Quem nasce torto tarde ou nunca se endireita. Também se dizia a quem é mau e não se emenda – “está na massa do sangue”.
Vi um programa sobre a ascensão de Hitler ao poder, por eleições, sim por eleições livres.
É perturbador perceber que muitas das ideias e comportamento dos alemães nos anos 30 do século passado ainda estão presentes nalguns alemães do século XXI. O orgulho na eficiência do seu trabalho, a falte de humildade para com os que são diferentes, o racismo, a defesa dos seus próprios interesses por todos os meios, etc.
A Alemanha da Sra. Merkel diz que os povos do Sul da Europa são preguiçosos, que têm de ser castigados pelos seus erros.
Se é verdade que os alemães são trabalhadores também é verdade que quando acontece alguma coisa de mal na sua terra são sempre os outros os culpados. Lembrem-se do caso dos pepinos que estavam contaminados com bactéria E. Coli. A contaminação tinha de ser de fora, portanto, sem provas, declararam o embargo aos produtos hortícolas de Espanha e de Portugal. Depois veio a provar-se que a origem da contaminação era na própria Alemanha, e deixou de se falar do assunto de um dia para o outro. Nunca ninguém indemnizou os agricultores espanhóis e portugueses que deitaram para lixeiras centenas de toneladas de pepinos e outros produtos.
Os alemães com a sua inteligência “superior” e elevada capacidade de trabalho, fazem as directivas europeias que proíbem alguns produtos químicos quando as suas fábricas encontram outros produtos alternativos, ou aparecem com novos medicamentos, supostamente mais eficazes, quando as patentes dos anteriores estão a chegar ao fim e outros fabricantes podem começar a produzi-los. Aparecem logo estudos a revelar que os antigos produtos são prejudiciais. Eu já assisti profissionalmente a outros exemplos desta maneira de os alemães defenderem os seus interesses. O pentaclorofenol para eliminar os fungos da madeira começaram a ser proibidos quando as fábricas da BASF apareceram com os chamados alternativos. O mesmo aconteceu com as colas ureia-formaldeído para produzir aglomerados de madeira, substituídos por cola de melanina (produzida na Alemanha). Ainda os produtos preservadores para impedir o apodrecimento dos postes de madeira. O CCA (cobre crómio e arsénio) era permitido sabendo-se que era perigoso apenas na fase de manuseamento em fábrica, e depois, se a madeira fosse queimada. Em uso era perfeitamente estável e durável por mais de 30 anos. Começou a ser proibido a partir do momento em que uma empresa alemã começou a produzir o ©Wolmanit-cb (BASF).
A eficiência dos alemães para o bem e para o mal assusta-me.
Não foram eles, com a sua eficiência e intolerância que causaram duas guerras Mundiais?
Eles que nunca se misturaram com outras raças, quase aniquilaram os povos bosquímanos na única colónia que tiveram no Sudoeste Africano (actual Namíbia). Pois em nome da eficiência, não pretendiam concorrência nos lucros do negócio dos diamantes.
Aquela ideia de exterminar os mais “fracos”, os “preguiçosos”, os que não são da raça pura, os que não têm os olhos azuis e cabelo louro.
Boa música e bons automóveis, é o que sabem fazer. Mas até nos automóveis, já começo a ver mais VW, Mercedes e Audis avariados do que Hyundais.
São tantos e tão eficientes, mas só 100 milhões de pessoas no Mundo falam alemão, enquanto os “atrasados” falantes de português são mais de 200 milhões e os que falam espanhol são ainda mais, e inglês, nem sequer se pode comparar.
Pois são estas “pequenas” coisas e ainda a memória de terem perdido duas guerras injustas, por eles começadas, que fazem com que muitos alemães de hoje estejam de novo a reviver a ilusão que são mais inteligentes, mais perfeitos, mais altos, mais fortes, portanto com a ideia que todos os outros estão no Mundo ao seu serviço. Os outros povos são bons quando são obedientes e lhes fazem os serviços domésticos e lhes limpam a porcaria.
Tenho amigos alemães que não são assim felizmente, sobretudo os que já viajaram pelo resto do Mundo e conheceram outros povos.
Para os alemães do tipo “Sra Merkel” - o meu despreso em 2013.
Pior, pior são os estrangeirados que querem seguir o modelo alemão sem perceber que ser colaboracionista dá mau resultado. Que o digam os russos. No início da segunda guerra Mundial não perceberam que fazer um acordo com um ambicioso é o mesmo que vender a alma ao diabo. Quando um ambicioso sem palavra nem bom senso achar que já não tem vantagem em cumprir um acordo que fez com alguém, arranja qualquer desculpa para o quebrar.
No caso português, acreditar que ser obediente em relação aos alemães é uma vantagem nas relações internacionais é um engano. Em qualquer negócio em parceria eles quererão sempre ficar com a melhor parte. É neste erro que está cair o primeiro-ministro português – Passos Coelho. É um segundo “Neville Chamberlain” (ministro negócios estrangeiros inglês completamente enganado por Hitler).