomás; Pedro Sampaio Nunes; Pedro Ferraz da Costa; Sérgio Ferreira.
Mesmo para um leitor não especialista nota-se uma abordagem tendenciosa e pouco séria do assunto. O debate entre Carlos Pimenta e Henrique Neto, no programa de Miguel de Sousa Tavares, foi já bastante esclarecedor. Este ex-empresário, assim como outros, têm dinheiro em excesso e procuram nichos de investimento, tendo em mente a energia nuclear.
Uma boa resposta aos senhores do manifesto foi dada por quem sabe alguma coisa sobre o assunto, Miguel Barreto, ao Económico Digital, em 12/04/2010,
http://economico.sapo.pt/noticias/energia-de-borla_86446.html
Algumas passagens:
"Energia de borla
Sem energias renováveis, o preço da electricidade teria sido pelo menos 20 euros/MWh mais caro, o que no total de um ano representa cerca de 1.000 milhões de euros poupados. Um pouco mais que o actual sobre-custo das renováveis, mas alguém se esqueceu deste pequeno pormenor...
No longo prazo, o que muitos sabem, mas não querem dizer, talvez porque não lhes interessa, é que em 2020 já não haverá subsídio para muitas das eólicas entretanto instaladas, mas as centrais a carvão ou gás natural continuarão a ter de comprar os seus combustíveis a preços cada vez mais caros durante muitos e bons anos.
Em 2020 o enorme aumento da oferta de energia que o movimento das energias renováveis está a gerar empurrará de forma "brutal" os preços de energia para baixo. E aí, pagaremos todos valores muito mais baixos, nós, os espanhóis, o cidadão comum e os empresários.
Custa-me ver tantos ilustres com medo da falta de competitividade e aumento de custos "brutal" aos consumidores. Esquecerem-se de criticar os custos escondidos na factura eléctrica que em nada contribuem para os consumidores, agora ou no futuro. Por que é que 7% dos preços pagos pelos consumidores em baixa tensão revertem directamente para os municípios, não servindo para pagar quaisquer custos do sistema eléctrico? É curioso que não existe equivalente taxa na nossa vizinha Espanha, mas não se vêem manifestos contra essa taxa.
…
Atribuir o défice tarifário ao sobre-custo das renováveis é desonesto. O défice tarifário resulta essencialmente do enorme aumento dos custos dos combustíveis. Comparar o custo das renováveis com um custo de mercado, que só é tão baixo porque existem as mesmas energias renováveis é mais do que desonesto, é profundamente errado. Atacar a aposta em nova energia eólica com os custos da tecnologia do início da década é desonesto. O custo médio actual dos equipamentos instalados na década passada ronda os 90 euros por MWh, mas os últimos leilões para as novas eólicas resultaram em tarifas de 60 euros/MWh, apenas protegidas durante 12 a 15 anos. Onde está o aumento de custo brutal para o consumidor?"
Lembrem-se dos nomes dos iluminados. Daqui a alguns meses ou anos, veremos quem tem razão e depois tiramos conclusões, sobre o que eles realmente são e ao que vinham.